Por Francisco Castro
Estamos
no mês de agosto de 2012, portanto, há exatos 112 anos do desencarne do Dr.
Bezerra, que já foi chamado de “Chefe dos Espíritas” por alguns, e de “Médico
dos Pobres” por outros, e que nós, Espíritas, o chamamos carinhosamente de “Dr.
Bezerra,” ou simplesmente “Bezerra”.
Pela
importância desse Espírito para o Movimento Espírita Brasileiro, embora ele
assine suas mensagens apenas como servidor humílimo, penso que deveríamos
aproveitar este mês para homenageá-lo nas reuniões públicas das nossas Casas
Espíritas, com palestras e debates em torno do seu pensamento, seja como
encarnado, ou desencarnado.
Como
encarnado trago a lume as palavras do Deputado Freitas Nobre, na introdução da
publicação da Câmara dos Deputados, ano 1986, sob o título: Perfis
Parlamentares 33 – BEZERRA DE MENEZES: “O estilo, a coragem, a franqueza, a
vivacidade intelectual, a cultura, fizeram dele um exemplo de homem público que
honrou o parlamento da nação.”
Lembrar
esse lado da vida do Dep. Bezerra de Menezes, nesse momento, é particularmente
oportuno, por estarmos em plena campanha eleitoral no Brasil para eleição de
prefeitos e vereadores, ele que era municipalista e que foi, por várias
legislaturas, integrante da Câmara Municipal das Cortes e da Câmara dos
Deputados, no Rio de Janeiro de 1860 a 1885, onde teve oportunidade de
demonstrar coragem na defesa de questões como: Defesa do meio ambiente,
direitos do consumidor, defesa do servidor, defesa da abolição da escravatura,
questão de salários dos Médicos, a estabilidade dos Professores, a liberdade de
mercado, a regulamentação do trabalho doméstico, dentre outros.
O
Dep. Bezerra de Menezes que enfrentou o governo imperial com destemor, ao
declarar da tribuna da Câmara dos Deputados, na sessão de 04 de junho de 1867: “Descrença,
corrupção e incredulidade, eis, pois, senhores, o sumário de todos os sintomas
que oferece o país sob o tríplice ponto de vista por onde o consideramos.”
Aproximadamente
dois meses depois, na sessão de 14 de agosto de 1867, o Dep. Bezerra de Menezes
volta ao assunto para dizer:
(...) “Ninguém levantará censura contra o
deputado que, aflito pelo estado desgraçado de sua pátria, levantar um brado
consciencioso contra a descrença que mata, a corrupção que apodrece e a
incredulidade que perde a alma da nação”.
Como
se pode ver, a situação do Brasil de hoje não guarda muita diferença daquela,
um exemplo é o julgamento que toda a Nação assiste no momento, na mais alta
corte judicial do País, o Supremo Tribunal Federal.
Mas,
se ele tinha esse perfil como político, como Espírita não era diferente.
Freitas Nobre faz questão de narrar um fato ocorrido entre Bezerra, já
espírita, quando, uma vez, se encontrava na casa de Quintino Bocaiúva e que
reproduzirei resumidamente com minhas palavras: A polícia chega trazendo um
rapaz que disparara uma arma de fogo e o tiro atingiu Quintino de raspão. Em
sua presença o rapaz pediu: Doutor perdoe meu erro, sou pai de dois filhos, se
o senhor me processar o que será de mim? Quintino olhando para Bezerra disse:
Eu não perdoo Bezerra, definitivamente eu não perdoo. Bezerra então
humildemente respondeu você tem razão de não perdoar o erro, contanto que não
erre. Quintino diante dessa observação de Bezerra mandou soltar o homem e
encerrou o assunto.
O
Bezerra espírito não é muito diferente, vejamos essas suas palavras na mensagem
Problemas do Mundo, Cap. 1, do Livro
“O Espírito da Verdade”- Psicografia de F.
C. Xavier - Ed. FEB: “Para
extinguir a chaga da ignorância, que acalenta a miséria; para dissipar a sombra
da cobiça, que gera a ilusão; para exterminar o monstro do egoísmo, que promove
a guerra; para anular o verme do desespero, que promove a loucura, e para
remover o charco do crime, que carreia o infortúnio, o único remédio eficiente é
o Evangelho de Jesus no coração humano.”
Sempre nas pegadas de
Kardec, como no frontispício do Evangelho Segundo O Espiritismo sobre o emprego
da razão em todas as épocas da humanidade, Bezerra em mensagem psicografada por
Francisco Cândido Xavier, publicada em Reformador de dezembro de 1975, nos
aconselha: “Nós que nos empenhamos
carinhosamente a todos os tipos de realização respeitável que os nossos
princípios nos oferecem, não podemos esquecer o trabalho do raciocínio claro
para que a vida se nos povoe de estradas menos sombrias.”
Nessa mesma mensagem ele
ainda nos recomenda: “Comparemos a nossa
Doutrina Redentora a uma cidade metropolitana, com todas as exigências de
conforto e progresso, paz e ordem. Indispensável a diligência no pão e no
vestuário, na moradia e na defesa de todos; entretanto, não se pode olvidar o
problema da luz. A luz foi sempre uma preocupação do homem, desde a hora da
furna primeira.” Quanta falta nos faz a luz nesse momento em nossas hostes!
Transcrevemos ainda um
trecho da mensagem de Bezerra, psicografada por Divaldo Franco no cenáculo da
FEB, publicada em Reformador de fevereiro de 1976, ainda no mesmo sentido da
orientação acima: Demo-nos as mãos e
ajudemo-nos; esqueçamos as opiniões contraditórias para nos recordarmos dos
conceitos de identificação, confiando no tempo, o grande enxugador de lágrimas,
que a tudo corrige. Não vos conclamamos à inércia, ao parasitismo, à aceitação
tácita, sem a discussão ou o exame das informações.
Finalizamos
transcrevendo parte de sua mensagem psicofônica divulgada em Reformador de
abril de 1991, quando ele afirma que “a
Codificação Espírita é o alfabeto da Nova Era sobre o qual se erguerá o Templo
da Paz, quando a mensagem da Terceira Revelação atingir todas as criaturas do
Orbe, realizando o fanal da imensa revolução social que modificará as
estruturas da Terra”.
Será que estamos
contribuindo para atingir esse desiderato? Ah, Dr. Bezerra, quanta falta o
Senhor nos faz!
Apóstolo do bem a nos iluminar...
ResponderExcluirCeleste mentor, em passes de amor,
Águas fluidificai!
Muita Paz!!!
Caro Castro, excelente artigo em momento oportuno. Parabéns. Abrços, Paulo Vale.
ResponderExcluirExcelente artigo!
ResponderExcluirQuanta necessidade temos de políticos com o caráter e personalidade semelhantes ao do Dr. Bezerra de Menezes!
Parabéns pela abordagem do tema!
Castro vc foi muito feliz nos destaques e esse então...“Para extinguir a chaga da ignorância, que acalenta a miséria; para dissipar a sombra da cobiça, que gera a ilusão; para exterminar o monstro do egoísmo, que promove a guerra; para anular o verme do desespero, que promove a loucura, e para remover o charco do crime, que carreia o infortúnio, o único remédio eficiente é o Evangelho de Jesus no coração humano.” Como disse acima o amigo Paulo Vale, o artigo vem em momento oportuno. Muito bom! Parabéns! Vera.
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