O reconhecimento da reencarnação
como lei biológica revolucionará todos os paradigmas vigentes e promoverá
mudanças profundas em todas as disciplinas, principalmente as de ciências
humanas.
Para nós espíritas a reencarnação é uma certeza. Quais,
portanto, suas implicações nas relações interpessoais no
Centro Espírita?
O
paradigma espírita que instrui todas as relações, que sejam elas individuais e
grupais, é a regra áurea Cristã do amor
ao próximo como a si mesmo.
Em
pesquisas psicossociais e observações informais no dia-a-dia, constatou-se que
o indivíduo que se conhece e aceita pode fazer opções mais realísticas de
mudanças pessoais e interpessoais e preservar a sua autenticidade.
Na
questão nº 919 de “O Livro dos
Espíritos”, os Espíritos Reveladores
respondem que o conhecimento de si mesmo
é o meio mais eficaz para se melhorar nesta vida.
O
início do processo de autoconhecimento do Ser
pela aceitação da reencarnação como lei biológica é o início do seu
inventário pessoal que parte da resposta à indagação filosófica primordial: quem sou eu?
Na
condição de Espírito imortal, viajor no tempo pelas vidas sucessivas, a
resposta estabelece um diálogo vigoroso em direção ao seu próximo. O amar a si mesmo como ao próximo assume
um novo significado com a ontogênese espirítica.
Com
essa compreensão abre-se um leque de possibilidades para a interpretação dos
processos de interação consigo, com o meio e com o próximo. Não existem maridos
e esposas, pais e filhos, amigos e parentes, dirigentes e dirigidos, superiores
e inferiores, mas sim Espíritos milenares em experiências educacionais
partilhando a mesma Escola da Vida. As relações terrenas são aspectos
passageiros da personalidade humana.
As
máscaras com que ora desfilamos se pudermos enxergar o que há por trás dela,
compreenderemos a razão dos nossos relacionamentos, encontros, reencontros e
desencontros; e descobriremos o seu significado real.
A
singularidade é a marca de Deus em nós. No contexto intra e interpessoal essa
singularidade é fundamental para a convivência fraterna e os enriquecimentos
mútuos. A construção sinérgica que
torna um grupo ou uma organização viva decorre da riqueza da diversidade
individual, fruto das experiências milenares do Espírito.
Sinergia,
sob o ponto de vista etimológico, vem do grego Syn (junto) Ergo (trabalho),
portanto, “trabalhar em conjunto”. Denomina a atuação conjunta de duas ou mais
pessoas, famílias, empresas, ou organizações, contribuindo entre si, alcançam
um aprimoramento mútuo, cuja essencialidade está na valorização das diferenças.
(grifo meu)
O
que tem a ver a sinergia, ferramenta das relações humanas no mundo corporativo
com a reencarnação? No meu entendimento tem tudo a ver. Tanto a sinergia
intrapessoal como a interpessoal. O plus
dos processos sinérgicos - 2 + 2 = 5 - são consideradas as diferenças
existentes entre os Espíritos encarnados, conquistas nos ciclos dos
renascimentos.
No
campo da sociologia, que estuda o comportamento cooperativo das espécies,
encontram-se espécies altamente organizadas, como as abelhas e as formigas, que
apresentam diferentes formas de sinergia social. O voo dos gansos é outro
exemplo clássico. No processo da individualização do princípio inteligente, o determinismo natural comanda o processo
sinérgico.
Só
os seres humanos, apesar dos níveis intelectivo e inventivo, não levam em conta
os problemas que ocorrem pela inobservância dos efeitos positivos da sinergia.
Aqui nos deparamos com o processo de individuação na concepção junguiana (autoconhecimento), quando o
Espírito sob a égide do bom uso do livre-arbítrio amplia o nível de consciência
de Si-mesmo.
Para
Sérgio Lins (*), o sinergismo é uma característica de cada espécie que se
combina com seus pares ou com espécies diferentes para, juntos, se tornarem
admiráveis criadores de novidades.
Todo o Universo é sinérgico!
Por
isso e apesar disso, no ser humano ela não acontece acidentalmente e que seja
sustentada de forma fácil. Não se tem
dúvidas, portanto, que o espírito de confiança e colaboração é fator
determinante para alcançar-se uma união sinérgica. Em isso não ocorrendo,
poder-se-á ter um processo sinérgico negativo ou nulo.
É
importante destacar que a chave a valorização da diversidade pode estar na sinergia
intrapessoal, que é algo que se encontra dentro de cada um de nós e surge com a
harmonia e o equilíbrio de valores individuais. Autoconfiança e autoestima são
fundamentais para despertar em cada um o poder de visualizar o valor das
diferenças de pensamentos, palavras e idéias alheias.
O
processo sinérgico no contexto da casa espírita, se aplicado, aprimora as
nossas potencialidades, fortalece o autoconhecimento, e, na interação com os
nossos companheiros de jornada, vamos gradativamente corrigindo nossas
imperfeições, o que resultará na autonomia e aprimoramento moral. O grupo
cresce e consequentemente a Instituição.
O
dirigente espírita deve ser o grande catalisador
dessas potencialidades, animando-as, dinamizando-as para elaborar a grande
liga resultante que pode ser maior em força, coesão, resistência, atração,
significado, complexidade ou até mesmo tamanho. Por exemplo, a liga
cromo-níquel-aço é imensamente mais resistente do que qualquer um dos metais
que a compõem, e mais do que todos eles juntos.
Quanto
ao Homem, esses valores são crescentes quando surgem demonstrações de respeito
e confiança.
Para
que ocorra um processo sinérgico há a necessidade de: a) disposição; b) abertura; c) fusão e d) ação.
Todo
o processo sinérgico aqui abordado converge para a excelência da tríade Kardeciana: Trabalho, Solidariedade e aqui destaco a Tolerância.
A
sinergia espírita, fundamentada no lema de Allan Kardec, faculta ao Espírito
encarnado superar os efeitos do orgulho e egoísmo, resquícios do seu primarismo
em sua saga evolutiva, possibilitando-lhe voos extraordinários na
exemplificação da caridade em todas as suas múltiplas expressões.
A
reencarnação é proposta Divina para uma Sinergia do Espírito que, criado pelo amor e para amar,
transita da diversidade para a similaridade, e à unicidade como determinismo Divino, explicitada pela afirmativa de
Jesus – João, 10:30 – “Eu e o Pai somos um”.
Belo Texto. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom parabéns...
ResponderExcluirMuito bom!! Parabéns Jorge pelo texto!
ResponderExcluirA cerca de 6 meses atrás precisei ler sobre sinergia e achei um máximo(rs). De fato, quando se trabalha em conjunto o trabalho sai melhor que do que se pensava. 1+1=3 -> linda matemática onde consequentemente a tolerância é fator primordial.
ResponderExcluirBom toque, Jorge!
Parabéns pela página.
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