Por Alkíndar de Oliveira(*)
Artigo compartilhado
com anuência dos administradores do site:www.caminhosluz.com.br
É
correto utilizar no meio espírita técnicas de liderança oriundas do meio
empresarial?
Alguns
espíritas sentem uma verdadeira ojeriza quando alguém coloca o estilo de
liderança empresarial, como modelo à liderança espírita. Sentem-se, esses
irmãos espíritas, indignados por justapor à uma entidade religiosa, técnicas
empresariais que visam sobretudo o lucro financeiro.
Essa visão têm razão de
ser. Ou melhor, essa visão teve
razão de ser.
Durante muito tempo a
liderança empresarial foi calcada no respeito imposto, e não no
respeito conquistado. Durante muito tempo o líder empresarial via
cada funcionário como uma máquina útil à finalidade da empresa, e não como um
ser humano merecedor de consideração. Durante
muito tempo o líder não era líder. Era gerente. era chefe. Ele não liderava,
ele mandava. Foram os tempos onde as idéias administrativas e gerencias de
Frederick Taylor imperavam.
Hoje tudo mudou. Ou
melhor, hoje tudo está mudando numa velocidade impressionante.
Hoje os líderes
empresariais descobriram que a única forma de manter a empresa viva e em
crescimento, é valorizar o trabalho em equipe. E para valorizar o trabalho em
equipe é preciso, por consequência, valorizar os integrantes da equipe, que são
seres humanos, e não máquinas.
A visão de liderança
sofreu uma mudança de 180 graus.
Era, no passado,
sensatez do líder espírita sentir verdadeira ojeriza por alguém falar em adotar
no seu Centro Espírita, modelo de liderança empresarial. Pensava sabiamente o
líder espírita de ontem: “e o respeito ao ser humano como fica?”
Se, no recente passado,
a citada prevenção do líder espírita, era sinal de sensatez, hoje essa
prevenção, ou preconceito, não é mais sinal de sensatez. Mas sim, de
desconhecimento. Desconhecimento dos procedimentos da atual liderança
empresarial.
De forma tênue, mas
gradativa e firme, os princípios do nosso Mestre Jesus estão começando a ser
aplicados em muitas empresas.
Não ria.
É verdade o que estou
dizendo.
Dentro de alguns anos
muitos irão enxergar que as “modernas” técnicas de liderança nada mais são do
que corolários dos princípios preconizados por Jesus.
Quer um exemplo?
Os pesquisadores e autores
norte-americanos Kouzes e Posner, conforme relatado em seu livro O Desafio da Liderança, chegaram, depois
de intensa e séria pesquisa, aos cinco procedimentos do líder eficaz, a saber:
- desafiar o estabelecido;
- inspirar uma visão compartilhada;
- permitir que os outros ajam;
- apontar o caminho;
- encorajar o coração.
Raciocine comigo: será que esses
procedimentos, descobertos não por religiosos, mas sim por pesquisadores
empresariais, não tem relação direta com o estilo de liderança do nosso Mestre
Jesus?
Vejamos a correlação que há entre
cada um dos procedimentos acima e a visão de liderança do nosso Mestre:
- desafiar o estabelecido
Se há um ser que tenha, de forma
plena e concreta, desafiado o estabelecido, este ser foi Jesus.
- inspirar uma visão compartilhada
Durante toda sua vida terrena Jesus
conviveu de forma intensa com seus doze discípulos (sua equipe), para que todos
adquirissem uma visão única do que é viver em plenitude. Jesus, em suas
reuniões, tinha sempre o objetivo de inspirar uma visão compartilhada. E sua
sede pela visão compartilhada ia muito além de estendê-la somente à sua equipe
(seus discípulos). Sua idéia de visão compartilhada era universal, isto é, Seu
objetivo (era e) é que toda a humanidade compartilhe com Ele sua visão de
mundo.
- permitir que os outros ajam
Durante toda sua vida terrena Jesus
preparou sua equipe.
Jesus preparou os seus discípulos
para que?
Para que agissem.
Jesus sabia: para que suas palavras
e ações encontrassem eco, era necessário – e imprescindível - permitir que
outros agissem. O objetivo de Jesus sempre foi descentralizar o Seu trabalho,
tendo cada vez mais adeptos que agissem de acordo com o espírito humanitário
que pregava e exemplificava.
- apontar o caminho
Quando Jesus disse ser necessário
“amar a Deus sobre todas as coisa, e ao próximo como a si mesmo”, ele soube
apontar o caminho, e de forma magistral.
- encorajar o coração
Jesus, em sua passagem terrena, amou
a todos, em todos os instantes. Jesus pregou e viveu o amor em sua plenitude.
Jesus, como ninguém, soube encorajar o coração de quem O seguia.
Bem, agora, vamos nos conscientizar
de uma vez por todas, se antes era sinal de sensatez ter preconceito na
utilização, dentro do Centro Espírita, dos procedimentos da liderança
empresarial, hoje, já não é mais sinal de sensatez, mas sim, de desconhecimento
(ou de teimosia!).
A diferença básica entre o líder
empresarial e o líder espírita, é que aquele visa o lucro financeiro, e este –
o líder espírita – visa o lucro do dever cumprido em relação aos objetivos do
Espiritismo.
Portanto, leiamos, além dos livros
espíritas, os bons livros não-espíritas sobre liderança.
Iremos muito aprender.
(*) Graduado na área de Exatas, é bacharel em
Matemática, concluiu cursos de especialização em Didática e Psicologia da
Aprendizagem. É consultor de empresas, conferencista e professor de comunicação
verbal, criador do método Autoestima em Alta. Fundador da Escola de Líderes, de
Oratória e de Vendas, ministra aulas e seminários.
Obras espíritas: O
Trabalho Voluntário na Casa Espírita, Aprimoramento Espírita, Desenvolvimento
Espírita e o Espírita do Século XXI;
Temos vários irmãos que se destacam no meio empresarial como consultores e carregam consigo a moral pregada por Cristo e lembrada por nossa Doutrina. Não se esqueça do Livre Arbítrio e da Lei de Ação e Reação
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