Por Alkíndar de Oliveira (*)
Ligue
sua televisão pela madrugada. Com o seu controle escolha aquele canal em que um
líder religioso está entrevistando uma pessoa do povo. Você vai ouvir mais ou
menos o seguinte diálogo:
“ - Então a senhora se arrependeu de ter sido
espírita?
- Sim, me arrependi. Foi um dos momentos de
minha vida em que tudo dava errado e eu não sabia por quê.
- E agora que a senhora está em nossa Igreja,
como está sua vida?
- Agora, com Jesus no meu coração, tudo
mudou. Consegui emprego, consegui comprar minha casa própria e sou uma pessoa
muito mais feliz.
- Então o Espiritismo prejudicou a senhora?
- Prejudicou. Hoje eu vejo que o Espiritismo
é coisa de demônio. Se pudesse diria para todos os espíritas conhecerem a nossa
Igreja onde Jesus é o nosso Mestre e Senhor. “Os espíritas precisam enxergar
que o seu mestre é o demônio.”
Depois
de ouvir tudo isso, nós espíritas ficamos a imaginar:
Um parêntese: Você se lembra caro
leitor, quando chutaram em um dos programas de televisão a imagem católica de
Nossa Senhora Aparecida? Você se lembra da intensa e imensa reação dos
católicos de todo o Brasil? Você se lembra dos insistentes noticiários da
televisão e dos inflamados artigos de jornais e revistas sobre o assunto?
A
reação de todos foi impressionante!
Há
tempos não se via tamanha comoção em nosso país. O chute na imagem de Nossa
Senhora era assunto nas escolas, nos bares, em todos os lugares.
Agora
reflita comigo:
Você
já imaginou que todos os dias determinados pastores chutam nossa Doutrina?
Por terem chutado uma única vez uma imagem,
os católicos e toda a mídia brasileira prontamente reagiram.
E
nós que estamos sendo chutados todos os dias, estamos reagindo?
Poderíamos
pensar que existem duas alternativas para resolver essa crítica situação de
ataque diário e persistente ao Espiritismo:
A
primeira:
Culpar
o pastor e procurar fazer com que o mesmo nos dê satisfação por publicamente
desrespeitar de maneira infame e inculta a Doutrina que professamos.
A
segunda:
Divulgar
melhor nossa Doutrina.
Agirmos
de acordo com a primeira alternativa geraria polêmica. E polêmica gera
polêmica, que por sua vez gera polêmica...
Divulgar
melhor nossa Doutrina é a solução.
Veja
as palavras de Allan Kardec:
“Uma publicidade, numa larga escala, feita
nos jornais mais divulgados, levaria ao mundo inteiro, e até aos lugares mais
recuados, o conhecimento das idéias espíritas, faria nascer o desejo de
aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos, imporia silêncio aos detratores que
logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião”.
Vale
a pena também ler as palavras de Vianna de Carvalho, espírito:
“Na Era da informática com os seus valiosos
recursos, o espírita não se pode marginalizar, sob pretexto pueris, em que se
disfarça a timidez, o desamor à causa ou a indiferença pela divulgação,
porquanto o único antídoto à má Imprensa, na sua vária expressão, é a aplicação
dos postulados espíritas, hoje ainda ignorados e confundidos com as
superstições, crendices, sofrendo as velhas conotações infelizes com que o
caluniaram no passado, aguardando ser despojado das mazelas que lhe atiraram os
frívolos e os déspotas, os fanáticos e os de má fé, quanto os que se apoiavam
nos interesses subalternos, inconfessáveis...
Hora de mentalidades abertas às
informações de toda ordem, este é o
nosso momento de programar tarefas, fomentar a divulgação por todos os meios,
tornando-se cada companheiro honesto e dedicado, nova “carta-viva”, para a
estruturação de um homem melhor, portanto, de uma sociedade mais justa, uma
humanidade mais feliz”.
Complementa
ainda Vianna de Carvalho “Como não é lícito fomentar debates ou gerar discussões
improdutivas, cabem, frequentemente, sempre que possíveis, as honestas
informações entre Doutrina Espírita e Doutrinas Espiritualistas, prática
espírita e práticas mediúnicas, opiniões espíritas e opiniões medianímicas...”
Kardec
e Vianna de Carvalho nos mostram que gerar polêmicas, criar discussões
improdutivas a nada levam.
Procurar
discutir no mesmo nível dos detratores é agir como eles estão agindo. É errar
como eles estão errando.
Nossa
tarefa é melhor divulgar a Doutrina e respeitar todas as religiões.
Uma
eficiente e eficaz divulgação do Espiritismo, como disse Kardec: “imporia silêncio aos detratores que logo
deveriam ceder diante do ascendente da opinião”.
Portanto,
qual deve ser nossa postura ao divulgar nossa Doutrina?
Ao
procurar divulgar nossa Doutrina, devemos fazê-la sem proselitismo, com ousadia
e sensatez, tendo sempre em mente que nossa postura tem que ser a postura do
conhecimento, da ética, da dignidade e da boa ação.
Alkindar de Oliveira,
Palestrante, Escritor e Consultor de Empresas radicado em São Paulo-SP, profere
palestras e ministra treinamentos comportamentais em todo o Brasil. Autor de
diversos livros pela editora Truffa
e-mail:
alkindar@terra.com.br
Site: http://www.alkindar.com.br
Vamos divulgar a doutrina, pois temos convicção de que ELA planta Amor, Carinho e Caridade em nossos corações! Muita Paz!!!
ResponderExcluirÉ caro amigo,o preconceito ainda é grande e só sabe quem passa por ele mas com as nossas ações não existirar argumento que destrua os ensinamentos da Doutrina,o melhor que fazemos é dar o exemplo a ser seguido enquanto não temos o dom da palavra assim como eu rsss
ResponderExcluirVale a pena ler de novo! Este texto está no twitter e no facebook.
ResponderExcluirDivulgar é, de fato, a melhor opção! =)
ResponderExcluirNão é aquela obra prima literária, mas, tem que ser "Guerra e Paz". rs A paz entre as ideologias reflete uns dos propósitos espírítas - o respeito/amor fraternal entre os homens.
Lembro que uma vez ouvi uma anedota em que uma pessoa procurou Chico Xavier, muito angustiada e disse-lhe. -Chico, soube que o Padre Fulano todos os dias fala mal do Espiritismo em suas homilias, o que vamos fazer? - Nada. -Como nada? -O padre já está fazendo muito por nós, pois voce já imaginou quanto nunca ouviram falar de Espiritismo, e agora, graças a esse padre, estão sabendo? O que podemos é rogar aos espíritos de luz que a curiosidade deles seja maior que os seus medos....
ResponderExcluirPostado por Alex Saraiva (Crateús-CE)
A maior parte dos espíritas não tem a coragem e a ousadia necessárias à divulgação da doutrina.
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