segunda-feira, 10 de setembro de 2012

LÍDERES E LIDERADOS




Por Gilberto Veras (*)




Eu sou o caminho, a verdade e a vida,
ninguém vai ao Pai,
senão por mim (Jesus Cristo)”.

            Jesus Cristo, líder, modelo e guia da humanidade, Espírito Perfeito em moral e intelectualidade, plena harmonia com as leis divinas, conjunto natural (sentimentos, pensamentos e obras) em atividade integrada e excelente, movida pela luz do amor e da razão.  
            A função do líder humano deve se espelhar no exemplo cristão, tomando o excelso mestre como referencial, jamais com a pretensão ilusória de similaridade, pois a distância do grau de adiantamento Dele para o nosso chega à beira do infinito.
            Em proporções possíveis e compatibilizadas, o perfil do líder vitorioso neste mundo de nossa morada deve contar com:

  • sentimento – sensação emocional que o remete ao próximo por força moral lançada da alma pelas virtudes essenciais herdadas do Todo-Amoroso;

  • intelectualidade – instrução necessária ao exercício do oficio;

  • operacionalidade – ato de realizar projetos e produtos.

            O primeiro recurso (sentimento) legitima a função do líder. Ausente ele nesse dever comprometedor, presente estará a hipocrisia, em atuação desastrosa e nociva ao hipócrita. Os ensinos repassados pela intelectualidade, mesmo sendo verdadeiros, perde força de convencimento e a oportunidade de serem aproveitados fica prejudicada, junto com a edificação da obra (operacionalidade).
            O liderado no processo de aprendizado é aluno, busca melhoramento espiritual ou profissional, mas, nem por isso, está dispensado das fases sequenciadas do conjunto natural (sentir, pensar e crescer com a realização do trabalho digno), embora se apresente de forma diferenciada da mostrada pelo líder:

  • sentimento – percepção íntima das informações recebidas, valida os ensinamentos do líder;

  • intelectualidade – a visão cognitiva é ampliada;

  • operacionalidade – viabilização de projetos e obras alinhados com  a lei do progresso.

            Como estamos todos a caminho e o aprendizado ocorre no mundo das relações, exercemos sempre as funções de líder e de liderados, ora uma, ora outra, nesta e em outras encarnações, passadas ou vindouras, podemos mesmo exercer as duas funções ao mesmo tempo, depende, apenas, de circunstâncias eventuais nos grupos em que estamos inseridos.

Conclusões.

Confrades líderes
            Não descartem a fase do sentimento em suas funções, porque, perante Deus, a falsidade oriunda vai desmerecer seus discursos e o procurado avanço espiritual será prejudicado.
            Não se considerem os melhores, ouçam a voz do liderado e sejam receptivos (ela pode conter verdades que você desconhece), não faça juízo dos sentimentos do próximo (são eles privativos, acontecem em lugar íntimo, inacessível a julgadores). Não interfiram no livre-arbítrio de ninguém (é direito sagrado, porque concedido pelo Pai). Valorizem e motivem talentos em benefício do grupo. Apliquem princípios modernos de administração em favor do bom andamento dos serviços com a otimização do tempo e qualidade de trabalho agradável ao trabalhador de boa vontade. Em organizações maiores, descentralizem atividades sem prejuízo da postura humana e respeitosa, sejam líderes dos líderes, sob acompanhamento e controle gerais.
            A vaidade é veneno, afugenta a humildade, virtude preciosa na ascensão da alma.

Confrades liderados
            Desenvolvam a sensibilidade no exercício da moral cristã, essa providência lhes permite sintonia com leis superiores e os protege das investidas farsantes. Não coloquem o líder em pedestal elevado, tenham-no sempre como o irmão mais ou menos instruído, e bastante imperfeito, pois transita em mundo inferior onde a predominância é o mal, e é morada de todos nós. Não se afastem da realidade que assegura a identificação do grau de adiantamento do Espírito pelo equilíbrio de avanço nas estradas da moralidade e da intelectualidade. Instrução muito desenvolvida, por si só, não significa certeza de alma mais elevada do que aquela que, mesmo com menores valores, apresenta balanceamento de moral e intelecto.
            Convençam-se de que o maior impulsionador da alma é a humildade, porque significa curvar-se às solicitações das leis divinas que nos atraem para a Felicidade.
            Não endeusem seus líderes nem os afaguem com cortesias excessivas (bajulações), esse procedimento não é saudável e pode alimentar a vaidade, perigosa força impeditiva ao desempenho progressista das virtudes humanas.
       Movam-se sempre pelos méritos do bem para combaterem investidas maléficas, conservem a essência poderosa de criaturas divinas, não se despersonalizem diante do líder, que é perfectível como todos nós, porém sobrecarregado de imperfeições decorrentes de erros por ignorância natural de quem se encontra em colocação retardatária, lugar comum no mundo de provas e expiações em que estagiamos. 

Observação.  
 Experiência de vida, sentida e longa, fundamenta essas colocações aplicáveis a todas as áreas de ocupação social do homem. 

(*) Gilberto Veras é poeta, escritor, aposentado do Banco do Brasil e voluntário do Instituto de Cultura Espírita - ICE. Na foto com a sua esposa Sra. Geilza, também voluntária do ICE.

3 comentários:

  1. O eastilo da liderança inspirada no Cristo é o líder servidor. Belo texto!

    ResponderExcluir
  2. Muito esclarecedoras suas colocações Sr. Gilberto. Devemos todos refletir!! E mais uma vez ter nosso Mestre Jesus como inspiração!!

    ResponderExcluir