Maior tema de discussão em todos os tempos:
Deus. Desde as primeiras manifestações da inteligência foi buscado e confundido
com os fenômenos naturais: fogo, chuva, trovão relâmpago, sol, dia e noite.
Compreendido pelas civilizações mais antigas como a fusão das forças universais
– Inn e Yang – denominado Chi (leia-se qui). Gregos e Romanos, incapazes de
presumi-Lo inteiro, conceberam os semideuses e lhes denominaram pelos pendores
atribuídos: do amor, da guerra, do comércio, do lazer e assim por diante.
Passado
tanto tempo do aparecimento da raça humana sobre a Terra, milhares de anos das
primeiras sociedades humanas, depois de dezenas de línguas mortas e extintas
inúmeras civilizações continuamos cegos e tateantes atrás de uma mera
explicação que nos permita conceber a grandeza de Deus. Vacilamos aflitos entre
filosofias que garantem que Ele nos terá criado e outras que exploram a ideia
de que fomos nós quem O criamos. Vemos as religiões se debaterem incapazes de
Lhe garantir um espaço no entendimento dos homens. Criou-se até um neologismo
para os estudos que O envolve, a Teologia e com ela os Teólogos, tão perdidos e
hesitantes quanto cada um de todos nós.
A bíblia retrata que "No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus ( João 1:1-3). A ciência
propugna que no princípio era o caos e do caos surgiu o Cosmos e nada havia
então. Einstein dizia no começo de suas incursões nos estudos da Nova Física
que o Universo sem a Matéria era inexplicável, mas ao final de sua vida
conhecido e reconhecido como o pai da Relatividade afirma que o Universo sem
Deus era inexplicável, sem que se mostrasse constrangido com a possibilidade de
ser julgado pela posteridade. Voltaire, filósofo iluminista, arremata que se
Deus não existisse seria necessário inventá-lo. O período obscuro da religião
da Idade Média utilizou a imagem de Deus para perpetrar os mais hediondos
crimes contra a humanidade com a invenção de tribunais inquisitoriais que
mataram dezenas nas piras espalhadas pelo mundo.
O modelo denominado Deus coube em todas as
mentalidades e profissões de fé nas diversas incursões civilizatórias humanas
alcançando o período atual, descrito pelos estudiosos do momento como
pós-contemporâneo. Tentamos entendê-Lo pela cognição, pela invocação dos temores,
pelas pesquisas, pelas teses acadêmicas, mas sempre sobrou uma sensação de
vazio e dúvida ao final dessas tentativas. Parece simples compreender o motivo
primário da frustração. É que queremos que o Relativo (nossa posição humana)
contenha o conhecimento a respeito do Absoluto (Deus), quando ainda não
conseguimos nos entender a respeito de nossa própria natureza relativa.
A ideia de Deus é inata, não se explica ou se
entende apenas se sente. Não se encontra numa equação lógica, sim na inspiração
espontânea, permeando o claro e o escuro da personalidade dos seres, diluído e
concentrado em todas as histórias que nos alcançam, mesmo nas mais torpes
condutas humanas. Senhor dos Mundos que gravitam, gravitaram e gravitarão no
Universo Infinito – Caos, Cosmos, Verbo, Inspiração – é o respiro da Vida que
pulsa ilimitada eterna. Se quase nada sabemos a seu respeito é simplesmente
porque perdemos muito tempo tentando esboçá-LO a nossa pobre e atual imagem.
Sabê-LO significa senti-LO mergulhando sem defesas no Grande Oceano que é o
Existir, essa grande experiência do simples ao angelical que a eternidade nos
oferece.
(*) Editorial do Programa Antena Espírita, de domingo, 18. O programa vai ao ar todos os domingos na Rádio Cidade AM, 860 MHZ, das 21:00H as 22:00H.
Muito bom, faz a diferença ler coisas consistentes,que Deus ilumine sempre suas idéias, amigo Jorge.
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