Por Roberto Caldas (*)
A Doutrina Espírita experimenta desde o seu
aparecimento em 18/04/1857 a exigência de provar-se aos demais sistemas de
conhecimento que lhe antecederam no arcabouço do próprio conhecimento humano.
As denominações representadas em seu tríplice aspecto cobram de forma justa e
acirrada que se prove constituída das características de cada uma delas e assim
a Filosofia, a Ciência e a Religião constituídas lhe arremetem questionamentos
contínuos de verificação.
Ressalte-se
o esforço de Allan Kardec em diminuir o quanto pode os motivos de confusão com
idéias que já circulavam no meio, quando publica nas primeiras páginas de O
Livro dos Espíritos um esclarecimento com algumas palavras que tornassem menos
confusas as acepções a serem empregados pela nova doutrina. Não parece ter
surtido o resultado pretendido pelo Codificador.
Logicamente
a exigência que o Espiritismo recebe diariamente de provar-se significa o
confrontar-se com os conceitos aceitos pelos que a negam. Um primeiro engano
que comete o pretenso adversário, pois a sua mensagem não visa aquele que já se
encontra satisfeito com as próprias crenças, senão os que se encontram buscando algum outro sentido para as suas
vidas. Essa a razão maior pela qual os espíritas não devem se esgotar em longas
discussões de debates. A discussão lúcida sim, a gritaria sectária e impositiva
é desnecessária.
Aos
que buscam negar ou provar os postulados espíritas através dos experimentos que
não se disponham a contabilizar a intermediação humana sugerimos que desista. A
ciência espírita se relaciona com os fenômenos mediúnicos, não exatamente em
provar-se falando de Física Quântica, essa uma missão muito importante dos
missionários dos laboratórios avançados, de Física Quântica naturalmente. Até o
momento, passados 155 anos de aportada a Doutrina Espírita na Terra, nenhuma
conclusão da Ciência Oficial conseguiu derrubar qualquer dos seus princípios
doutrinários, reforça-os, aliás.
Intentar
desmentir o aspecto religioso do Espiritismo porque não se fundamenta na Bíblia
considerando o Velho Testamento, apenas coloca-o ao lado de Jesus que fez
inúmeras advertências à citada Obra, ao recitar os seus textos em meio à
multidão e adicionar a conjunção adversativa “ PORÉM” para concluir o novo
ensinamento(diziam os antigos[...], eu porém vos digo). Estamos sim com a
Bíblia, apenas com o Novo testamento, daí com Jesus, o grande Mestre de todos
nós.
Precisamos
entender aqueles que não conseguem entender a Doutrina Espírita. Ela trouxe uma
mensagem de renovação que traz a atitude humana como a principal alavanca de
crescimento intelecto-moral na existência. Patrocinou uma filosofia a serviço
das respostas das questões fundamentais (quem somos, de onde viemos, para onde
vamos). Utilizou a ciência para comprovar a imortalidade da alma e arremeter a
vida à eternidade. Reconfigurou a idéia de religião para que se tornasse a
prática rotineira de todos os dias, quando respeitamos as pessoas e as
instituições se quisermos nos provar amantes a Deus, assim retirando-a dos
templos e trazendo-a para as ruas das cidades, sem dogmas, aparatos,
hierarquias ou sacramentos. Uma doutrina como essa não é fácil de ser aceita ou
entendida para os que estão contentes com as fórmulas mais tradicionais do
pensamento humano. É preciso mesmo o passar do tempo e o amadurecimento das
mentes humanas para que se faça maior a compreensão em torno da Doutrina
Espírita.
(*) médico, expositor espírita e integrante da equipe do Programa Antena Espírita, transmitido pela Rádio Cidade AM, 860MHZ, todos os domingos das 21:00H as 22:00h,
Excelente matéria. Parabéns!
ResponderExcluirCntinuo assistindo, quando posso, o programa depois da aula no domingo.