A poetisa Emília Freitas Vieira, foi uma das mais ousadas pioneiras
do movimento espírita nacional, com atuação nos estados do Amazonas, Pará e
Ceará.
Emília nasceu na cidade de Aracati, Ceará, em 11 de janeiro de
1855. Era filha do tenente-coronel Antônio José de Freitas e Maria de Jesus
Freitas. Com o falecimento do pai, em 1869, mudou-se para Fortaleza onde se
dedicou aos estudos, com ênfase no aprendizado das línguas inglesa e francesa.
Em 1885 estudou na tradicional Escola Normal.
Entre outubro de 1876 e abril de 1878, enfrentou provas acerbas
com o trespasse de quatro irmãos. Em dezembro de 1892, após a desencarnação de
sua mãe, seguiu para o Amazonas, na companhia de seu irmão Alfredo. Em Manaus
ensinou alunos do curso primário e secundário, no Instituto Benjamim Constant.
Emília Freitas foi uma das precursoras do movimento em defesa dos direitos
da mulher no Brasil. Num contexto assinalado pelo forte preconceito ante a ação
feminina nos diversos setores da vida social, fez-se poetisa, romancista,
jornalista, abolicionista, republicana e espírita. No Ceará escreveu nos
jornais Libertador, O Cearense, O Lírio,
A Brisa e Maranguapense, tornando-se conhecida por suas produções literárias.
Foi chamada pela crítica de seu tempo de “talentosa jovem e mimosa poetisa”.
Fora de seu estado natal, colaborou nos jornais Revolução e Amazonas
Comercial.
Em 1883, engajou-se no movimento abolicionista. Em janeiro desse
ano discursou, corajosamente, no Clube
Cearense, para a Sociedade das Cearenses Libertadoras, onde bradou: “É nosso dever auxiliar os heróis na árdua
empresa de remissão dos cativos”.
No início do século XX, retornando de Manaus, onde se tornou espírita,
estabeleceu-se na cidade cearense se Maranguape. Ali, com o apoio de seu marido,
o jornalista Arthúnio Vieira, redator do Maranguapense,
organizou, em 1901, o Grupo Espírita
Verdade e Luz, através do qual publicaram, em novembro daquele ano, o
jornal “Luz e Fé”, o primeiro periódico espiritista do Ceará, distribuído
gratuitamente.
Mulher de amplos conhecimentos, deixou publicadas as obras: Canções do Lar (1891) e o célebre A Rainha do Ignoto (Romance psicológico)
escrito em 1899, livro no qual se evidencia a influência da Doutrina Espírita
em suas elucubrações filosóficas.
Esta admirável Bandeirante do Espiritismo na Terra da Luz
retornou, no início do século, a Manaus, onde desencarnou aos 53 anos de idade,
no dia 18 de agosto 1908. Lamentavelmente, esquecida pelo Movimento Espírita (de
mim não!), não encontramos nenhum retrato dela que pudesse ilustrar esta
singela homenagem. Mas, como figura
representativa de sua imagem, destacamos uma flor, símbolo de sua alma
idealista e encantadora, na peleja constante em tornar mais belo e mais perfumado,
o triste, árido e espinhoso jardim dos preconceitos humanos.
(*) professor, historiador e presidente da Federação Espírita do Ceará - FEEC.
Excelente. Não tinha ouvido falar dela.
ResponderExcluirGrande mulher.
Ótimo artigo!!!!! =)
Realmente precismosp de mais conhecimento acerca dos nomes de grandes mulheres que tanto contribuíram para o movimento espírita.
ResponderExcluirInteressantíssima ssima
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