sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MARCHA DO MOVIMENTO ESPÍRITA





Por Gilberto Veras(*)



As pessoas crescem como espíritos exercitando o bem, não temos do que duvidar, e esse exercício do bem, entendamos, é resultado de ensinamentos direcionados, aqueles que movidos pela sabedoria encontram nossas virtudes essenciais e as ativam no relacionamento com o próximo e com Deus. Esses ensinos superiores nos alcançam pelos mestres autênticos, os missionários a serviço do divino, encarnados ou desencarnados. Mas não podemos esquecer que o mal também conosco convive, pelas nossas imperfeições, e devemos combatê-lo com tenacidade para que possamos dispor de saldo benéfico para trabalho avante de nossas almas. O combate do mal, igualmente, é aprendizado na vida, com esta postura aprendemos o que não fazer e o que não divulgar. 

Essa realidade é válida não só para o individuo, grupos de pessoas organizadas com propósitos comuns (instituições de qualquer natureza, política, social ou de caráter religioso) não estão à margem dessa regra que não é apenas norma específica e sim lei geral, trabalha em favor de Lei Maior, a do progresso. E que são as casas espíritas, células que compõem o movimento espírita, senão agrupamento de pessoas dotadas do bem pelo amor divino e do mal pela resistência à vontade do Todo-Poderoso? 


Lógico, o movimento espírita não pode avançar com suas células emperradas que, por sua vez, não avançam por conta dos espíritas de comportamento em desalinho com a Doutrina Espírita. Não há fórmula mágica, a alternativa é simples e única, devemos todos nos focar no bem, cada vez mais, com frequência pertinaz e acelerada, só assim nos adiantamos e contribuímos com a saúde do movimento espírita. A propósito, faço, aqui, uma sugestão de resultado comprovadamente positivo, se você é trabalhador da seara espírita aproveite os ensinos recebidos na Casa em que labuta, tanto os bons, para aplicá-los, quanto os maus para evitá-los, nos seus relacionamentos necessários ao crescimento espiritual, porque tanto uns como os outros estão presentes em todas as pessoas de morada na Terra, planeta inferior, de provas, expiações e provocações. Se, para nós, já não existe aprendizado suficientemente positivo no educandário espírita a que estamos vinculados, a providência inteligente e benéfica para o movimento espírita é nos afastarmos da casa e escolher um dos três caminhos que se abrem, dependendo das características e talentos físicos e espirituais do descontente: optar por carreira solo em atividades caritativas com recursos da literatura, do atendimento e assistência fraternos, e de outras relações amorosas – engajar-se a outro grupo mais conscientizado e com oportunidade de trabalho evolutivo – fundar um novo Centro Espírita. Qualquer das alternativas propiciará avanço espiritual nosso e do movimento da Doutrina, o que não é producente é você insistir em permanecer no lugar que nada mais lhe acrescenta, não podemos nos acomodar com a desesperança, até a cerviz curvar ao ponto de nos incapacitar a ousadia viável de fomentar projetos dignos, para o bem de nossas almas e da humanidade. Embora suscetível a falhas, como qualquer ser humano, não tenho receio de afirmar que em toda instituição sempre haverá esse momento conclusivo da inteligência voluntária, é questão do tempo de cada um, e não poderia ser de outro modo pois não há criatura que não avance, em maior ou menor velocidade. 

Não há dúvida de que as células espíritas são necessárias na composição do movimento, já que elas têm a função primordial de encaminhar o profitente ao melhoramento do espírito, a partir do neófito que um dia se libertará para seguir um dos rumos citados que ampliam o raio de ação do cristianismo redivivo. Para o espiritismo o importante é a marcha e o esforço para acelerar os passos, e o propósito premiará o seareiro com melhor qualidade de vida expressa no bem-estar íntimo, de agradável sensação. 

Enfim, não é demais reforçar, quando e se ocorrer conflitos com os ensinos ou tratamento humano recebidos numa casa espírita, a medida certa, para você e para a doutrina, é escolher as alternativas indicadas ou nelas transitar, em consonância com seu perfil. Assim procedendo, crescerá o confrade, o movimento espírita, e até mesmo a instituição dispensada, pois aproveitará os ensinos com o bem que ainda faz e com o mal que deixará de fazer ao aprender pela via desagradável de erros cometidos. 

Avante, meu irmão ou minha irmã, com fé e coragem, o movimento doutrinário agradece, e você receberá as graças de Deus.

(*) poeta e escritor, autor das obras: Retrato, Vinte Contos Conclusivos, Extrato do Ser, Recompensa do Bem.

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