Por Roberto Caldas (**)
A consciência não se prende ao tempo, pois o
tempo não lhe serve de prisão e sim de esteira. Ela é a municiadora de todos os
nossos passos e a gestora de todas as nossas lembranças. O inconsciente foram
os nossos conceitos passageiros quem o criou, ele de fato não existe. Se
estivermos de olhos abertos ou não, pouco importa, estamos vivendo a
consciência ampla, na exata esquina que a eternidade permite existir.
São
eles, a Consciência (Espírito) e o Tempo (Deus) as duas grandezas que inferem
todos os fenômenos possíveis a deflagrarem Universo afora. Na primeira, a
presença de todos os conhecimentos e práticas que traduzem a sabedoria de toda
a criação. No segundo, a fenda da eternidade que permite o caminho da
simplicidade à angelitude.
Assim
ladeados em harmonia, a consciência e o tempo desafiam todas as lacunas que as
passagens pelos períodos curtos e longos lhes permitem na jornada. Juntos
atravessamos as mais tresloucadas odisséias, muitas das quais tombaram no
esquecimento, passados tantos séculos na história de nossas tantas existências.
Importante,
então que aprendamos a refletir nos diminutos portais que nos fazem concentrar
na associação consciência/tempo. Afinal estamos no final de uma etapa,
compreendida pelos 365 dias do giro da Terra em torno do Sol, para que se
inicie uma nova viagem de trajetória em espiral semelhante. Na linguagem
popular, estamos deixando para trás o ano de 2012 para mergulharmos na dimensão
de 2013. E isso não deixa de ser uma das passagens que precisamos perceber se
quisermos acrescentar ao tempo de hoje a consciência que aspiramos alimentar.
Estar
atentos ao presente é a maior das tarefas que a consciência e o tempo nos
solicitam. Não há lapsos. É o segundo, o minuto, o dia, o mês, o ano, o
século... Fatalmente tudo se produz em
nossas existências pelo segundo que se multiplica. Fecundar a vida da boa
intenção em relação ao outro é o único tijolo que a vida nos põe à mão. A
felicidade dos bons Espíritos, segundo a resposta da questão 967 de O Livro dos
Espíritos “consiste em conhecer todas as coisas; não
ter ódio, ciúme, inveja, ambição e nenhuma das paixões que fazem a infelicidade
dos homens...”
Não há
exigências externas, senão aproveitarmos o tempo de agora para consultar a
própria consciência, internamente. Sabermos se estamos dispostos a fazer a
diferença é a nossa grande necessidade. Há muitas pessoas que apenas se esmeram
em fazer igual ao que já fizeram outras vezes, posto ser essa a forma que
decidiram para manterem a própria consciência ocupada no tempo em que se
permitem. E nós outros? Ao que estamos dispostos nesses pequenos chamados de
consciência que o tempo nos proporciona? Estamos convictos de que conseguiremos
nos tornar o melhor de si mesmo que pudermos ser nesse momento?
Aproveitemos
todos os portais, por menores que sejam eles, para aspirarmos a liberdade de
saber-nos a consciência-tempo que busca a felicidade a cada momento.
Feliz 2013.
(*) editorial do programa Antena Espírita de 30.12.2012 - Rádio Cidade 860 MHZ - domingo - 21:00h as 22:00h.
(**) médico e integrante da equipe do programa Antena Espírita
Excelente Edital! Gostei muito da matéria. Parabéns!
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