“Mas
doutô uma esmola
a um homem que é são
Ou lhe mata de vergonha
ou vicia o cidadão.”
a um homem que é são
Ou lhe mata de vergonha
ou vicia o cidadão.”
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
Os versos acima são de Vozes da Seca, baião composto por Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1953,
em protesto à grave seca que à época assolava o nordeste brasileiro. Segundo o
próprio Gonzaga, um deputado no Parlamento afirmou:
“Sr. Presidente, esse baião de Gonzaga e Zé Dantas vale por mais de cem
discursos.” A seca é tema de debates
no Congresso; em campanhas políticas; criação de Instituições; estudos;
pesquisas de cientistas. A solução definitiva, no entanto, não acontece.
Sessenta
anos depois de Vozes da Seca,
enfrentamos talvez a pior estiagem de toda a sua série, e o cenário é o mesmo.
No Brasil, secas ou enchentes – flagelos
destruidores naturais - as consequências são previsíveis; repetitivas.
Em
tempos de flagelos destruidores, o
Congresso cria as inócuas comissões parlamentares, como agora, que consomem
horas, recursos financeiros, falácias, promessas, programas, projetos.
Teimo em não concordar com Peter
Drucker (1909-2005), de origem austríaca, considerado o pai da administração
moderna, quando afirmou: “Na verdade, se esse século confirma alguma
coisa, é a inutilidade da política.” Drucker foi o grande visionário do
século XX quanto ao fenômeno dos efeitos da Globalização na economia e em
geral.
A
teimosia reside na minha convicção espírita. Allan Kardec, em o “O Credo Espírita” afirma que “A
questão social não tem, pois, por ponto de partida a forma de tal ou qual
instituição; ela está toda no melhoramento moral dos indivíduos e das massas.
Não basta se cubra de verniz a corrupção, é indispensável extirpar a
corrupção.”
A Doutrina Espírita é
otimista quanto ao futuro do homem e da Humanidade, e não poderia ser
diferente. Calcada na lei do Progresso,
faz com que enxerguemos a justiça Divina em tudo, tendo como paradigma
evolutivo a reencarnação do Espírito.
Em
“O Livro dos Espíritos” - lei de Destruição -, os Espíritos
Reveladores afirmam que os flagelos
destruidores são ações da Providência Divina para que a Humanidade avance
mais depressa na sua regeneração moral. A visão ainda obscurecida pela
materialidade que reina na vida de relação dificulta observarmos o fim para
apreciarmos os resultados.
O
Espírito Santo Agostinho em “O Evangelho
Segundo o Espiritismo” é peremptório ao esclarecer que nos Mundos de Provas e Expiações, como é o
nosso, ”os Espíritos exilados têm de
lutar, ao mesmo tempo, contra a perversidade dos homens e a inclemência da
natureza, trabalho duplamente penoso, que desenvolve a uma só vez as qualidades
do coração e as da inteligência.”
Os
flagelos destruidores têm utilidade
não só no aspecto moral como físico também.
No
aspecto físico, transformam o estado de uma região que será usufruído nas
gerações futuras. A transposição do São Francisco é exemplo adequado, quando
ocorrer.
Quanto
ao quesito moral, proporciona ao homem exercitar a sua inteligência e estimular
a sua paciência e resignação ante a vontade de Deus. Ao mesmo tempo,
proporciona o desenvolvimento dos sentimentos de abnegação, de desinteresse
próprio e de amor ao próximo, superando estágios ainda dominados pelo egoísmo.
As campanhas de amparo às vítimas organizadas pela sociedade civil é um belo
exemplo de amor ao próximo.
Nos
comentários adicionais à questão 741 de “O
Livro dos Espíritos” sobre os flagelos destruidores, naturais e
independentes da vontade do homem – a fome, a peste, as inundações, as
intempéries fatais à produção (seca) -, Kardec considera as possibilidades que
são geradas pelo avanço da Ciência e o aperfeiçoamento da agricultura, nos
afolhamentos e nas irrigações, condições concretas e objetivas para pelo menos
atenuar os desastres. Vejamos o exemplo de Israel.
O
homem não faz uso dessas bênçãos da Divindade pelo império do egoísmo que
favorece a corrupção, fenômeno cultural na política brasileira.
A
Doutrina Espírita alarga o conhecimento sobre esses aspectos e explica as
recompensas que as “vítimas” receberão no futuro, em sabendo aceitá-las.
O
Espiritismo torna compreensiva a assertiva de Jesus:
“- Bem
aventurados os aflitos!”
A compreensão gera a obediência e a
resignação, não o conformismo.
Amparemos esses nossos irmãos naquilo que nos
for possível, presente o chamado dos Reveladores Celestes na questão 930, de “O Livro dos Espíritos”:
“- Numa sociedade organizada segundo a
lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome.”
...
E sede!
Post Scriptum:
1ª a foto: é do Pe. Djacir Brasileiro, de Piancó (PB), voz denunciante do descaso dos políticos com os sertanejos paraibanos que padecem as aflções causadas pela seca.
2ª foto: o sertanejo suporta o odor pútrido do animal morto, por questões éticas, em abandoná-lo à margem da estrada, pouco mais de 20 metros da sua residência.
1ª a foto: é do Pe. Djacir Brasileiro, de Piancó (PB), voz denunciante do descaso dos políticos com os sertanejos paraibanos que padecem as aflções causadas pela seca.
2ª foto: o sertanejo suporta o odor pútrido do animal morto, por questões éticas, em abandoná-lo à margem da estrada, pouco mais de 20 metros da sua residência.
Quando eu mudo , o meio a minha volta também muda.Se for para o bem, melhor ainda!
ResponderExcluirParabéns sempre, todos os dias, pelo blog... Parabéns!!!
ResponderExcluirParabéns amigo! Vc foi muito feliz!
ResponderExcluirMuito bom Jô. Parabéns!
ResponderExcluirMuita paz!
Argumentacao espirita certeira !!!! Bjao. Aline Loiola.
ResponderExcluirParabéns pelo texto. No Ceará, a quantidade de chuvas anuais é infinitamente superior às da regiões tórridas da península arábica, mas lá eles não sofrem seca. Motivo? Uso de tecnologias para o uso da água. O problema da seca no Nordeste é muito mais político que natural. Não se concebe que em pleno século XXI eu veja aqui na minha terra (Crateús) carcaças de de animais que morreram de fome e sede. Hoje soube na rádio que se não chover até março a cidade (que é cidade pólo e tem quase 80 mil habitantes) vai ter que se sustentar de carros pipa! A seca rende voto aos políticos corruptos, pois cria voto de cabresto. Aliás, o problema muito mais que político é moral!
ResponderExcluirAlex Saraiva
Crateús/CE
Caro Alex!
ExcluirSeus comentários adicionais fortalecem a tese espírita, que possibilitou o ensaio acima. Vivi muito tempo no interior dos Estados de Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará, sei bem o que é uma seca e seus desdobramentos. Na realidade, falta vontade política para superarmos essas adversidades climáticas, não só no Nordeste, como no Sul e Sudoeste do País. Só sairemos dessa inércia com uma mobilização social integrada.
Abraços e fé a todos da sua região!
Postando no Facebook Amigo. Parabéns pelo belo artigo!!
ResponderExcluirCaríssimos e caríssimas!
ResponderExcluirAgradecido, sou, pelos comentários acerca do texto acima. Na verdade, o que possibilita essa perspectiva, é a Doutrina que todos nós abraçamos e a amamos: Espiritismo. Ele possibilita mundividência racional e lógica de todos os fenômenos que alcançam a nossa existência.
Continuem nos apoiando!
Abraço fraternal a todos!