sábado, 19 de janeiro de 2013

RETRATO






 Por Paulo Eduardo (*)


Firmar a máquina, enquadrar o alvo das atenções, espocar o “flash” e fixar o flagrante para a retentiva de leitores, assim trabalhou Gilberto Veras na produção do seu livro com o título de “Retrato”.

Imagens bem definidas, na moldura de capa das 41 poesias com idéias espíritas e muita sensibilidade. Um roteiro de harmonia para apaziguar os ânimos num vocabulário que transcende por enfeixar uma luz diferente pela beleza de expressões bem concatenadas.

O lirismo de um poeta que o tempo não apaga. Gilberto Veras, Engenheiro Civil, tem uma engenharia genética de raro sentir para dizer as coisas com ritmo e leveza, em época de tanta grosseria no falar ou escrever, sem a vigilância necessária para asserenar espíritos.

No sumário em que se projetam os assuntos trazidos por Gilberto Veras, tem-se, de logo, os títulos rotulando toda uma gama colorida de um devaneio puro. São as “coisas do coração” que só a poesia traduz, com o sentimento voltado para a grandeza da criação divina.

Um perfeito entrosamento, num retrato em corpo inteiro com a precisão de enfocar o espairecer da mente lúcida dos menestréis ou trovadores da elite que pensa de forma suave, num tangenciar de evocações que se renovam a cada dia.

Um livro, um retrato enfocando o eu, de forma mágica, na projeção do “sou o que sou”, revelando a simplicidade própria dos que versejam. Deambula o autor, por caminhos cuja navegação tem a suscetibilidade de marcar pontos na imaginação de “alta freqüência”, dando a precisão do Espiritismo para luzir em reformas interiores.

Livro didático para entender os passos para atingir a maioridade dos sentimentos dentro da sistemática divina. Um “retrato” que se observa com encantamento em cada página de singeleza.

O escritor enfoca “Deus” na objetiva do seu raciocínio que diz: “No homem alvo, / feições delicadas, / semblante compassivo, / e de terno olhar, / não O identifico. // Também não O menosprezo/ na pessoa poderosa, / antropomorfa, / sentada num trono, / imponente e de barba branca, / a mandar e desmandar. // ELE para mim é a força suprema, / energia infinita, magnífica e radiante, / que controla, governa/ e equilibra o universo sideral, / em absoluta harmonia. // É a expressão do incrível, / observada no aroma de uma flor, / na perfeição do vôo do pássaro, / na colaboração fraterna/ do trabalho de irracionais, / na sonoridade maviosa do sabiá, / no instinto de conservação de todos os seres, / e no amor incondicional e puro, / que pululante e sublime, / faz morada no coração de todas as mães”. 


(*) jornalista e integrante do programa Antena Espírita,


2 comentários:

  1. De uma sencibilidade incrível! Copiei!!!
    Parabéns!

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  2. Sinto-me honrado com o parecer do Dr. Paulo Eduardo, juiz de direito, íntimo da boa literatura e talentoso crítico literário. Sensibilizado, agradeço os comentários inteligentes e fraternos, revelados com a pena da síntese poética, qualidade rara encontrada tão somente em escritores consagrados, que conseguem harmonizar a precisão das palavras com a beleza da alma crescida. Amigo Paulo, forte abraço envolvido por sincera admiração.

    Gilberto Veras

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