segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A ETERNIDADE É HOJE (*)





 Por Roberto Caldas(**)



Historicamente convivemos em relações de culpa/castigo nos processos que nos dispõe frente a frente às escolhas da vida. Mormente no que importa ao posicionamento diante das questões de ordem espiritual aprendemos de forma determinista a evitar a trajetória do pecado pelo medo das penalidades no futuro. Nesses casos o medo passa a ser o elemento norteador de nossas atitudes e não necessariamente o haver compreendido qual a melhor decisão diante das bifurcações do caminho.
            De forma dogmática tememos de alguma forma uma corte que julga depois da morte, à guisa de tribunal que confere inocência ou culpabilidade para decretar o destino a ser seguido depois do veredicto. Isso não acontece apenas com os cristãos bíblicos, aqueles que ainda alimentam a idéia do céu e do inferno como destinos eternos. Também os espíritas, que substituíram pela expressão UMBRAL o destino posterior ao desencarne, vacilam receosos quanto ao futuro no plano espiritual, ainda influenciados pela idéia milenar que vincula a vida depois da morte com algum julgamento extemporâneo e sumário.


            Esquecemos que o processo da existência é continuamente pedagógico e que firmamos os resultados imediatamente ao que produzimos de ação. Sendo pedagógico o processo existencial, ele estabelece que não haja o binômio culpa/castigo e sim responsabilidade/responsabilização, cujos vetores de direção e sentido modificam-se de imediato enquanto caminhamos cada passo. Esse ajuste futuro, como a maioria espera é uma quimera, pois o tempo é aqui e agora, o céu e o inferno são estados em permanente possibilidade de troca e reciclagem todo o tempo, sem que se precise aguardar pelos anos a chegada da resposta pelo que fizemos.  

A Doutrina espírita faz-nos compreender que as existências podem ser várias, mas vida mesma só vivemos uma. Não há qualquer diferença entre o mundo espiritual e o mundo material quando consideramos o cotidiano do Espírito, a diferença se encontra apenas na percepção da estrutura fluídica que temos de um ou do outro lado, mas a estrutura é a mesma. É o que se entende na questão 153 de O Livro dos espíritos (Em que sentido se deve entender a vida eterna?), pois a posição dos Espíritos que montaram a Codificação passa simplicidade e clareza à questão: É a vida do Espírito que é eterna; porém, a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna”.

Fica claro que não precisamos temer o amanhã, porque é hoje que a vida há de mudar, no exato momento em que determinamos como nos posicionar diante dos reclamos do dia e a lei da vida eterna é que estaremos sempre na direção do ajuste de finalidades. Ainda que a estrada agora pareça cercada de desafios que inflijam dor e desatino, tristeza e lágrimas é possível com uma pequena ação fazê-la iniciar o trajeto de mudança. Vivemos num mundo de vibrações, embora não vejamos as vibrações e são elas que determinam a mudança dos contextos em que vivemos. Vibrar saúde, prosperidade, cortesia, honestidade ou os seus contrários define o campo energético de cada um e todos os resultados que merecemos. Não é a morte nem o amanhã que definem os nossos estados e sim a direção dos nossos pensamentos. Vivamos sem culpa e sem medos, com responsabilidade e paz na mente, pois se hoje é bom e faz bem aprendamos que a vida é hoje.       

 (*) editorial do programa Antena Espírita de 03.02.2013.
(**) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do G.E. Grão de Mostarda.

Um comentário:

  1. A Receita está dada... é só seguir. E assim não teremos receio do amanhã! Parabéns!!!

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