Por Roberto Caldas(**)
Historicamente convivemos em relações de
culpa/castigo nos processos que nos dispõe frente a frente às escolhas da vida.
Mormente no que importa ao posicionamento diante das questões de ordem
espiritual aprendemos de forma determinista a evitar a trajetória do pecado
pelo medo das penalidades no futuro. Nesses casos o medo passa a ser o elemento
norteador de nossas atitudes e não necessariamente o haver compreendido qual a
melhor decisão diante das bifurcações do caminho.
De
forma dogmática tememos de alguma forma uma corte que julga depois da morte, à
guisa de tribunal que confere inocência ou culpabilidade para decretar o
destino a ser seguido depois do veredicto. Isso não acontece apenas com os
cristãos bíblicos, aqueles que ainda alimentam a idéia do céu e do inferno como
destinos eternos. Também os espíritas, que substituíram pela expressão UMBRAL o
destino posterior ao desencarne, vacilam receosos quanto ao futuro no plano
espiritual, ainda influenciados pela idéia milenar que vincula a vida depois da
morte com algum julgamento extemporâneo e sumário.
Esquecemos
que o processo da existência é continuamente pedagógico e que firmamos os
resultados imediatamente ao que produzimos de ação. Sendo pedagógico o processo
existencial, ele estabelece que não haja o binômio culpa/castigo e sim
responsabilidade/responsabilização, cujos vetores de direção e sentido
modificam-se de imediato enquanto caminhamos cada passo. Esse ajuste futuro,
como a maioria espera é uma quimera, pois o tempo é aqui e agora, o céu e o
inferno são estados em permanente possibilidade de troca e reciclagem todo o
tempo, sem que se precise aguardar pelos anos a chegada da resposta pelo que
fizemos.
A
Doutrina espírita faz-nos compreender que as existências podem ser várias, mas
vida mesma só vivemos uma. Não há qualquer diferença entre o mundo espiritual e
o mundo material quando consideramos o cotidiano do Espírito, a diferença se
encontra apenas na percepção da estrutura fluídica que temos de um ou do outro
lado, mas a estrutura é a mesma. É o que se entende na questão 153 de O Livro dos espíritos (Em
que sentido se deve entender a vida eterna?), pois a posição dos Espíritos que
montaram a Codificação passa simplicidade e clareza à questão: ”É a vida do Espírito que é eterna; porém, a do corpo é
transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna”.
Fica claro que não precisamos temer o amanhã, porque é hoje que a
vida há de mudar, no exato momento em que determinamos como nos posicionar
diante dos reclamos do dia e a lei da vida eterna é que estaremos sempre na
direção do ajuste de finalidades. Ainda que a estrada agora pareça cercada de
desafios que inflijam dor e desatino, tristeza e lágrimas é possível com uma
pequena ação fazê-la iniciar o trajeto de mudança. Vivemos num mundo de
vibrações, embora não vejamos as vibrações e são elas que determinam a mudança
dos contextos em que vivemos. Vibrar saúde, prosperidade, cortesia, honestidade
ou os seus contrários define o campo energético de cada um e todos os
resultados que merecemos. Não é a morte nem o amanhã que definem os nossos
estados e sim a direção dos nossos pensamentos. Vivamos sem culpa e sem medos,
com responsabilidade e paz na mente, pois se hoje é bom e faz bem aprendamos
que a vida é hoje.
(*) editorial do programa Antena Espírita de 03.02.2013.
(**) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do G.E. Grão de Mostarda.
A Receita está dada... é só seguir. E assim não teremos receio do amanhã! Parabéns!!!
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