Por Roberto Caldas(**)
Allan Kardec, em
Obras Póstumas, no capítulo Constituição do Espiritismo, debruça-se sobre uma
questão que julgava de extrema importância para o futuro mundial da divulgação
da então doutrina nascente: a sua condução humana. Os anos passaram e
percebemos que a cada dia que passa
precisamos retornar ao mestre lionês para absorver de sua aura iluminada a
inspiração para manter na rota desejada a condução dos caminhos do movimento
espírita atual. Infelizmente ainda não conseguimos diminuir a diferença
gigantesca que existe entre os princípios doutrinários da Doutrina Espírita e a
sua prática apoiada nas decisões dos grupos que dirigem os destinos das casas
constituídas para a sua disseminação no planeta, especialmente no Brasil,
considerado como o maior país espírita.
O saudoso prof. Herculano Pires, na
Obra O Centro Espírita é incisivo ao declarar que “Se os espíritas soubessem o
que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação,
o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da
Terra”. Não temos a menor dúvida que o emérito professor está coberto de razão
em seus arrazoados que justificam a expressão condicional SE SOUBESSEM.
A casa espírita se constitui num
ponto geográfico onde aporta a mensagem da Doutrina Espírita com a finalidade
de iluminar mentes com as instruções baseadas única e exclusivamente na
Codificação de Kardec validadas pela releitura da doutrina moral de Jesus.
Lógico que essa orientação presume e impõe todo o respeito a qualquer
agremiação não espírita que, por escolha deliberada resolva trilhar por outras
filosofias e pensamentos, porém sabendo separar as práticas espíritas daquelas
que não o são. A importação de idéias que acabam por enxertar conceitos apenas
confunde e desencaminha a verdadeira prática espírita.
É fundamental que respeitemos e até
admiremos os grandes movimentos que se impõem para a melhoria da sociedade, sem
contudo querermos utilizar o centro espírita como campo de experiência para o
exercício dessas especialidades. Manter a simplicidade das práticas espíritas
com a seriedade do estudo de Kardec que se impõe na análise de cada atividade a
ser realizada é o suficiente para manter o grupamento espírita no caminho
esperado pelo Codificador.
Espera-se que a melhor atitude a ser
tomada pelos dirigentes espíritas diante dos desafios da renovação das atividades,
a serem realizadas nos centros espíritas, seja consultar o que está
disponibilizado no conjunto de obras que, o já citado Herculano Pires, no livro
A Pedra e o Joio, chamou de “a pedra de toque” referindo-se ao Pentateuco
Kardeciano, se não quisermos mergulhar numa confusão cada vez maior de
conceitos.
Louvemos todos os conhecimentos que
tenham o objetivo de engrandecer a condição humana. Serremos fileira em todos
os movimentos que se formem para a conquista de melhores dias para o planeta.
Aprendamos a cada dia a enaltecer as grandes atividades humanas. Para tanto não
será jamais necessário que abramos mão da condição de fazermos do centro
espírita a casa de Kardec e de Jesus.
(*) Editorial do programa Antena Espírita de 17.02.2013.
(**) integrante do programa Antena Espírita e voluntário do C. E. Grão de Mostarda.
Sempre muito inspirado e inspiradores os textos do Irmão Roberto Cardas. Parabéns!!!
ResponderExcluirParabéns ao confrade Roberto Caldas pela lucidez do artigo. Infelizmente, não vislumbramos, a curto prazo, atitudes tenazes para se reverter o presente quadro. Muitos insistem em "fazer" Espiritismo "à moda da casa".
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