terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CENTRO ESPÍRITA X PUREZA DOUTRINÁRIA (*)





          

 Por Roberto Caldas(**)


           Allan Kardec, em Obras Póstumas, no capítulo Constituição do Espiritismo, debruça-se sobre uma questão que julgava de extrema importância para o futuro mundial da divulgação da então doutrina nascente: a sua condução humana. Os anos passaram e percebemos que a  cada dia que passa precisamos retornar ao mestre lionês para absorver de sua aura iluminada a inspiração para manter na rota desejada a condução dos caminhos do movimento espírita atual. Infelizmente ainda não conseguimos diminuir a diferença gigantesca que existe entre os princípios doutrinários da Doutrina Espírita e a sua prática apoiada nas decisões dos grupos que dirigem os destinos das casas constituídas para a sua disseminação no planeta, especialmente no Brasil, considerado como o maior país espírita.
            O saudoso prof. Herculano Pires, na Obra O Centro Espírita é incisivo ao declarar que “Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra”. Não temos a menor dúvida que o emérito professor está coberto de razão em seus arrazoados que justificam a expressão condicional SE SOUBESSEM.

            A casa espírita se constitui num ponto geográfico onde aporta a mensagem da Doutrina Espírita com a finalidade de iluminar mentes com as instruções baseadas única e exclusivamente na Codificação de Kardec validadas pela releitura da doutrina moral de Jesus. Lógico que essa orientação presume e impõe todo o respeito a qualquer agremiação não espírita que, por escolha deliberada resolva trilhar por outras filosofias e pensamentos, porém sabendo separar as práticas espíritas daquelas que não o são. A importação de idéias que acabam por enxertar conceitos apenas confunde e desencaminha a verdadeira prática espírita.
            É fundamental que respeitemos e até admiremos os grandes movimentos que se impõem para a melhoria da sociedade, sem contudo querermos utilizar o centro espírita como campo de experiência para o exercício dessas especialidades. Manter a simplicidade das práticas espíritas com a seriedade do estudo de Kardec que se impõe na análise de cada atividade a ser realizada é o suficiente para manter o grupamento espírita no caminho esperado pelo Codificador.
            Espera-se que a melhor atitude a ser tomada pelos dirigentes espíritas diante dos desafios da renovação das atividades, a serem realizadas nos centros espíritas, seja consultar o que está disponibilizado no conjunto de obras que, o já citado Herculano Pires, no livro A Pedra e o Joio, chamou de “a pedra de toque” referindo-se ao Pentateuco Kardeciano, se não quisermos mergulhar numa confusão cada vez maior de conceitos.
            Louvemos todos os conhecimentos que tenham o objetivo de engrandecer a condição humana. Serremos fileira em todos os movimentos que se formem para a conquista de melhores dias para o planeta. Aprendamos a cada dia a enaltecer as grandes atividades humanas. Para tanto não será jamais necessário que abramos mão da condição de fazermos do centro espírita a casa de Kardec e de Jesus.   

(*) Editorial do programa Antena Espírita de 17.02.2013.
(**) integrante do programa Antena Espírita e voluntário do C. E. Grão de Mostarda.

2 comentários:

  1. Sempre muito inspirado e inspiradores os textos do Irmão Roberto Cardas. Parabéns!!!

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  2. Parabéns ao confrade Roberto Caldas pela lucidez do artigo. Infelizmente, não vislumbramos, a curto prazo, atitudes tenazes para se reverter o presente quadro. Muitos insistem em "fazer" Espiritismo "à moda da casa".

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