Por Gilberto Veras (*)
Nós, criaturas da Terra, incipientes na
caminhada evolutiva, guardamos no coração amor um tanto quanto adulterado, isso
porque o sentimento áureo, em sua essência divina, é recurso poderoso da alma
para impulsioná-la ao encontro do seu destino, que é a felicidade, no entanto,
o uso que damos a esse instrumento precioso está muito distante daquele
projetado pelo Alto. Por sermos, ainda imperfeitos, embora perfectíveis, cada
qual em diferentes graus de melhoramento, direcionamos o amor, quase sempre com
fins imediatistas e materialistas, amamos, aquilo que nos seduz pelo gozo e
prazer propiciado pela matéria, nada mais do que natural, pois o mundo denso
nos é necessário ao aprendizado promovedor do Espírito e, a Inteligência
Suprema criadora, em sua Infinita Sabedoria, o dotou de encantos incentivadores
como canais acessíveis a todos no desenvolvimento do poder sentimental que
fecundou a vida. Com esses olhos identificamos, então, em nossa bagagem, dois
aspectos do amor, um limpo, puro, o espiritual, e o outro mesclado pela
matéria, o percentual de cada componente, neste caso, varia em função do avanço
espiritual em que se encontra a alma observada.
Não nos iludamos, o prazer recebido do amor
espiritual, quando alcançado, é muito mais agradável e compensador do que
oferece o outro, com aquele, o que não ocorre com este, sentimos a leveza da
fraternidade, que não discrimina, a tranquilidade da consciência, que pratica
justiça, a benevolência, que minimiza infortúnios e acalma corações sensíveis,
recordações do passado amoroso, que alimenta a alma com a força verde da
esperança.
De muito cuidado devemos nos valer ao
vivenciar o amor material para não sobrecarregar nossa alma com
comprometimentos que requerem ressarcimento da Justiça Divina. É preciso
atenção apurada para não incorrermos em ciladas apresentadas pelo mal em
euforia breve e enganadora, que nada acrescenta de ensinamento nem de exercício
desse sentimento energético que alimenta a força de viver com dignidade e
respeito às leis que conduzem, orientam e impulsionam o Espírito em marcha
vitoriosa, conforme programação estabelecida pelo Pai da Vida. Somos aprendizes
do amor, quanto mais nos habilitarmos a amar com e pelo o Espírito mais
conquistas divinas obteremos e mais próximos estaremos do aperfeiçoamento
feliz. O avanço é lento, muito lento, é verdade, e jamais finda porque a vida
se prolonga por toda a eternidade, no entanto entendamos que cada passo avante
é gratificado pela felicidade relativa, logo podemos, sim, afirmar que, mesmo
neste belo planeta azul, inferior por sua carga pesada de maldade, poderemos
desfrutar de bons momentos presentes na exercitação do bem, quando sentimos a
paz interior de servir o próximo com a fraternidade amorosa.
(*) poeta e escritor espírita. Autor de obras como: 20 Contos Conclusivos, Extrato do Ser, A Recompensa do Bem.
Sábias palavras! Muitos de nós usamos de sentimentos menos nobres,acreditando com nossos interesses que estamos afinados no amor...Ainda bem que existe a lei do progresso e leal para todos.
ResponderExcluirVanessa.