Por Francisco Castro (*)
- – Que tipos de pessoas frequentam
os CE’s?
A grande maioria das pessoas que
procura os Centros Espíritas o faz porque sabem que os espíritas têm como lema
a prática da caridade.
Mas há aqueles que procuram por
simples curiosidade, como nada encontram de maravilhoso ou de sobrenatural logo
desistem.
Há,
porém, a “grande legião dos descrentes e dos deserdados”, dos que
procuram algum tipo de resposta que não encontraram em outros lugares por onde
passaram, e que, pelo estudo da Doutrina encontram respostas seguras para suas
indagações, ali permanecem e podem se tornar até grandes colaboradores.
Há outro tipo de pessoas que procura
as casas espíritas, são os “espíritas sem o saberem”. Esses dois últimos
tipos, facilmente apreendem os princípios da Doutrina e se dedicam à sua
divulgação com grande entusiasmo: “Convencidos de que a existência
terrena é uma prova passageira, tratam de aproveitar os seus breves
instantes para avançar pela senda do progresso, única que os pode elevar na
hierarquia do mundo dos Espíritos, esforçando-se por fazer o bem e coibir os
seus maus pendores.”(Livro dos Médiuns-Nº 28, 3º)- Grifamos.
- – Quem deve manter o CE?
Sobre essa questão é bom
lembrarmos o que diz o Codificador, em Obras Póstumas, falando sobre as Vias e
Meios:
“Para alguém fazer alguma coisa de sério,
tem que se submeter às necessidades impostas pelos costumes da época em que
vive e essas necessidades são muito diversas das dos tempos da vida
patriarcal. O próprio interesse do Espiritismo exige, pois, que se apreciem os
meios de ação, para não ser forçoso parar a meio do caminho. Apreciemo-los,
portanto, uma vez que estamos num século em que é preciso calcular
tudo.”(Grifamos)
Por menor que seja um Centro Espírita, se não
funcionar em sede própria ou em regime de comodato, terá que arcar com despesas
de aluguel, IPTU, água e esgoto, energia, material de limpeza e higiene,
móveis, copos descartáveis, livros, e outras despesas de manutenção, por isso
deve formar um grupo de colaboradores (ou sócios), dispostos ao pagamento de
uma mensalidade, calculada com base em um orçamento prévio e pagas
adiantadamente, ou seja, o mês vincendo, para evitar que alguns compromissos
sejam honrados fora da data de vencimento. O grupo também pode fazer alguns
movimentos de arrecadação de fundos, tais como: Feira de livros, bazares,
almoços ou jantares em casas de confrades com a venda de convites etc.
- – Quais as atividades iniciais
que se deve implantar em um CE?
O Conselho Federativo Nacional,
órgão da Federação Espírita Brasileira, aprovou um conjunto de sugestões
publicadas, pela própria FEB, sob o título ORIENTAÇÃO AO CENTRO ESPÍRITA, e que
também se encontra disponível através da internet no site da FEB www.febnet.org.br ,
de onde destacamos as atividades transcritas abaixo:
I – Orientação
Reconhecer
que a vivência do Evangelho de Jesus-Cristo é o objetivo a ser atingido pela
humanidade;
II – Atividades Básicas
a) promover, com vistas ao
aprimoramento íntimo de seus frequentadores, o estudo metódico e sistemático e
a explanação:
1. – da Doutrina espírita no seu
tríplice aspecto – científico, filosófico e religioso – consubstanciada na
Codificação Kardequiana;
2. – do Evangelho, segundo a Doutrina
Espírita;”
b) promover a evangelização da
criança, à luz da Doutrina Espírita;
c) incentivar e orientar o jovem para
o estudo e a prática da Doutrina Espírita e favorecer-lhe a integração nas
tarefas do Centro Espírita;
d) promover a divulgação da Doutrina
Espírita, também através do Livro;
e) promover o estudo da mediunidade,
visando oferecer orientação segura para as atividades mediúnicas;
f) realizar atividades de assistência
espiritual, mediante a utilização dos recursos oferecidos pela Doutrina
Espírita, inclusive reuniões mediúnicas privativas de desobsessão;
g) manter um trabalho de atendimento
fraterno, através do diálogo, com orientação e esclarecimento às pessoas que
buscam o Centro Espírita;
h) promover o serviço de assistência
social espírita, assegurando as características beneficentes, preventivas e
promocionais, conjugando a ajuda material e espiritual, fazendo com que este
serviço se desenvolva concomitantemente com o atendimento às necessidades de
evangelização;
i) incentivar e orientar a
instituição do Culto do Evangelho no Lar.
III - Atividades Administrativas (Ver
a publicação Manual de Orientação ao Centro Espírita)
IV - Atividades de Comunicação (Ver o
Manual...)
V – Atividades de Unificação (Ver o
Manual...)
Essa publicação ORIENTAÇÃO AO CENTRO
ESPÍRITA contém todo um conjunto de orientações de reuniões que podem ser
adotadas pelo CE à medida que for adquirindo as condições para sua implantação.
- – Com que objetivo devem ser
realizadas as atividades de um CE?
“O
Centro Espírita deve proporcionar aos seus frequentadores oportunidade de
exercitar o seu aprimoramento íntimo pela vivência do Evangelho em seus
trabalhos, tais como os de estudo, de orientação, esclarecimento, ajuda e
consolação;” (Orientação Ao Centro Espírita – ed. FEB, p.14 )-Grifamos.
- – Como o CE pode atender às suas
finalidades?
“Para
bem atender às suas finalidades, o Centro Espírita deve ser núcleo de
estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de
Jesus, à luz da Doutrina Espírita;”(Orientação Ao Centro Espírita – ed.
FEB, p.13) – Grifamos.
- – Qual a importância de um CE?
“Os
Centros Espíritas como escolas de formação espiritual e moral que devem
ser, desempenham papel relevante na divulgação do Espiritismo e no
atendimento a todos que nele buscam orientação e amparo;” (Orientação Ao Centro
Espírita – ed. FEB, p.13)- Grifamos.
Receberemos
com prazer os comentários e/ou sugestões do leitor, que poderão nos auxiliar no
desenvolvimento e aperfeiçoamento desse trabalho.
Na
próxima semana daremos continuidade com a Parte IV.
(*) Voluntário do Centro Espírita Grão de Mostarda, do Programa de Rádio
Antena Espírita e do Blog Canteiro de Ideias.
Está tudo muito bem pontuado, irretocável. Creio que deveríamos reler essas finalidades no centro com frequência, como o motorista que consulta o roteiro a cada lance do Caminho percorrido... Porque é comum e até compreensível que nos equivoquemos com a sinalização e tomemos vias que levam a outros destinos, indesejáveis. Quando nos damos conta e voltamos atrás, perdemos apenas o tempo; se ganhamos experiência, já não é tão mau. Complicado é quando andamos tanto por rotas estranhas, a ponto de tornar-se impraticável e desmotivador o retorno ao Caminho. Aí a gente pode chamar, efetivamente, de des-Caminho. Empreguei Caminho com maiúscula de propósito, em seu sentido simbólico (por lembrar de Jesus, o homem do Caminho, ele também Caminho, Verdade e Vida). Penso que a tarefa de Unificação seja a mais difícil, por ter que exemplificar o Caminho, identificar o des-Caminho e propiciar a correção de rumos, com inteligência e bondade, para que a desmotivação e os acidentes de percurso tornem-se menos sofríveis. Sugiro que o autor, em seu próximo texto (ou mais à frente), trabalhe os seguintes motes:
ResponderExcluira) O QUE FARIA ALLAN ALLAN KARDEC ASSUMISSE A LIDERANÇA DO MOVIMENTO ESPÍRITA BRASILEIRO NOS DIAS DE HOJE... POR ONDE COMEÇARIA? COMO FARIA A CORREÇÃO DE RUMOS?
b) POSTURAS DO TRABALHADOR E DOS ÓRGÃOS DA UNIFICAÇÃO ESPÍRITA (o que não deve faltar neles).
Meu Caro Anônimo, obrigado por seus comentários que muito acrescentam aos que faço sobre o assunto. Os leitores, com certeza, aproveitarão bastante das suas ideias. Quanto às suas perguntas, penso resumir a minha resposta da seguinte forma: Não precisa Kardec assumir a condução do Movimento Espírita, basta que os espíritas sigam as suas ideias e tudo o cabedal de orientações que ele recebeu da espiritualidade e que se encontra de forma tão clara na Codificação Espírita, também chamada de Codificação Kardeciana!
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