domingo, 28 de junho de 2015

COMO FUNDAR UM CENTRO ESPÍRITA - PARTE III






Por Francisco Castro (*)

  1. – Que tipos de pessoas frequentam os CE’s?

A grande maioria das pessoas que procura os Centros Espíritas o faz porque sabem que os espíritas têm como lema a prática da caridade.
Mas há aqueles que procuram por simples curiosidade, como nada encontram de maravilhoso ou de sobrenatural logo desistem.
Há, porém, a “grande legião dos descrentes e dos deserdados”, dos que procuram algum tipo de resposta que não encontraram em outros lugares por onde passaram, e que, pelo estudo da Doutrina encontram respostas seguras para suas indagações, ali permanecem e podem se tornar até grandes colaboradores.
Há outro tipo de pessoas que procura as casas espíritas, são os “espíritas sem o saberem”. Esses dois últimos tipos, facilmente apreendem os princípios da Doutrina e se dedicam à sua divulgação com grande entusiasmo: “Convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira, tratam de aproveitar os seus breves instantes para avançar pela senda do progresso, única que os pode elevar na hierarquia do mundo dos Espíritos, esforçando-se por fazer o bem e coibir os seus maus pendores.”(Livro dos Médiuns-Nº 28, 3º)- Grifamos.

  1. – Quem deve manter o CE?

Sobre essa questão é bom lembrarmos o que diz o Codificador, em Obras Póstumas, falando sobre as Vias e Meios:

 “Para alguém fazer alguma coisa de sério, tem que se submeter às necessidades impostas pelos costumes da época em que vive e essas necessidades são muito diversas das dos tempos da vida patriarcal. O próprio interesse do Espiritismo exige, pois, que se apreciem os meios de ação, para não ser forçoso parar a meio do caminho. Apreciemo-los, portanto, uma vez que estamos num século em que é preciso calcular tudo.”(Grifamos)

Por menor que seja um Centro Espírita, se não funcionar em sede própria ou em regime de comodato, terá que arcar com despesas de aluguel, IPTU, água e esgoto, energia, material de limpeza e higiene, móveis, copos descartáveis, livros, e outras despesas de manutenção, por isso deve formar um grupo de colaboradores (ou sócios), dispostos ao pagamento de uma mensalidade, calculada com base em um orçamento prévio e pagas adiantadamente, ou seja, o mês vincendo, para evitar que alguns compromissos sejam honrados fora da data de vencimento. O grupo também pode fazer alguns movimentos de arrecadação de fundos, tais como: Feira de livros, bazares, almoços ou jantares em casas de confrades com a venda de convites etc.

  1. – Quais as atividades iniciais que se deve implantar em um CE?

O Conselho Federativo Nacional, órgão da Federação Espírita Brasileira, aprovou um conjunto de sugestões publicadas, pela própria FEB, sob o título ORIENTAÇÃO AO CENTRO ESPÍRITA, e que também se encontra disponível através da internet no site da FEB www.febnet.org.br , de onde destacamos as atividades transcritas abaixo:

I – Orientação
            Reconhecer que a vivência do Evangelho de Jesus-Cristo é o objetivo a ser atingido pela humanidade;
II – Atividades Básicas
a) promover, com vistas ao aprimoramento íntimo de seus frequentadores, o estudo metódico e sistemático e a explanação:
1.      – da Doutrina espírita no seu tríplice aspecto – científico, filosófico e religioso – consubstanciada na Codificação Kardequiana;
2.      – do Evangelho, segundo a Doutrina Espírita;”

b) promover a evangelização da criança, à luz da Doutrina Espírita;
c) incentivar e orientar o jovem para o estudo e a prática da Doutrina Espírita e favorecer-lhe a integração nas tarefas do Centro Espírita;
d) promover a divulgação da Doutrina Espírita, também através do Livro;
e) promover o estudo da mediunidade, visando oferecer orientação segura para as atividades mediúnicas;
f) realizar atividades de assistência espiritual, mediante a utilização dos recursos oferecidos pela Doutrina Espírita, inclusive reuniões mediúnicas privativas de desobsessão;
g) manter um trabalho de atendimento fraterno, através do diálogo, com orientação e esclarecimento às pessoas que buscam o Centro Espírita;
h) promover o serviço de assistência social espírita, assegurando as características beneficentes, preventivas e promocionais, conjugando a ajuda material e espiritual, fazendo com que este serviço se desenvolva concomitantemente com o atendimento às necessidades de evangelização;
i) incentivar e orientar a instituição do Culto do Evangelho no Lar.
III - Atividades Administrativas (Ver a publicação Manual de Orientação ao Centro Espírita)
IV - Atividades de Comunicação (Ver o Manual...)
V – Atividades de Unificação (Ver o Manual...)

Essa publicação ORIENTAÇÃO AO CENTRO ESPÍRITA contém todo um conjunto de orientações de reuniões que podem ser adotadas pelo CE à medida que for adquirindo as condições para sua implantação.
  1. – Com que objetivo devem ser realizadas as atividades de um CE?

“O Centro Espírita deve proporcionar aos seus frequentadores oportunidade de exercitar o seu aprimoramento íntimo pela vivência do Evangelho em seus trabalhos, tais como os de estudo, de orientação, esclarecimento, ajuda e consolação;” (Orientação Ao Centro Espírita – ed. FEB, p.14 )-Grifamos.

  1. – Como o CE pode atender às suas finalidades?

“Para bem atender às suas finalidades, o Centro Espírita deve ser núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita;”(Orientação Ao Centro Espírita – ed. FEB, p.13) – Grifamos.

  1. – Qual a importância de um CE?

“Os Centros Espíritas como escolas de formação espiritual e moral que devem ser, desempenham papel relevante na divulgação do Espiritismo e no atendimento a todos que nele buscam orientação e amparo;” (Orientação Ao Centro Espírita – ed. FEB, p.13)- Grifamos.

Receberemos com prazer os comentários e/ou sugestões do leitor, que poderão nos auxiliar no desenvolvimento e aperfeiçoamento desse trabalho.


Na próxima semana daremos continuidade com a Parte IV.

(*) Voluntário do Centro Espírita Grão de Mostarda, do Programa de Rádio Antena Espírita e do Blog Canteiro de Ideias.

2 comentários:

  1. Está tudo muito bem pontuado, irretocável. Creio que deveríamos reler essas finalidades no centro com frequência, como o motorista que consulta o roteiro a cada lance do Caminho percorrido... Porque é comum e até compreensível que nos equivoquemos com a sinalização e tomemos vias que levam a outros destinos, indesejáveis. Quando nos damos conta e voltamos atrás, perdemos apenas o tempo; se ganhamos experiência, já não é tão mau. Complicado é quando andamos tanto por rotas estranhas, a ponto de tornar-se impraticável e desmotivador o retorno ao Caminho. Aí a gente pode chamar, efetivamente, de des-Caminho. Empreguei Caminho com maiúscula de propósito, em seu sentido simbólico (por lembrar de Jesus, o homem do Caminho, ele também Caminho, Verdade e Vida). Penso que a tarefa de Unificação seja a mais difícil, por ter que exemplificar o Caminho, identificar o des-Caminho e propiciar a correção de rumos, com inteligência e bondade, para que a desmotivação e os acidentes de percurso tornem-se menos sofríveis. Sugiro que o autor, em seu próximo texto (ou mais à frente), trabalhe os seguintes motes:
    a) O QUE FARIA ALLAN ALLAN KARDEC ASSUMISSE A LIDERANÇA DO MOVIMENTO ESPÍRITA BRASILEIRO NOS DIAS DE HOJE... POR ONDE COMEÇARIA? COMO FARIA A CORREÇÃO DE RUMOS?

    b) POSTURAS DO TRABALHADOR E DOS ÓRGÃOS DA UNIFICAÇÃO ESPÍRITA (o que não deve faltar neles).

    ResponderExcluir
  2. Francisco Castro de Sousa30 de junho de 2015 às 23:44

    Meu Caro Anônimo, obrigado por seus comentários que muito acrescentam aos que faço sobre o assunto. Os leitores, com certeza, aproveitarão bastante das suas ideias. Quanto às suas perguntas, penso resumir a minha resposta da seguinte forma: Não precisa Kardec assumir a condução do Movimento Espírita, basta que os espíritas sigam as suas ideias e tudo o cabedal de orientações que ele recebeu da espiritualidade e que se encontra de forma tão clara na Codificação Espírita, também chamada de Codificação Kardeciana!

    ResponderExcluir