quinta-feira, 11 de junho de 2015

CRÔNICAS DO COTIDIANO: "O MAGISTRADO E O NAZARENO"




“Graças te dou a ti, Pai, Senhor do Céu e da
Terra, porque escondeste estas coisas aos
sábios e prudentes, e as revelaste
aos simples e pequeninos.”
(Jesus, Mt, 11:25)



            Por Jorge Luiz (*)



Personalidade representativa da República, afirmou recentemente nas redes sociais que “o juiz deve ter remuneração muito elevada para não ter preocupação de ordem material. É fator primordial de sua independência”. A afirmação tenta justificar o aumento dos magistrados do judiciário, que deverá beirar a casa dos seis dígitos, de onde é fácil se concluir, segundo o magistrado, que para ser honesto, basta ser rico. É de um simplismo sem retoques.
            Riqueza não é sinônimo de honradez, basta olhar as manchetes dos órgãos de imprensa nacionais e internacionais. O que dizer, então, da catadora de material reciclável que encontrou duzentos e cinquenta mil reais no lixo, que pertencia ao Hospital do Câncer de Barretos e que não teve nenhuma dúvida em devolvê-los, apesar do seu salário ainda está na casa dos três dígitos:
            Quando os valores da Humanidade forem regidos pelo clarão da Boa Nova, relações sociais se pautarão sob a máxima do Meigo Nazareno:

 “(...) Porque a todo aquele a quem muito foi dado muito será pedido, e ao que muito confiaram, mais contas lhe tomarão.” (Lc, XII:47-48).


É natural, portanto, que para os deslizes daqueles que detêm muitos conhecimentos, serão aplicadas penalidades maiores aos daqueles que poucos conhecimentos adquiriram na existência. Assim será o reino de amor, justiça e caridade.
            Jesus afirmou que “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.” (Mc 19:25). Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Esperitismo”, XVI:7, esclarece com muita propriedade que a riqueza não é obstáculo à plenificação espiritual, mas fica óbvio que não deixa de ser uma prova arriscada, mais perigosa que a miséria. Kardec segue os ensinamentos dos Benfeitores Celestes colocados na questão nº 814 de “O Livro dos Espíritos”, quando afirmam da miséria e riqueza, como provação:

“– Tanto uma como a outra. A miséria provoca a murmuração contra a Providência, a riqueza leva a todos os excessos.”

Nos comentários adicionais à questão citada, Allan Kardec torna a situação mais clara ao dizer:

“quanto mais o homem for rico e poderoso mais obrigações tem a cumprir, maiores são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo uso que faz de seus bens e do seu poder.”

            A riqueza apesar de excitar as paixões e muitos males como a corrupção que grassa o Brasil, não resulta da riqueza, mas da inferioridade moral característica dos Espíritos aqui reencarnados. Entretanto, cabe ao homem transformá-la em proveito da coletividade, espargindo o bem comum, muito embora seja atributo de progresso moral, é sem sombra de dúvida, um poderoso elemento do progresso intelectual, que logo alavancará o progresso moral, como exultam os Espíritos Reveladores na questão nº 780 “a”, de “O Livro dos Espíritos”:

“Dando a compreensão do bem e do mal, (o progresso intelectual) pois então o homem pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio segue-se o desenvolvimento da inteligência e aumenta a reponsabilidade do homem pelos seus atos.”
           
            A missão do homem inteligente na Terra, como a posição que ocupou o magistrado, é para que lhe oportunize condições de servir a coletividade, e não se servir dela. A inteligência é meritória para o Homem, assim como a enxada é para o trabalhador, desde que sirva aos desígnios do Senhor.
            O Espiritismo se tornará senso comum, condição irrevogável para nascer uma nova era da Humanidade, como explicam os Espíritos Superiores nas questões nºs. 798 a 802, do Livro III – Cap. VII, de “O Livro dos Espíritos.” pois destruirá o materialismo, grande fomentador do egoísmo e orgulho, duas chagas da sociedade, que emulam posições como a que tomou a Excelentíssima personalidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo. São Paulo. EME. 1969;
_____________ “O Livro dos Espíritos”. São Paulo. LAKE. 2014.


(*) blogueiro e expositor espírita.

2 comentários:

  1. ......e não se servir dela. Essa é a diferença! Fugimos o tempo inteiro da nossa responsabilidade com a coletividade,arranjando desculpas ou culpando alguém. Então , não adianta apenas irmos as ruas para pedirmos paz ou qualquer outra coisa. Porque essa mudança para a coletividade ou ao próximo começa em mim para o outro. Assim teremos uma sociedade digna das coisas boas tão almejadas.

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  2. A DOUTRINA ESPIRITA VEIO PRA ESCLARECER E MOSTRAR O QUE A IGREJA MANTINHA MANTIDO COMO SEGREDO NOS SEUS PURÕES, GRAÇAS A DOUTRINA DO ESPIRITISMO DE ALAN KARDEC, O MUNDO FICOU TENDO A CHANCE DE CONHECER O ESPIRITISMO.
    QUANTO AO LIVRE ARBITRIO, SEGUNDO O LIVRO DOS ESPIRITOS, ESCRITO POR ALAN KARDEC, DEIIXA A NÓS ESPIRITOS ENCARNADOS NA TERRA, LIVRES PARA AGIR TANTO PRA O BEM OU PARA O MAL, PRA DIANTE DAS PROVAS QUE TEMOS QUE PASSAR.


    BRUNO FILHO
    MEMBRO DA SOCIEDADE ESPIRITA DOUTOR ANTONIO JUSTA - FORT- CE-BRASIL.

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