Por Francisco Barbosa (*)
No cimo de um morro parou
E contemplou a paisagem
Ele estava de passagem
Havia sol e calor
Era um Mestre e ensinava
Apóstolos o rodeavam
E como sempre indagavam
Do que viam e se passava
A visão lhes dava idéia
O vento agitava o ar
O solo fértil a pisar
Olhando entre os milharais
Parados e admirados
Os mantos esfarrapados
O agitar dos trigais
À paisagem sorriu
Ao sol o Mestre apontou
A ambos abençoou
Num momento Refletiu:
Pôs em Jacob sua mão
No ombro a destra botou
E para os outros apontou
No vale a plantação
Espigas há que balouçam
Ao sol, triunfalmente
Outras que modestamente
Não se fazem que lhe ouçam
O homem desavisado
Somente avista as primeiras
E as inveja fagueiras
Fazendo-se enganado
O homem prudente não
As duas vai apanhar
Para a seguir comparar
Ter sua definição
A que ondeia no ar
É sempre chocha e falhada
Por isso é elevada
Não há nela o que pesar
A espiga que se curvou
Para o solo, está pesada
De grãos está carregada
Fartos, roliços, pesou.
Prestem vocês atenção
Disse o Mestre, enquanto desce
Entre os homens isto acontece
Sem diferenciação
E enrolando no busto
Nobre a capa escura
Desceu gozando a doçura
Dos vinhedos em arbusto
E suas sandálias iam
Ao grosso saibro esmagando
P´ra Galiléia andando
Tal como sempre faziam
(*) poeta, escritor, expositor espírita, membro da Academia Maçônica de Letras de Fortaleza.
Boa tirada!
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