Estreando mais cedo na prática sexual e estando
mais suscetíveis às influências dos adultos, as adolescentes são vítimas das
induções psicológicas da sociedade. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) de 2010, os últimos disponíveis, indicam que 877 mil
mulheres que têm hoje entre 20 e 24 anos se “casaram” quando tinham até 15.
Segundo estudo realizado pelo Instituto
Promundo entre 2013 e 2015, Maranhão e Pará são os Estados com maior
prevalência de “uniões” precoces. O levantamento mostra que as meninas se
“casam” e têm o primeiro filho, em média, aos 15 anos. A pesquisa atribui o
“casamento” infantil a três causas principais.
A primeira é vulnerabilidade das comunidades,
caracterizada por baixos níveis de escolaridade e infraestrutura, e fraca
presença do Estado. Em segundo lugar, as adolescentes querem sair da casa dos
pais porque desejam começar a namorar e, por isso, veem no “casamento” uma
forma de fuga das proibições dos pais. A terceira causa é a fragilidade das
estruturas familiares, que leva as meninas a buscar estabilidade e segurança
fora de casa.
A ânsia por liberdade, a desestrutura familiar
e a vulnerabilidade das comunidades atingem também os grandes centros urbanos,
especialmente a periferia das cidades. É o retrato de um Brasil sacudido por
uma violenta crise ética, alimentada pela petulância e cinismo presentes nalguns
juízes do ineficaz STF (nossa suprema corte de justiça) e da desonestidade de
políticos que deveriam dar exemplo de integridade moral e honradez.
A responsabilidade também pode ser
compartilhada com o povo, com os governantes, com os formadores de opinião e
pais de família, que, num exercício de anticidadania, aceitam que uma nação
além de corrupta seja ainda definida no exterior como o poleiro do sexo fácil,
barato, descartável. É triste, para não dizer trágico, ver o Brasil ser citado
como um paraíso cultural de promiscuidade, corrupção, um oásis excitante para
os turistas que querem satisfazer suas taras e fantasias sexuais com crianças e
adolescentes conterrâneos.
A juventude está atônita, sem alicerces morais
intensos, ofuscada, com influências extremamente sensualistas. Nas crônicas
históricas, jamais um jovem teve contato tão aberto com mensagens erotizantes
como nos dias atuais, graças à Internet. Esse trágico quadro moral nos remete à
filosofia do prazer que impulsiona a recondução do adolescente à era das
cavernas, fazendo-o mergulhar nos subterrâneos das orgias e ali entregando-se à
fuga da consciência e do raciocínio pela busca do deleite alucinado pelo prazer
imediato do sexo.
No Sudeste brasileiro há casos em que meninas
de 10 a 12 anos, frequentadoras dos típicos bailes (funk e análogos)
engravidam. No Nordeste há diversos casos de aliciamento de menores, muitas
vezes abusadas pelos próprios pais. Cada vez mais cedo, e com maior magnitude,
as excitações da criança e do adolescente germinam adicionadas pelos diversos e
desencontrados apelos das revistas libertinas, da mídia eletrônica, das drogas,
do consumismo impulsivo, do mau gosto comportamental, da banalidade exibida e
outras tantas extravagâncias, como espelhos claros de pais que relaxam em
demorar-se à frente da educação dos próprios filhos.
Uma adolescente que “casa” e ou engravida
precocemente é, sem dúvida, uma pessoa cujos direitos foram violados e cujo
futuro fica comprometido. O “casamento” e ou gravidez precoce ecoa a indigência
e a repressão de cúmplices (família e comunidade). Não obstante esse caótico
cenário, há muitas adolescentes que têm atividade religiosa oferecendo um
conjunto de valores morais que as encoraja a desenvolver comportamento sexual
equilibrado.
De ordinário, uma adolescente evangelizada,
fiel ao recado de Jesus (independente do rótulo religioso que abrace), é, quase
sempre, bastante rígida no que diz respeito à constituição familiar e abstenção
da prática sexual pré-marital.
Lembremos que pais equilibrados produzem lares
equilibrados; lares equilibrados resultam em filhos equilibrados, mesmo que
resvalem em algumas compreensíveis e pequenas falhas humanas
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