Toda pessoa que pretenda alcançar êxito em seus anseios de conquistas, de forma alguma pode negligenciar as convicções que norteiam suas crenças na direção dos objetivos que ambicione alcançar.
A concretização de toda tarefa vencedora traz em si uma série de exigências e renúncias durante a trajetória. Habitualmente ocorrem mudanças à medida que os passos avançam no tempo. Decidir qual porta abrir é iminente descarte de outras portas, que haverão de ficar fechadas e suas paisagens deixadas para trás. Aprender a cicatrizar perdas é parte do desiderato de quem segue adiante independente dos resultados imediatos.
Pedro havia negado Jesus naquela noite fatídica. Sua alma chorava o remorso e condenava a covardia daquele ato. Imaginava a agonia do amigo entregue à solidão do abandono. Ele que havia confessado o seu amor e a sua absoluta certeza de que daria a própria vida, se necessário fosse, para protegê-lo (Mateus XXVIII, 33 e 34). O galo cantara e, tristemente, sentia que era o verdadeiro prisioneiro daquela noite. Aquela madrugada certamente não o deixaria dormir. Não sabia, então, o que o aguardava para a consagração do seu amor pelo amigo que se despedia.
Reveses, tombos e aflições são bifurcações da estrada. Allan Kardec compara a caminhada do Espírito à visão de um homem que, de um planalto enxerga toda a planície à frente que precisa ser conquistada. Ele vê o ponto aonde deve chegar, mas não sabe quais os obstáculos que vai encontrar no passo a passo de sua exploração planície abaixo.
Nunca é tempo de desistir. Mesmo quando tudo pareça testemunhar contra as forças internas que parecem se exaurir. Nada mais útil nessas horas que consultar a essência dos afetos, reinterpretar a noção de profundidade significativa do ato de viver e reviver as memórias dos momentos em que foram abraçados os primeiros sonhos existenciais.
Pedro resistiu ao autolinchamento, reacendeu as esperanças e se submeteu às labaredas do seu amor por Jesus. Testemunhou todos os dias de sua vida a sua capacidade de superar os momentos de dor e não poupou um único minuto para apagar a dor da negação que o medo lhe impingiu. Suas convicções eram superlativas, e vencida a fragilidade daquele momento necessário ao seu amadurecimento se torna Pedro, o apóstolo de Jesus.
São tantos os obstáculos do caminho. São tantas as dores que visitam a nossa rotina. E tantos os testemunhos que nos levam à negação. Cada existência traz as aventuras do tamanho de nossas expectativas. Muitas aflições visitam as nossas noites e nublam dias de sol. Importa não se perder das convicções existenciais, estar conectado com a bússola dos sentimentos que acaloram a alma nas circunstâncias de maiores aflições. Quem resiste, supera o medo, quem porfia vence o remorso, quem permanece na luta encontra o consolo para a dor. De novo: Nunca é tempo de desistir.
Pedro superou a negação. Afirmou Jesus e se permitiu imolar na cruz com o sentimento de felicidade na alma. Finalmente se tornara fiel aos seus sentimentos e crenças.
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