segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

O MUNDO PEDE BOM SENSO - É POSSÍVEL?

 


Começar um novo ano é oportunidade de ouro para criar novas metas para projetos que se mostraram exitosos no ano que passou. Também se mostra como situação própria para revigorar ideias que não tenham atingido o objetivo ou ainda para iniciar novos planos de realização. De certa forma é com essa disposição que pessoas e empresas recebem um novo calendário. Atletas, empresários, políticos, professores, todos enfim se preparam para os desafios que definem a governança do novo ano.

            Basta um olhar cuidadoso aos espaços sociais para entender que o crescimento do planeta e o desenvolvimento da civilização dependem de uma continuada ação de drenar energias na direção do espírito comunitário e da sensibilidade aos segmentos da sociedade que permanecem esquecidos desde as primeiras incursões humanas na sociedade.  Nada que contrarie a perseguição natural de conquistas individuais, mas destituído desse senso mais universal, o cenário será sempre caótico, como é possível identificar à luz do dia.

            Allan Kardec na questão 685 – a questiona qual deve ser a atitude daqueles que conquistaram mais posses e robustez física deveriam adotar diante daqueles a quem faltem essas competências e os Espíritos Superiores são diretos em sua resposta: “o forte deve trabalhar para o fraco; na falta da família, a sociedade deve ampará-lo: é a lei da caridade”.

            Posteriormente, pondera em texto publicado em Obras Póstumas (obra compilada pelos dirigentes da Sociedade Parisiense de estudos Espíritas pós o desencarne do Codificador), intitulado O egoísmo e o orgulho – suas causas, seus efeitos e os meios de destruí-los, entre outras reflexões essas que seguem transcritas:” Não podem os homens ser felizes, se não viverem em paz, isto é, se não os animar um sentimento de benevolência, de indulgência e de condescendência recíprocas; numa palavra: enquanto procurarem esmagar-se uns aos outros. A caridade e a fraternidade resumem todas as condições e todos os deveres sociais; uma e outra, porém, pressupõem a abnegação. Ora, a abnegação é incompatível com o egoísmo e o orgulho; logo, com esses vícios, não é possível a verdadeira fraternidade, nem, por conseguinte, igualdade, nem liberdade, dado que o egoísta e o orgulhoso querem tudo para si”.

            Lamentavelmente a existência do abismo social e educacional, com todas as suas consequências de degradação humana vai à contramão da sociedade dita cristã, no Ocidente e particularmente no Brasil, mas se esforça em criar bolsões de esmolas sem empenho real em erradicar os nichos de miséria pela exaltação da condição humana que cada pessoa traz consigo. Ninguém, exceto por patologia grave, intelectual ou moral, é incapaz de manter-se dignamente na existência se alcançado pelas oportunidades de trabalho, educação e moradia.

            Derivando a moral de Jesus como ponto de apoio a sua prática, o espírita haverá de repassar a sua vista sobre os fatores de desigualdade e de ostracismos sociais. Baseado na lição da partilha do pão, que nos ensinou. Haverá de exaltar a caridade plena, a qual atenda ao desespero daquele a quem falte o alimento imediato, mas sabe que no planejamento do novo ano, exigir uma sociedade igualitária o aproxima do Mestre. 


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