sexta-feira, 30 de agosto de 2024

VOCÊ É POVO OU MASSA PARA O CAPITALISMO?

 

Por Ana Cláudia Laurindo

Estudar a sociedade não é tarefa fácil, porque no início aprendemos a conviver com o poder chamando de sociólogos e cientistas políticos aqueles que nunca estudaram Ciências Sociais e de política apenas entendem o valor econômico do processo que os envolve, ou seja, agradar ao poder.

O que parece ruim se torna bom, porque sedimenta a análise e o perfil sério de quem escreve com base em ciência e vivência, no desapego das migalhas senhoriais, sendo gente entre gente, a sobreviver com lutas impostas e acrescentadas pelas perseguições veladas ou não.

Essa história o Brasil não supera, seja no Nordeste ou Sudeste, o Sul e o Norte atuam contra as análises isentas. Contudo, os maiores interessados neste tipo de saber somos nós mesmos, o povo alienado de direitos e prazeres saudáveis. Pessoas que lutam pela vida!

É sobre vida que versamos a cada escrita, porque nestes territórios áridos a palavra sensata raia como manhãs esperadas, trazendo os raios vivificadores da razão para nos ajudar a resgatar o valor de sermos povo, não massa.

Porque a massa sempre receberá a sova como parte do processo de fermentação. A massa pronta vira alimento e força para o poder opressor revitalizar seus domínios sobre almas e corpos, em infinda saga de distribuição de dor e morte entre nós, povo.

O povo se recupera quando admite ter valor existencial, o estado de massa é incongruente e sonha mundos que não lhes pertencem como se a ilusão curasse a dor de ser expulsa de si, mas a cada retorno para casa encontra a escassez e rigidez tornada exemplos únicos de realidade.

Por este e outros muitos motivos, não será mudando a forma de falar que nos libertaremos das amarras de classe, precisamos compreender os processos de submissão e retirada da dignidade de povo, que o sistema dominante joga sobre todos nós, continuamente.

Os que postam fotos tilintando taças em mundos europeus enquanto nos reduzem salários e trabalho, se apresentam como vencedores, e esta perspectiva capitalista de vitória é cruel, inumana, opressora como o sistema que a mantém. Mas eles querem convencer as vítimas a admirá-los, porque podem pisar no pescoço de cada uma delas com sapatos importados.

A criticidade é fundamental.

Quando a ostentação econômica dos algozes nos causar indignação, estaremos acertando o caminho.

Saindo da condição espúria de massas, dificultaremos reeleições e cancelaremos eleições daqueles que não nos representam.

Apesar da minha serena escolha pelas ruas e povos, pensar é um tesouro que preservo com respeito, reconhecendo como conquista e legado dos ancestrais a quem devemos honra.

O capitalismo não pode vencer todas as almas.

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