Por Dora Incontri
Algumas esquerdas mais radicais – e não tenho nada contra o radicalismo nesse caso, porque esquerdas menos radicais tendem a fazer concessões ao sistema vigente –, que podem ser socialistas/marxistas ou anarquistas, ficam enfurecidas quando se propõe alguma possível conexão com qualquer forma de espiritualidade. Isso provém de uma tradição crítica de Marx a Bakunin. Tanto comunistas quanto anarquistas se forjaram no anticlericalismo e no antirreligiosismo como necessidade histórica de cortar as amarras do poder das Igrejas – católica, protestante, ortodoxa. E isso teve um contexto histórico, uma necessidade talvez, uma demanda do tempo.