Dou sequência aos meus comentários sobre
algumas das propostas que nortearam o plano de diretrizes do grupo “ÉTICA,
TRANSPARÊNCIA E FIDELIDADE DOUTRINÁRIAS”, com o fito de promover
sensíveis mudanças nas estruturas do movimento espírita do Estado do Ceará, no
ano de 2006. Lembro que essas mudanças foram organizadas em três pilares: mudanças
conceituais, estruturais e conjunturais.
Os comentários a seguir serão
orientados por mais uma diretriz do 1º
PILAR - MUDANÇAS CONCEITUAIS:
·
AMPLIAR A ABRANGÊNCIA DO CONCEITO DE “CAMPO
EXPERIMENTAL”
Por um bom tempo argumentou-se que as
atividades típicas de centro espírita desenvolvidas na FEEC seriam
experimentais, para que em um segundo momento, fossem replicadas no universo
espírita. Nunca funcionou nem na teoria e nem na prática. E não poderia ser
diferente, pois trazia consigo as virtudes e defeitos geralmente encontrados
nas casas espíritas. Essas atividades hoje foram absorvidas pelo Centro
Espírita Cearense.
No entanto, nas Diretrizes da Dinamização das Atividades Espíritas, cap. I, alínea “e”
Carta aos Órgãos de Unificação do Movimento Espírita do Conselho Federativo
Nacional (CFN), o processo é claro. Observem:
“Que aos órgãos de unificação
do Movimento Espírita cabem, permanentemente, a responsabilidade de reunir e
analisar experiências já realizadas pelos Centros Espíritas, e colocar à
disposição dos mesmos as sugestões, orientações, programas e apoio de que necessitem
para o pleno desenvolvimento de suas atividades doutrinárias, assistenciais e
administrativas.”
Já se possuem os instrumentos para se
buscar a realização dessa diretriz: os órgãos informais de extensão – AREs e UDEs. O que faltam são atitude,
planejamento, competência e boa vontade.
O processo será similar ao benchmarking
no mundo corporativo. O objectivo do benchmarking
é, portanto, o de estimular e
facilitar as mudanças organizacionais e a melhoria de desempenho através da
aprendizagem com os outros. O princípio desta ferramenta é que nenhuma empresa
é a melhor em todas as áreas e que, por isso, deve seguir os exemplos das que
são superiores.
No contexto espírita, buscar-se-á
identificar iniciativas – cursos, metodologias pedagógicas e estratégias.
Estudar, analisar e aprimorar as que forem consideradas de resultados unificadores
e de caráter educativo-pedagógico-espírita. Em seguida, disponibiliza-se ao
movimento, respeitando a autonomia administrativa da casa, bem como as suas
peculiaridades internas e externas.
Isso resultará em aprimoramento de
processos e direcionamentos para a construção da unidade de princípios,
projetada por Allan Kardec, necessária para a restauração do Cristianismo em
Verdade e Espírito, fundamentais para as transições que se operam no Planeta. Os
ganhos em torno dos ideais de união e unificação serão incomensuráveis.
Naturalmente que não será tarefa
fácil. Ter-se-á que lutar contra os adversários tenazes: o melindre, o
personalismo, o institucionalismo e a ignorância doutrinária. No entanto, é
tarefa inadiável!
É necessário que o movimento espírita se
adeque às exigências contemporâneas, mantendo-se, é claro, sempre fiel aos fundamentos
básicos da Doutrina Espírita.
Passaram-se seis anos desde que essas
ideias foram lançadas e o que presenciei é que nada foi feito em direção aos
objetivos que elas colimam. Só vi algumas medidas paliativas, tíbias e sem resultados
de profundidade.
As ideias em comento são totalmente
pragmáticas e nada tem de utópico, e caso alguém assim entender, fico com Allan
Kardec nas orientações contidas em “Dos cismas”, em Obras Póstumas:
“O segundo ponto está em não se
sair do âmbito das idéias práticas. Se é certo que a utopia da véspera se torna
muitas vezes a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia seguinte realize a
utopia da véspera, porém não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam
ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os homens positivos.”
Cri. E creio!
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