“Você tem de jogar ideias na arena e mobilizar
as pessoas. Se você não tentar, não vai chegar a lugar nenhum.”
(Immanuel Wallerstein)
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Em 2006, integrei a chapa intitulada “Ética,
Transparência e Fidelidades Espíritas”, encabeçada pelos confrades
Francisco Castro e Francisco Cajazeiras, para concorrer à eleição da Federação
Espírita do Estado do Ceará - FEEC, que infelizmente não saiu vitoriosa.
O projeto do grupo, que integrou a referida
chapa, contêm diretrizes norteadoras para um planejamento estratégico, que se
viabilizado, promoverá sensíveis mudanças, conceituais, estruturais e doutrinárias,
na dinâmica do movimento espírita cearense.
Entendo que essas ideias não são patrimônio
individual e nem do grupo, e sim do movimento espírita, pois só a ele benefícios
traria. Não importa quem, mas que alguém as execute. Como afirmava Karl Max
(1818-1883): "De
nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática."
Portanto, decidi, a partir de hoje, semanalmente,
partilhar algumas dessas ideias com outras pessoas, principalmente com os
dirigentes de casas espíritas, que certamente as enriquecerão. O propósito
maior é que resulte em um “canteiro de ideias” e, através dele,
possamos colher diretrizes robustas para alavancar os processos de União e
Unificação, fundamentais para que o Espiritismo atinja, em nosso Estado, os
objetivos a que se destina: a regeneração Moral da Humanidade.
Iniciarei com uma do 2º Pilar, de Mudanças Estruturais:
· A FEEC COMO UMA ESCOLA DE LÍDERES
A proposta foi ao
encontro de um trecho da mensagem do Espírito Bezerra de Menezes, com o título
“Atitudes de Amor”, na obra Seara Bendita, que diz o seguinte: “Os dirigentes, ricos de boa vontade e
espírito cooperativo, anseiam por novos horizontes, todavia, tem faltado quem
se disponha a dividir vivências ou a edificar um ambiente que se constitua
verdadeira oficina de idéias e diálogo para a criação de caminhos novos.”
A iniciativa era em um
primeiro momento ampliar o número de membros da Diretoria para nove, inclusive
contemplando uma Vice-Presidência para o interior do Estado e uma Diretoria
para as Uniões Distritais Espíritas – UDEs.
Estudar-se-ia,
juntamente com as Instituições, a implantação de comissões doutrinárias dentro
dos órgãos de extensão, buscando um estreitamento no processo de comunicação
entre a Federação e as Casas Espíritas. Esse constante intercâmbio amadureceria
seus integrantes, possibilitando-lhes vivências enriquecedoras que os habilitariam
ao exercício de funções de direção, principalmente os da própria Federação.
Buscar-se-ia parcerias
com Instituições que desenvolvem processos na área de liderança e gestão de pessoas,
para formação de expertises-multiplicadores.
A expectativa era a de
formar, em médio prazo, um “cinturão de líderes” em torno da FEEC, fazendo-a
forte, coesa, representativa, legítima e acima de tudo, fraterna.
Paulatinamente, iríamos adequando-a ao modelo de gestão concebido por Allan
Kardec.
Os desdobramentos
dessa diretriz combateria o personalismo, o institucionalismo, o
profissionalismo religioso, aos pruridos de conquistas a poderes terrestres
transitórios, principais entraves para a construção dos ideais de União e
Unificação nas hostes espíritas.
Por fim, arguindo o
poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, faço aos espíritas cearenses um
convite poético, com versos de “Tecendo a manhã”:
“Um
galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.”
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.”
“(...)”
Olá querido Mestre Jorge Luiz, quanta falta sinto de beber na fonte de sua sabedoria!! Parabéns!!
ResponderExcluirComo neófita assumida, posso não entender muito das regras da FEEC, mas este 2º PILAR é muito delicado, dá a impressão de hierarquizar o espiritismo, pois até se 'adequar ao modelo de gestão', muito da essência espírita poderia se perder.
ResponderExcluirVemos em alguns centros que a diretoria é vitalícia, sem haver eleições, e se tem não é divulgado, sem conhecermos os dirigentes (vice, secretários, etc), e sem prestação pública de contas. Algo parecido com um 'Papado'.
Enquanto o que Jesus nos ensinou foi o AMOR puro e simples, sem correntes, sem dogmas, sem instituições. Somente o AMOR. Por que é tão difícil? Porque ainda precisamos de hierarquias, ainda somos rebanhos e precisamos de quem nos conduza para seus 'currais'.
Mas o Mestre Nazareno mostrou-nos que a fórmula e simples: Amar ao próximo como a nós mesmo.