terça-feira, 31 de julho de 2012

ECOLOGIA ESPIRITISTA II



“Os adversários do Espiritismo consumiram mil vezes mais forças para o abater, sem o conseguir, do que seus partidários para o propagar.” (Allan Kardec)


Por Jorge Luiz

         Um confrade e amigo questionou-me de haver utilizado autores academistas para elaborar os arrazoados sobre a Ecologia Espiritista.  
            Confesso, pois, que foi intencional e não por falta de argumentos espíritas e kardecianos, além do que, o Espiritismo é o único conjunto de pensamentos cuja complexidade toca toda a área do conhecimento humano. Assim Allan Kardec se reporta em "O Que é o Espiritismo:" “O Espiritismo toca em todos os ramos da filosofia, da metafísica, da psicologia e da moral.”
            Portanto, como a ecologia na sua multidisciplinariedade é algo recente, busquei utilizar-me desse cenário para justificar a necessidade de se desenvolver um pensamento ecológico-espírita nos encaminhamentos das ações dentro do universo espírita em que vivemos, com tantos atalhos e desvios doutrinários. Ademais, desejei delimitar muito bem essas duas linhas de raciocínios.
            Allan Kardec como não poderia deixar de ser, foi o pioneiro da Ecologia Espiritista quando institui os neologismos: Espiritismo, Espíritas, Espiritistas, Mediunidade, Médiuns etc, para contextualizar a Doutrina e os seus seguidores: “Para coisas novas necessitamos de palavras novas, pois assim o exige a clareza de linguagem, para evitarmos a confusão inerente aos múltiplos sentidos dos próprios vocabulários.”
                Idêntica atitude fez ele com relação à questão religiosa, ao declarar "que o Espiritismo não é uma religião, em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto..." (grifos nossos). Isso é um pensamento puramente ecológico.
        Kardec, assim, utilizando-se de construção terminológica, um recurso técnico e pedagógico, delimita e demarca o que seria ou não a sua teoria.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

ECOLOGIA ESPIRITISTA


“No Terceiro Mundo, como no mundo desenvolvido, são blocos inteiros de subjetividade coletiva que se afundam ou se encarquilham em arcaísmos, como é o caso, por exemplo, da assustadora exacerbação dos fenômenos de integrismo religioso.” (Félix Guattari)
Por Jorge Luiz
 
            Artigos inseridos neste blog abordam conceitos utilizando-se da palavra sustentabilidade. Nos tempos atuais, nunca se ouviu tanto falar dessa palavra.
            O conceito surgiu em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. A usualidade passou a ser definida pelo consumo racional dos recursos naturais ou não, de maneira a não comprometer o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir. Dessa forma, a palavra passou a figurar associada à Ecologia.
     Ficou consignado que, para um empreendimento humano ser reconhecido como sustentável teria que contemplar os seguintes itens: ecologicamente correto; economicamente viável; socialmente justo e culturalmente diverso.
       O termo logo passou a ter conceitos correlatos, como exemplos: gestão sustentável, crescimento sustentado, sustentabilidade comunitária, sustentabilidade como parte da estratégia das organizações etc.
           Como deixei bem claro em meus artigos, para que uma gestão espírita seja sustentável terá como “pedra de toque” os pensamentos Kardecianos e os princípios doutrinários espiritistas. É dessa exigência que nasce a Ecologia Espiritista.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

ESPÍRITAS E "ESPIRÓLAS"



      

            Já faz algum tempo, uma antiga vizinha sem papas na língua, me vendo sempre às voltas com atividades na Casa Espírita, um dia não resistiu e em meio a uma conversa acabou “soltando” que eu era “muito carola!” Levando a coisa na farra, tentei argumentar: – “Mas eu sou espírita e não católica...” Ela aí não titubeou: – “Então é espiróla.”
            O pitoresco virou piada, mas trouxe à tona uma séria questão. Até onde nós, espíritas, estaremos descambando para o igrejismo e a superficialidade?
            Temos visto Grupos tão obcecados com assiduidade e pontualidade, tão cheios de regras, critérios, exigências e uma intolerância tal, que mais parecem a velha e inquisitorial igreja romana da idade média que oficinas fraternas de estudo e vivência do Evangelho de Jesus.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

SALA REPLETA...CASA DESERTA






“Tanta gente!... E estava tudo vazio. Tanta gente!... E o meu cantar tão sozinho.” (Gilberto Gil)

 
 
            O que teria isso a ver com o cotidiano dos grupos espíritas na atualidade?... Muita coisa!...
            Em Casas equivocadamente agigantadas, equipes trabalham por turno e mal se conhecem, pessoas viram números e o velho e essencial acolhimento que começaria “dentro de casa” acaba se perdendo em meio à distribuição de senhas para o passe e outras novidades em nome da organização. A preocupação é atender e impressionar bem aos que chegam, aos que vem de fora. Enquanto isso, no interior dos grupos, quanta gente sofrendo de solidão acompanhada... Minguando afetivamente!
            Importante avaliar como tem sido a nossa relação com os companheiros de dentro, no cotidiano institucional espírita. Conseguimos perceber seu olhar mais triste nesse ou naquele dia? Quando desaparecem por algum tempo, o nosso primeiro pensamento é de censura ou preocupação? Passa pela nossa cabeça que possam estar atravessando uma fase difícil e, em caso afirmativo, nos mobilizamos para ampará-los? Aos que retornam após um período de ausência, a manifestação tem sido de acolhimento e alegria ou de cobrança?

domingo, 15 de julho de 2012

SOBRE AS REVELAÇÕES DO CENSO 2010



 Por Francisco Castro

O IBGE, recentemente, divulgou alguns dados a respeito da população espírita revelados pelo Censo-2010, capaz de deixar os menos avisados em clima de grande euforia. Dizem as manchetes na imprensa que os espíritas têm os melhores indicadores de renda e educação em confronto com as demais religiões.
Segundo os dados publicados na imprensa brasileira, 31,5% da população espírita tem nível superior completo e 15% tem o fundamental completo. Ora se apenas 12% da população brasileira tem nível superior completo, no quesito educação, sem sombra de dúvidas, a população espírita está muito bem.
Quanto ao indicador renda, quase 20% da população espírita se encontra na faixa de renda acima de cinco salários mínimos, ou seja, auferem renda acima de R$3.100,00 reais por mês.
Será que esses dados são tão entusiasmantes assim?

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A SUSTENTABILIDADE DA GESTÃO ESPÍRITA (II)

Por Jorge Luiz

    Dando sequência ao tema em questão, inicialmente abordado no “canteiro” de 24 de junho último, comentarei as três etapas criadas por Peter Drucker (1909-2005), com o propósito de responder as cinco clássicas perguntas: Qual a nossa missão? Quem é o nosso cliente? O que o nosso cliente valoriza? Quais são nossos resultados? e Qual é o nosso plano? Esse processo de autoavaliação foi desenvolvido por Drucker para as empresas do Terceiro Setor, no qual se inserem as Instituições Espíritas.
      O método parte do princípio que há mentes e corações envolvidos, portanto é uma aventura intelectual e emocional, e estabelece através do diálogo, uma discussão sobre o futuro e sobre como uma organização irá moldá-lo: é uma jornada para o futuro. Naturalmente que não tenho a intenção de abordar de forma detalhada todo o processo, mas pelo menos apresentar um esboço das etapas que compõem essa ferramenta.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O DIÁLOGO NA CASA ESPÍRITA




Por Jorge Luiz


   Garimpando na internet localizei um material muito rico elaborado pelo confrade Alkíndar de Oliveira (1) sobre como criar “Grupos de Diálogos” nas organizações espíritas.
     Resolvo, portanto, escrever um “canteiro” sobre o Diálogo nas Instituições Espíritas, partindo do quanto é imperativo o uso desse atributo para a sustentabilidade das relações interpessoais em nossas Casas.
      O Mestre Galileu asseverou que “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles (Mt, 18:20). Fica assim instituído não o poder hierarquizante, mas sim o poder do diálogo, além do amor, como requisito fundamental que norteará as experiências dos trabalhadores da Boa Nova. Muito embora a expressão seja sempre requisitada para vivências religiosas, o que é compreensível, o pensamento de Jesus extrapola essa realidade.