NO PRÓXIMO DOMINGO O PROGRAMA ANTENA ESPÍRITA - RÁDIO CIDADE AM 860, 21:00H - PROMOVERÁ DEBATE SOBRE A DECISÃO DO CFM. ESTARÃO PRESENTES: DR. CID CARVALHO, ADVOGADO E EX-SENADOR DA REPÚBLICA, DR. ANTONIO MOURÃO CAVALCANTE, PSIQUIATRA E DR. FRANCISCO CAJAZEIRAS, MÉDICO, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO E PRES. DA AME-CE E TODA A EQUIPE DO PROGRAMA: JEAN RODRIGUES, FRANCISCO CASTRO, PAULO VALE, ROBERTO CALDAS, PAULO EDUARDO.
Por Dra. Marlene Nobre(*)
Em nome da Associação Médico-Espírita do
Brasil (AME-Brasil) expresso a minha indignação e a dos médicos que represento
diante do posicionamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) que se
manifestou favoravelmente ao aborto até as 12 semanas de gestação, caso a mãe
assim o deseje.
Ao contrário do que foi anunciado, o tema não
foi amplamente debatido entre os médicos. Em nenhum momento fomos notificados
de que o CFM pretendia apresentar tal posicionamento.
É de se ressaltar que no “I Encontro Nacional
dos Conselhos de Medicina”, onde foi feita a votação, e mesmo no site da
Instituição, não houve anúncio de nenhuma notícia sobre o assunto, apenas foi
passada a informação de que haveria uma mesa redonda “Aborto e Desigualdade
Social”. Nada mais.
Isso pode se acompanhar e constatar em:
Conclui-se que não houve transparência do CFM
nessa tomada de posição de magna importância para os destinos da nação
brasileira, nem tampouco no anúncio da votação e no modo como foi feita. Não se
respeitou a tradição médica do nosso país que sempre lutou em defesa da vida.
Tudo leva a crer que foi manobra política de uma minoria que não tem
representatividade para falar em nome de 400 mil médicos.
A nosso ver, as consciências humanas têm um
compromisso fundamental com a verdade, por isso devem mergulhar fundo no estudo
do extraordinário fenômeno da vida, em busca do seu real significado, sem
aceitar o raciocínio dogmático reducionista, que tenta encarcerá-lo num mero
jogo de palavras, ao invés de discutir as inúmeras incógnitas para as quais a
ciência materialista não tem respostas.
Aos menos avisados que, preconceituosamente,
procuram desqualificar os nossos argumentos contra o aborto como sendo de
mentalidades religiosas, temos a dizer que, embora os consideremos legítimos,
podemos até mesmo abdicar deles para demonstrar através de pesquisas
científicas, e não de suposições, que a vida não só é um bem indisponível, mas
que há vida indisponível no embrião e no feto.
O pluralismo democrático diz respeito à
convivência de opiniões, comportamentos e posições ideológicas distintas no
seio de uma comunidade, porém não à prática de delitos em seu nome. Esta é
nossa resposta aos que nos dizem que o aborto é um direito da mulher. Não
existe engano maior. Tirar a vida de alguém é crime. A mulher, tanto quanto a
equipe médica, o Estado, ou o companheiro, não tem esse direito. E o
Ordenamento Jurídico Brasileiro reconhece a nossa posição.
O artigo 5º da Constituição Brasileira
garante a inviolabilidade do direito à vida, defendendo-o como bem fundamental
do ser humano. É certo que o artigo 4º afirma que a personalidade civil do
homem começa no nascimento com vida, mas a lei põe a salvo que ela deve ser
defendida desde a concepção. (Código Civil, lei federal 3071). E mais, a
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, celebrada na Costa Rica, em 22 de
novembro de 1969, deixou claro, no chamado Pacto de São José da Costa Rica,
assinado por inúmeros países, entre os quais o Brasil, que esse direito deve
ser protegido, desde o momento da concepção. A Lei Maior de nosso país espelha,
portanto, a vocação pacífica do nosso povo, uma vez que este, em sua imensa
maioria, já se manifestou contrariamente ao aborto, que é uma das maiores
violências que se pode cometer contra o ser humano.
Insistimos que é preciso buscar na Ciência as
respostas à pergunta essencial: “Onde começa a vida?”. Embora a ciência não
explique como uma célula unidimensional (zigoto) produz um bebê tridimensional,
não saiba, portanto, quais os processos que regulam os embriões, ela já nos
oferece inúmeros argumentos para sermos contra o aborto. É o que faremos a
seguir, daremos em rápidas pinceladas alguns desses argumentos.
Aprendemos nos melhores tratados de embriologia
que a vida é um continuum que vai do zigoto (célula-ovo) ao velho, sem solução
de continuidade. Ainda que existam vozes discordantes, este é um forte
argumento científico em favor do respeito à vida desde a concepção. Sendo a
vida um bem indisponível, atentar-se contra ela, seja em que fase for, é crime.
Além disso, sendo possível demonstrar que o embrião tem vida, não haveria
heresia maior do que se considerar o aborto um direito da mulher. Cairia,
automaticamente, por terra, sua propalada autonomia para decidir quanto à
interrupção da gravidez. Nem a gestante e nem ninguém pode decidir quem vive e
quem morre.
Mas esse não é o único argumento da Ciência
em defesa da vida. Há muitos mais.
Embora concordemos com alguns fundamentos da
Teoria neodarwinista da evolução das espécies e os adotemos, constatamos que
ela tem muitas falhas. A principal delas é ancorar no acaso as explicações da
evolução das espécies. O acaso não explica a vida. Dois físicos conceituados,
Igor e Grichka Bogdanov, juntamente com matemáticos do CERN, o mais importante
Centro de Pesquisas da Europa em Física das Altas energias, demonstraram que é
impossível juntar em uma célula, por acaso, as duas mil enzimas de que ela tem
necessidade para funcionar. Embora sejam verdadeiras e de fato tenham ocorrido,
as mutações e a seleção natural são insuficientes para explicar a evolução das
espécies. O acaso, por si só, não tem o poder de organizar e conduzir. A
evolução das espécies deu-se de forma ordenada, obedecendo a um projeto
altamente inteligente, desde os cristais, as bactérias e amebas até o ser
humano. O ser vivo é uma ilha de organização em meio ao caos. Uma célula tem
arranjo inteligente das partes. Ela foi planejada. Recentemente, estudos
bioquímicos da célula revelaram que há, nela, um arranjo intencional das
partes, com indícios claros de que foi planejada. Essas e outras pesquisas
científicas tem apontado para a existência de um Planejador Inteligente, o
Grande Doador a quem chamamos Deus.
A ciência diz que a célula-ovo não é um amontoado
de células descartáveis. A vida de um novo ser tem início nela e prossegue, sem
parar, em um movimento continuo do embrião ao velho, sendo que todo o padrão
tetradimensional do novo ser está contido no zigoto.
A célula-ovo tem DNA próprio, fruto da união
do gameta masculino com o feminino. Recebe, é óbvio, os genes da mãe, mas seu
genoma é bem diferente. A mãe hospeda o novo ser, mas o feto não faz parte
intrínseca do seu corpo. Para não ser expulso como corpo estranho pelo sistema
de defesa do organismo materno o feto produz substâncias que o mantém vivo,
durante a gestação, estabelecendo-se um acordo tácito entre hóspede e
hospedeira. Prova cabal de que são dois seres distintos.
Estudos realizados desde a década 1970 sobre
psiquismo fetal demonstram que a memória está presente, antes da formação do
cérebro, desde o início da gestação, e que o embrião é capaz de comandar sua
própria mente, adaptar-se e adequar-se a situações novas.
O embrião tem, portanto, vida própria,
independente da mãe. De forma alguma, o aborto pode ser considerado um direito
da mulher.
O aborto é uma das formas mais sangrentas de
violência, porque o ser em formação não tem como se defender. E a mulher que
recebeu do Ser Supremo a missão transcendente de gerar vidas, comumente, não se
deixa aprisionar pela visão hedonista que impera no mundo. Sobretudo, quando
ela vê as imagens do feto em gestação, quando acompanha os batimentos do
coraçãozinho de seu filho a partir das três primeiras semanas. Não, ela não
pensa em aborto. O que a gestante precisa é de amparo à maternidade, de
esclarecimentos quanto ao uso de métodos anticoncepcionais confiáveis e de vias
fáceis de acesso a eles, para que possa planejar sua família. Uma sociedade
organizada, segundo as leis fundamentais da vida obrigatoriamente deve ter o
amor na sua base de sustentação. Entre outras ações, tem o dever de cuidar da
educação de crianças e jovens, dar todo o apoio à maternidade e à paternidade
responsáveis, além de cuidar dos que trabalharam uma vida toda e tem de ser
amparados na velhice.
A sociedade que apela para o aborto
declara-se falida em suas bases educacionais, porque dá guarida à violência no
que ela tem de pior, que é a pena de morte para inocentes. Compromete,
portanto, o seu projeto mais sagrado que é o da construção da paz.
Espero, caros colegas, que nos unamos para
que a nossa nação não tenham falidas as suas bases educacionais. Espero vê-los
todos lutando em defesa da vida e da paz.
(*) Marlene Nobre
Presidente da Associação Médico-Espírita do
Brasil
Todos os espíritas têm a responsasbilidade de ecoar o gesto da Dra. Marlene Nobre. A Doutrina Espírita é clara no quesito sobre o aborto. Realmente, a posição do CFM é no mínimo estranha. Se consideramos os argumentos da Dra. Marlene, passa a ser suspeita.
ResponderExcluirMeu total apoio!
ResponderExcluirMatéria divulgada no facebook, para que todos possam ler e compartilhar, esse belo texto fazendo ecoar as palavras da Dra. Marlene Nobre, Presidente da Associação Médico-Espírita da Ame Brasil, dizendo SIM A VIDA! (Gardênia Carlos- ICE-CE)
ResponderExcluirLiguem "Alô Senado" - 0800-61-22-11 eregistre a sua opinião contra o aborto e eutanásia.
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