Todos
os significados e funções que se possam atribuir ao centro espírita deverão ter
como sua resultante maior, a formação de uma comunidade moral.
Para
que isto se concretize as atividades nele desenvolvidas deverão ter como linha
mestra a educação espírita, forjando sua cultura, estruturada na
essência filosófica-espírita, que faculta ao homem uma nova visão de si e do
mundo.
Sendo
a Doutrina Espírita obra de Educação, o dirigente espírita tem que ter em seu
perfil competência para educador, sem esquecer que também é educando
em processo. O líder educador espírita é interativo e invoca a troca de
conhecimento. Mobiliza a si e as pessoas a construir processos direcionados ao
autoconhecimento, pela educação espírita.
Faz-se necessário, no entanto, que
se elabore projeto pedagógico para o centro espírita observando as
peculiaridades do meio onde se está inserido e do público frequentador. O
projeto terá que demonstrar o educando como Espírito encarnado dotado de
potencialidades íntimas, singularidade, e a felicidade como determinismo
divino, que alcançará através das experiências terrenas. Favorecerá a
consciência de si mesma e o desdobrar do seu glorioso destino.
Quando Allan Kardec em “O Livro dos Médiuns” orienta pela
constituição de grupos pequenos, onde a homogeneidade de sentimentos é mais
fácil de ocorrer, como educador que foi, está implícito em seus comentários que a
prática pedagógica será também mais fácil de desenvolver.
É preciso entender que esse projeto
deve contemplar a interação do educando em todas as suas atividades. Sem isso
jamais o centro espírita enfrentará os desafios da contemporaneidade. Sem projeto
pedagógico centrado na figura de Allan Kardec e Jesus, tornamo-nos vulneráveis
às práticas alienígenas já disseminadas, transformando a dinâmica espírita em
seita estanque, ignorando-se o aspecto revolucionário do Espiritismo no qual deve se assentar a sua base essencialmente
pedagógica.
O líder educador deve estimular o ativismo
social espírita, favorecendo interface da cultura espírita com a contemporaneidade,
em fluxo fomentador de atores em papéis multiformes, dialéticos e estruturantes
sociais.
Todos esses afazeres pedagógicos
fomentarão a educação espírita, que trabalharão para refazer o homem interior
restabelecendo sua saúde moral.
É preciso que fique claro que o líder
espírita não necessita ser professor, mestre ou doutor em educação,
mas ter a consciência do que representa essa dimensão no contexto do ideal
espírita. Indispensável, no entanto, é o conhecimento em profundidade da
Doutrina Espírita, em seu caráter didático e pedagógico.
Características de líder educador
espírita:
a) age sem saber e sem querer, apenas por
causa das suas intenções e seus exemplos de conduta;
b) afirma-se acima de tudo pela sua maneira
de Ser;
c) provoca entusiasmo pela sua conduta,
nunca empregando a discussão ou a pressão;
d) é naturalmente admirado, respeitado e
imitado pelas suas ideias, pela sua energia, pela coerência das suas atitudes e
palavras, pela lição constante dos seus gestos, do seu comportamento;
e) é estimulador das qualidades das
pessoas, incentivador positivo, pois a
vida em grupo é feita de recíprocos inventivos e sugestões;
f) influencia e convence as pessoas com
facilidade, levando-as a viverem os conhecimentos espíritas através do seu modo
de ser;
g) não dá “lições” ou “sermões”, ele usa
técnica de relacionamentos, com eficácia, por meio do seu comportamento.
h) promove
espontaneamente, contínuas oportunidades de preparação e treino para uma vida mais produtiva e realizadora
espiriticamente.
Multiplicam-se a criação de
instituições espíritas sob os mais diversos interesses, poucas, no entanto, com
o propósito de promover a educação do Espírito. Não foi por acaso que o prof.
Herculano Pires advertiu que: “Se os
espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua
função e significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento
cultural e espiritual da Terra.”
Isto foi escrito em 1980!
Vou aplicar-me as regras! Muito Bom!!!
ResponderExcluir