Por Gilberto Veras (*)
O mestre Jesus, espírito aperfeiçoado,
conhecedor de perto dos poderes divinos, sabedor do funcionamento perfeito das
leis superiores e com elas em absoluta harmonia vivencial, sabia, por
conhecimento de causa, identificar com precisão defeitos humanos, em todos os
graus. Não lhe era desconhecido, quando por aqui esteve, as carências morais e
necessidades evolutivas do homem terreno, e o foco de sua missão centralizava o
ensinamento ético-moral-espiritual adequado ao pálido entendimento de nossos
ancestrais que conviviam na ignorância alentada de dois milênios atrás, quando
os mais sabidos (os espertos da época), em número relativamente inexpressivo,
optaram pelo poder da luxúria escravizadora cujo fim era desfrutar os prazeres
materiais encontrados na riqueza inescrupulosa, em detrimento da dignidade do
próximo relegado ao estado de miséria discricionária.
Não deslembremos o elevado expoente de
potencialidade moral e intelectual do meigo Homem da Galileia, enviado do Pai
Criador para socorrer irmãos infantis mergulhados em densas trevas.
A origem da oração dominical, o Pai Nosso,
deu-se quando um dos discípulos do Divino Mestre vendo-O orar lhe pediu: “ensina-nos a rezar (Lc 11, 1)”. Portanto, em nome do bom proveito
sentimental e do acatamento desejado, essa prescrição abençoada deve ser
interpretada com a visão fiel do Sábio Lente, Espírito Vitorioso, sem
impurezas, enviado pelo Todo-Poderoso em missão caritativa singular, e com
verdades depuradas que lhe credenciavam, no mandato merecido, voz e conduta de
relacionamento com Deus e irmãos em aprimoramento. Analisemos, então, essa prece
de ensinos iluminados voltados à legítima humildade e com propósito de
fortalecimento anímico para superar dificuldades no processo de melhoramento da
criatura, seja qual for o estágio de crescimento espiritual em que se encontre.
Pai nosso que estais no Céu, santificado seja vosso nome. Esta expressão cristã reconhece a existência de Deus e O reverencia com submissão
conscienciosa ao santificar-lhe o nome.
Venha nós o vosso reino. O Filho Superior, despretensioso, almeja o reino de amor, paz e justiça do Pai
Criador, porque sabe que as benesses divinas estão à disposição de todos, em
potencial.
Seja feita vossa vontade, assim na Terra como no céu. Esta sujeição do Mestre revela a sabedoria de que a prevalência da
direção da vida, em todos os mundos, circunscritos ou não, é prerrogativa da
Perfeição Absoluta, e o ápice da caminhada dá-se no encontro com a Felicidade
Plena, determinismo do Amor Supremo.
O pão nosso de cada dia dai-nos hoje. Aqui, o Rabi
Amoroso informa a necessidade diária do alimento material, que fortalece o
corpo para o trabalho nas obras densas, e do espiritual, que motiva a alma às
atividades etéreas necessárias ao alinhamento com leis naturais que controlam,
equilibram e aperfeiçoam a criatura. Sua rogativa é feita com o sentimento de
dependência humilde e na condição impar de Espírito temporariamente encarnado
por trinta e três anos de existência missionária sublimada.
Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores.
O Representante do Insondável, de conduta moral irreparável no exercício
de sua incumbência supina, afirma a imprescindibilidade de perdoarmos sempre,
em qualquer situação ou espaço, para que em todas as circunstâncias sejamos
automaticamente perdoados por Deus em forma de vibrações de amor e motivação na
perseverança do bem.
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Consciente da imperfeição humana, o Terno Nazareno solicita ajuda do Infinitamente
Bom para não cair em tentação e ser protegido das investidas maléficas.
Assim seja. Arremata a oração com autoridade
moral de quem sabe o que diz e o que faz, e nós, seguidores fiéis, só nos resta
concordar, em coro convincente: assim seja!
(*) poeta e escritor espírita. Autor das obras: A Recompensa do Bem, Vinte Contos Conclusivos, Extrato do Ser.
Que assim seja!
ResponderExcluirMuito Obrigado, Gilberto Veras.