Por Roberto Caldas (**)
Instado à discussão que invade os noticiários
tendo como tema central a descriminalização do aborto, muitas são as
elucubrações que passam pela mente. Um ingrediente apimentado em torno da
questão é o aval, meio caricato, que o Conselho Federal de Medicina oferece à comissão parlamentar que analisa o
assunto em pauta, enxertando uma desculpa de não tratar-se de serem os médicos
favoráveis ao aborto. A desculpa em uso para tal aval é a afirmativa que a
mulher manda no seu corpo, o que enseja a afirmativa que o concepto é corpo da
mulher e ela pode decidir o que fazer do seu corpo. Interessante que os médicos
não têm essa compreensão quando tratam às mulheres de verminoses, doenças
bacterianas ou fúngicas, nesse caso eles acreditam que elas foram invadidas por
seres que não pertencem ao seu corpo. O concepto, porém, que tem um universo
todo próprio (bolsa e líquido amniótico, placenta com cordão umbilical), na
cabeça do CFM faz parte do corpo da mulher. Os responsáveis pela arte de curar
parecem entender que até 12 semanas de gestação, o embrião não tem direito ao
respeito pela sua vida, a mesma estando inteiramente nas mãos da mulher que lhe
carrega no ventre, qualquer que seja a sua motivação.
No
livro Obras Póstumas, Allan Kardec, em um texto que discute os problemas
humanos sentencia que “Está bem reconhecido que a maioria das misérias humanas
tem a sua fonte no egoísmo dos homens” e “O egoísmo tem a sua fonte no
orgulho”. Podemos encontrar nessas frases os motivos para uma série de leis que
a sociedade abraça sem uma reflexão mais profunda e acabam por gerar uma
degradação dos costumes. Enquanto se pretende tornar crime inafiançável cortar
uma árvore ou deixar de atender a um animal ferido, a nossa prepotência humana
(orgulho) permite licenciar para se matar uma criança indefesa pela mera
vontade do veículo que a gesta (egoísmo).
Buscando na história os personagens que
publicaram leis que descriminalizaram a morte de crianças, as figuras mais
eminentes foram Herodes (crianças de até dois anos) e Hitler (crianças judias).
Essas figuras não aparecem hoje com o mesmo status que exibiam a sua época e
sabemos bem o porquê disso. Ao buscar aqueles que defenderam a vida, a relação
é longa. Entre eles a Madre Tereza de Calcutá afirma que o aborto é o maior dos
problemas humanos (exceção no Brasil que é a corrupção) e Jesus é enfático ao
admoestar: vinde a mim os pequeninos e não os impeçais porque deles é o Reino
dos Céus (Mateus X – 14). Acreditamos que o segundo grupo parece ser aquele que
atende aos reclamos de uma humanidade que implora por leis justas e
complacentes, porém ainda vemos que o exemplo do primeiro grupo ainda estimula
pessoas a se posicionarem diante de questões tão graves que envolvem a vida
humana, em especial a vida embrionária.
A última elucubração é de agradecimento.
Imagina se as mães que nos gestaram julgassem que, por serem donas dos seus
corpos, tivessem impedido a nossa gestação, sabe-se lá por qual motivo? Pois é,
não estaríamos aqui para agradecer-lhes a permissão que nos deram para viver e
termos força para gritar bem forte: a favor da Vida, contra o aborto!
(*) editorial do programa Antena Espírita de 07.04.2012
(**) médico, expositor espírita, integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
É preciso juntos trabalharmos para unirmos as forças na realização de um mundo melhor!
ResponderExcluirSou contra o aborto e a favor da vida.
ResponderExcluirVamos intensificar a campanha "Alô Senado", ligando 0800-61-22-11, pedindo para que a reforma do Código Penal não permita a descriminalização do aborto e nem a eutanásia. Eu já liguei. E você?
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