Por Alkíndar de Oliveira (*)
As atitudes de determinados jovens (nossos
filhos ou não) nos estimulam a pensar: o que fazermos com esses jovens
rebeldes? Para ilustrar que a rebeldia do jovem é um fato a ser enfrentado,
conto a seguir duas histórias reais.
A
primeira história real:
Imagine certo professor que, ao estar
ministrando determinada aula, percebe que a atenção dos alunos se dispersa como
consequência do procedimento inusitado e inadequado de um deles. Aos olhos do
professor este é um aluno problema. E, apesar de inteligente, pela sua
displicência ele não se sai bem nas provas. Tem o hábito de falar em momentos
errados, adota atitudes estranhas, e nesse dia em especial, colou algodão em
seu rosto formando longos bigode e cavanhaque. Com esta expressão ridícula e
engraçada, apoiou os queixos com as mãos, formando como que uma forquilha e,
muito sério, fingiu estar prestando religiosa atenção à aula. A classe caiu em
riso.
Esse jovem, depois de muitas traquinagens,
fugiu da escola e também de sua casa (tendo pais falecidos era educado por seus
avós). Para conquistar sua independência resolveu começar a trabalhar. Mas não
parava em nenhum emprego. A primeira reprimenda que recebia do chefe, o fazia
abandonar o emprego. O que se pode esperar de um jovem que tem esse rebelde
procedimento?
A
segunda história real:
Um homem de sucesso, ou o que poderíamos
chamar, um empresário de sucesso, tinha o sonho de que o seu jovem filho viesse
substituí-lo à frente de seus vários negócios.
Mas, para sua decepção, seu filho escolheu
outro caminho. Seu filho era um jovem rebelde.
Saia constantemente com os amigos para farras
noturnas e bebedeiras, não tinha horário para o trabalho. E – pior - às
escondidas do pai pegava objetos da empresa para distribuir aos amigos.
Conflitos interpessoais eram comuns entre pai e filho.
Finalmente um dia o filho proporcionou
alegria a esse pai. Sua rebeldia fez com que sentisse vontade de exercer a
carreira militar e participar de uma guerra que acontecia naquela região. O pai
sentiu orgulho do filho.
Veja os descaminhos da vida, o pai sentiu
orgulho justamente pelo fato do filho adotar uma postura que tinha a ver com
violência e morte!
A pergunta que faço é a mesma: o que se pode
esperar de um jovem que tem esse rebelde procedimento?
Caros leitores, o nome do jovem da primeira
história é Cairbar Schutel, e do segunda, Francisco Bernardone, mais conhecido
como Francisco de Assis. Dois expoentes no trabalho caritativo. Dois dignos
representantes dos ensinamentos do Mestre Jesus.
Com essas duas histórias, percebe-se que o
título deste artigo merece ser mudado.
Mudemos então. Passemos de “O que fazermos
com os jovens rebeldes?” para: “O que fazermos conosco, pais e professores de
jovens rebeldes?”, pois, enquanto espíritas sabemos que é grande a
probabilidade do nosso filho rebelde ser um espírito mais evoluído do que os
integrantes de nossa geração, em outras palavras, mais evoluídos do que nós. O
que ele precisa simplesmente é receber ideal educação.
Repetindo e melhorando a informação anterior,
é muito grande a probabilidade do nosso filho rebelde ser muito mais evoluído
do que nossa geração. E quem nos fornece importante subsídio a essa constatação
é Joanna de Ângelis em seu livro Momentos de Harmonia, Editora Leal, lançado e
editado em 1.991, Editora Leal, psicografia de Divaldo Franco. Diz a admirada
Joana de Ângelis: “(...) dá-se neste momento a renovação do Planeta, graças à
qualidade dos espíritos que começam a habitá-lo, enriquecidos de títulos de
enobrecimento e de interesse fraternal”.
Não obstante sejam espíritos “enriquecidos de
títulos de enobrecimento e de interesse fraternal”, como diz Joanna de Ângelis,
devemos considerar que chegam a um mundo de expiação e provas, cuja psicosfera
densa influi energicamente de forma altamente contrastante com o ambiente de
onde vieram.
Nossa Terra tem uma energia tão negativa
(comparando com a energia das dimensões onde habitam espíritos superiores) que
fez um espírito da envergadura de Santo Agostinho, viver na orgia até aos 33
anos de idade. Ele amava a sensualidade. Esta energia negativa do nosso planeta
fez Francisco de Assis, quando convertido à mensagem cristã, não entender a
recomendação de Jesus que disse a ele “Francisco reconstrua a minha igreja”. Francisco de Assis interpretou
as palavras do Mestre imaginando que tinha recebido a missão de reconstruir uma
igrejinha de pedra, da sua cidade, que estava caindo aos pedaços! E, no
entanto, Jesus estava dizendo metaforicamente para “reconstruir” a mensagem por
Ele deixada.
Mas, então, “o que fazermos conosco, pais e
professores de jovens rebeldes?”
Comecemos por obedecer a orientação de
Herculano Pires e de sua seguidora Dora Incontri, isto é, respeitemos, sem
descuidos, a fase-adolescência do nosso filho, e enxerguemos no educando “um
ser reencarnado”, e esta nova perspectiva certamente nos dará subsídios para
ações adequadas.
Uma ressalva final é muito importante: dê o
melhor de si na educação do seu filho rebelde, mas se conscientize de que há
espíritos que nascem rebeldes e morrem rebeldes.
Isto é, há espíritos brilhantes no quesito
inteligência, mas emocionalmente frágeis e, por isto, necessitam de várias
encarnações para burilar seu desenvolvimento emocional. Faça bem sua parte de
educador e, com consciência tranquila, entregue ao tempo e ao Mestre o
desenvolvimento do seu filho rebelde.
(*)
Alkindar de Oliveira, palestrante, escritor e Consultor de Empresas
radicado em São Paulo-SP, profere palestras e ministra treinamentos
comportamentais em todo o Brasil
Artigos como este enriquecem não apenas o CANTEIRO DE IDEIAS, como também a Doutrina Espírita e a cultura humana. Simples, inteligente, pertinente, convincente. Já ouvi centenas de vezes a mesma ideia em outras abordagens, mas esta me convenceu. Ou será que eu tinha os olhos vendados? De qualquer forma obrigado a Alkíndar e ao blog!
ResponderExcluirEveraldo C. Mapurunga
Viçosa do Ceará CE
Coincidentemente, recebi telefonema agora de uma mãe de "adolescente rebelde", de 13 anos de idade, com as "mãos na cabeça' por não saber mais o que fazer com a "ferinha". São os desafios da educação em nossos tempos. O importante é ofertar a educação espírita, com os cuidados e limites necessários.
ResponderExcluiré tão dificil hoje, os valores estão equivocados ainda bem que temos a evangelização infantil enquanto é tempo.
ResponderExcluirAinda bem que nossas esperanças estão dentro de uma certeza que não finda em um túmulo.É INFINITA!
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