segunda-feira, 6 de maio de 2013

REFINANDO A MENTE ¹







 Por Roberto Caldas (*)


Nada mais democrático do que os nossos relacionamentos espirituais. No campo das energias, nada de disfarces. O pensamento, sendo o elemento modulador da sintonia, é que forma o campo através do qual nos expomos à vida invisível e produzimos a estrutura que garante os resultados da vida material. No ato de pensar estabelecemos as coordenadas que garantem a formação da nossa atmosfera psíquica, que podemos chamar de psicosfera, atraindo ou repelindo segundo uma instantânea correspondência de afinidades que se estende entre encarnados e desencarnados.
            O receio de invasão mental, orquestrada pelos habitantes do mundo espiritual, confessado por tantas pessoas que estudam a Doutrina Espírita não passa de compreensão incompleta a respeito da dinâmica dos fluidos e da hierarquia espiritual. Poucas discussões existem em torno da necessidade de receptividade para que se produza uma interferência entre duas mentes, pois sabemos dos modelos de comunicação através de ondas que o emissor e o receptor interagem e precisam estar recíprocos para que a mensagem possa ser  levada a cabo. Essa mesma lógica se aplica aos processos de retroalimentação entre as mentes, incluídas as vinculações entre os planos da existência.

            Por muitos séculos fomos amedrontados pela falsa doutrina de demônios devassando as nossas mentes com poderes quase irresistíveis de fazer de nossas vidas o que bem desejassem. A Doutrina Espírita simplesmente mostrou a infantilidade das teorias que enlouqueceram tantas gerações atormentadas pelo medo do diabo. Não é razoável que substituamos aquele receio desprovido de lógica, por outro que seria tão imobilizador quanto aquele, que é a crença do acesso livre de nossos pensamentos aos Espíritos.
            Atento ao problema, Allan Kardec reflete em O Livro dos Espíritos (questão 469) que a forma mais hábil para repelir qualquer forma de influência espiritual indesejada se resume em fazer o bem e colocar toda a confiança em Deus. Simplesmente não parametriza a capacidade de evitar as más interferências ao fato de termos ou não certos tipos de crenças, mas apenas que façamos o bem e estejamos entregues, em plena confiança, a Deus.
            No campo dos relacionamentos espirituais, não nos sobrem dúvidas ao pensar sobre o assunto, a nossa posição pessoal é que dita o grau. A forma como vivemos as experiências da existência corporal, aliada à linha de pensamentos que alimentamos nas mais profundas cavernas do nosso silêncio, onde ninguém alcança, é que estabelecem o hálito que transpiramos na confecção do clima espiritual da nossa individualidade.
            É na firmeza em transformar as nossas más inclinações, no combate aos velhos hábitos, buscando o bem estar comum, que iniciamos a trajetória de tornar as nossas mentes  afinados instrumentos de recepção das forças vitalizadoras do mundo superior, sob as bênçãos de Jesus, aquele mais perfeito que Deus nos deu para nos servir de  guia e modelo. Permitamos que ele seja o condutor de nossas mentes, sem resistências.

¹ editorial do programa Antena Espírita de 05.05.2013

(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.

3 comentários:

  1. Excelente! Dr. Roberto Caldas sempre muito feliz nas suas colocações! Abraços!

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  2. O convite elaborado pelo confrade Roberto Caldas é muito oportuno. Quase sempre, argumentamos da influência dos Espíritos, nos condicionamentos da obsessão, dentro de um processo quase automático. O que não é verdadeiro. O condicionamento mental do encarnado é material primordial para esse intercurso. O refinamento da mente no exercício do bem é padrão para as boas influ~encias.

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  3. Confiança no pai maior e produção no bem.Nos conduzará ao avanço moral.


    Vanessa

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