segunda-feira, 17 de junho de 2013

EDUCAÇÃO COM ESPIRITUALIDADE ¹






 Por Roberto Caldas (*)



Não é novidade para inteligência alguma que a única saída para todos os problemas humanos se encontra na educação. A frase que, parece chavão de tão repetida, e a repetição é decorrente justamente da falta de atenção que continuamente lhe damos, é parte da prática de escalada social na atualidade. O investimento em educação fez países destruídos pelas guerras catapultarem o seu desenvolvimento em poucas décadas, como aconteceu à Alemanha, Japão e Coréia do Sul. A educação formal, tecnológica, é o grande portal para outras aquisições como a igualdade de oportunidades e justa divisão de renda, o que explica a situação vexatória do nosso país quando avaliamos a condição de vida do povo brasileiro.
            Quando extrapolamos a compreensão do processo de educação para a formação humana e espiritual facilmente compreendemos a situação do mundo em que vivemos. A educação formal das letras confere dignidade ao cidadão. A educação espiritual confere senso de justiça e solidariedade. Quando geramos capacidades obrigatórias da alfabetização geramos pessoas que fazem história, mas quando batalhamos por capacitação de superação humana vemos florescer almas que mudam a história do mundo. O gênio da matemática destituído de amor ao próximo propõe equações que constroem bombas destrutivas e o poeta que perdeu o rumo vê os seus heróis morrendo de over dose. Homens e mulheres ungidos ao poder, pela excelência dos seus dotes intelectuais e políticos, são capazes de condenar durante séculos o povo nordestino ao flagelo da seca, quando possuem em mãos as soluções para tão antigo problema.

            O Livro dos Espíritos ao tratar das faculdades morais e intelectuais e sua influência na evolução revela que o progresso do Espírito não acontece, de forma obrigatória, simultaneamente em todos os sentidos, pode suceder em diferentes áreas do aprendizado (Q. 365). A Terra é um planeta onde as forças espirituais inferiores ainda prevalecem de forma muito atuantes, com muita força de coaptação e muito facilmente as nossas imperfeições, especialmente a vaidade e o orgulho, se incumbem de gerar uma tendência para o aplauso, a hipocrisia e a desfaçatez instituídos desde os primeiros séculos da barbárie  arrastando assim, mentes brilhantes para se acumpliciarem com os vícios milenares, destruindo carreiras e encarnações que poderiam ser caminhos de alta iluminação para aqueles seres encarnados.
            Precisamos exercitar a nossa capacidade de comiseração diante de tantas oportunidades jogadas fora, por tantos privilegiados da educação formal, gênios da Ciência, da Política, do Esporte, da Música, da Poesia, da Religiosidade. Gênios que trazem em si a propriedade de fazerem a diferença no mundo e na falta de uma educação espiritual se perdem pelos labirintos da escovação dos próprios egos. Igualmente precisamos nos observar atentamente, nós que ocupamos as ruas do anonimato, que exercemos funções pouco vistas e rotinas sem as luzes da ribalta, perguntando-nos a quem seguimos durante as lutas rotineiras de cada dia, pois é justamente na postura que geramos enquanto multidão que fornecemos alimento para a construção da realidade que entra em nossas casas. Se quisermos a mudança dessa realidade busquemos as forças espirituais capazes de executarem tal objetivo, nas menores atitudes de todos os dias.

¹ editorial do programa Antena Espírita de 16.06.2013
(*) integrante do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
 

Um comentário:

  1. Caro Roberto Caldas,
    A Humanidade só tem dois caminhos: o Espiritismo ou o Espiritismo, para avançar nas duas linhas abordadas por você. Parabéns!

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