Por Roberto Caldas (*)
Não é novidade para inteligência alguma que a
única saída para todos os problemas humanos se encontra na educação. A frase
que, parece chavão de tão repetida, e a repetição é decorrente justamente da
falta de atenção que continuamente lhe damos, é parte da prática de escalada
social na atualidade. O investimento em educação fez países destruídos pelas
guerras catapultarem o seu desenvolvimento em poucas décadas, como aconteceu à
Alemanha, Japão e Coréia do Sul. A educação formal, tecnológica, é o grande portal
para outras aquisições como a igualdade de oportunidades e justa divisão de
renda, o que explica a situação vexatória do nosso país quando avaliamos a
condição de vida do povo brasileiro.
Quando
extrapolamos a compreensão do processo de educação para a formação humana e
espiritual facilmente compreendemos a situação do mundo em que vivemos. A
educação formal das letras confere dignidade ao cidadão. A educação espiritual
confere senso de justiça e solidariedade. Quando geramos capacidades
obrigatórias da alfabetização geramos pessoas que fazem história, mas quando
batalhamos por capacitação de superação humana vemos florescer almas que mudam
a história do mundo. O gênio da matemática destituído de amor ao próximo propõe
equações que constroem bombas destrutivas e o poeta que perdeu o rumo vê os
seus heróis morrendo de over dose. Homens e mulheres ungidos ao poder, pela
excelência dos seus dotes intelectuais e políticos, são capazes de condenar
durante séculos o povo nordestino ao flagelo da seca, quando possuem em mãos as
soluções para tão antigo problema.
O
Livro dos Espíritos ao tratar das faculdades morais e intelectuais e sua
influência na evolução revela que o progresso do Espírito não acontece, de
forma obrigatória, simultaneamente em todos os sentidos, pode suceder em
diferentes áreas do aprendizado (Q. 365). A Terra é um planeta onde as forças
espirituais inferiores ainda prevalecem de forma muito atuantes, com muita
força de coaptação e muito facilmente as nossas imperfeições, especialmente a
vaidade e o orgulho, se incumbem de gerar uma tendência para o aplauso, a
hipocrisia e a desfaçatez instituídos desde os primeiros séculos da
barbárie arrastando assim, mentes
brilhantes para se acumpliciarem com os vícios milenares, destruindo carreiras
e encarnações que poderiam ser caminhos de alta iluminação para aqueles seres
encarnados.
Precisamos
exercitar a nossa capacidade de comiseração diante de tantas oportunidades
jogadas fora, por tantos privilegiados da educação formal, gênios da Ciência,
da Política, do Esporte, da Música, da Poesia, da Religiosidade. Gênios que
trazem em si a propriedade de fazerem a diferença no mundo e na falta de uma
educação espiritual se perdem pelos labirintos da escovação dos próprios egos.
Igualmente precisamos nos observar atentamente, nós que ocupamos as ruas do
anonimato, que exercemos funções pouco vistas e rotinas sem as luzes da
ribalta, perguntando-nos a quem seguimos durante as lutas rotineiras de cada
dia, pois é justamente na postura que geramos enquanto multidão que fornecemos
alimento para a construção da realidade que entra em nossas casas. Se quisermos
a mudança dessa realidade busquemos as forças espirituais capazes de executarem
tal objetivo, nas menores atitudes de todos os dias.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 16.06.2013
(*) integrante do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Caro Roberto Caldas,
ResponderExcluirA Humanidade só tem dois caminhos: o Espiritismo ou o Espiritismo, para avançar nas duas linhas abordadas por você. Parabéns!