domingo, 16 de junho de 2013

FRANCISCO PEIXOTO LINS (PEIXOTINHO)









Natural de Pacatuba, Ceará, nasceu no dia 1.º de fevereiro de 1905. Foram seus pais Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto. Cedo ficou órfão de pai e mãe, passando a conviver com seus tios maternos, em Fortaleza, onde fez o curso primário. Em seguida, matriculou-se no Seminário da Prainha, atendendo a solicitação de seus tios, desejosos de vê-lo seguir carreira eclesiástica. Entretanto, em face dos questionamentos que dirigia aos padres e as respostas insatisfatórias dadas pelos mesmos, a respeito de questões transcendentais da vida, terminou por desistir da vida religiosa e, aos 14 anos, transferiu-se para o Amazonas, onde trabalhou arduamente nos seringais. Após dois anos na peleja, regressou a Fortaleza.
Nesse tempo, manifestaram-se-lhe os primeiros sinais de sua extraordinária mediunidade, através de terrível obsessão. Sob a influência de inimigos desencarnados, era tomado de estranha força física, tornando-se capaz de lutar e vencer vários homens, apesar de ter menos de 18 anos e ser fisicamente franzino. Esse estado anômalo acontecia com frequência e Peixotinho (nome com o qual seria conhecido) temendo sequelas mais graves, decidiu não mais sair de casa. Ali sob influência dos obsessores, ficou desprendido do corpo físico por aproximadamente 20 horas, num estado cataléptico.


Após esse fato, sofreu uma paralisia que o prostrou no leito durante seis meses. Nessa fase, um de seus vizinhos, membro do Centro Espírita Cearense, solicitou permissão à sua família, para prestar-lhe socorro espiritual, com passes e preces. Aos poucos teve uma significativa melhora. A fim de se distrair passou a ler romances espíritas e posteriormente as obras da Codificação Kardequiana. Em menos de um mês apresentava sensível melhora em seu estado físico e progressivamente foi libertando-se da problemática espiritual.
Logo que conseguiu andar, passou a freqüentar o Centro Espírita Cearense, fundado por Vianna de Carvalho, em 1910, e que, nessa época (1923) servia no 23.º B.C, aquartelado em Fortaleza. Orientado pelo major Vianna, Peixotinho iniciou a sua educação mediúnica. Tornou-se um dos mais famosos médiuns de materializações e efeitos físicos. Por seu intermédio produziram-se as célebres materializações luminosas e uma série dos mais espantosos fenômenos.
Em 1926, foi convocado para o serviço militar e transferido para Macaé, no Rio de Janeiro. Ali se dedicou com amor à prática do Espiritismo e, com um grupo de abnegados companheiros, fundou o Centro Espírita Pedro, instituição que por muito tempo foi a sua oficina de trabalho.
Em 1933, casou-se com Benedita Vieira Fernandes, de cujo matrimônio tiveram vários filhos. Por força da sua carreira militar, foi transferido várias vezes, servindo em Imbituba, no Estado de Santa Catarina, Santos, no Estado de São Paulo, no antigo Distrito Federal e em Campos, no Estado do Rio de Janeiro.
No ano de 1945, no Rio de Janeiro, encontrou-se com alguns confrades, entre eles Antônio Alves Ferreira, velho companheiro no Grupo Espírita Pedro, de Macaé. Passou, então, a freqüentar o Culto Cristão no Lar, realizado sistematicamente na residência daquele confrade. Posteriormente, unindo-se a Jacques Aboab e Amadeu Santos, resolveu fundar o Grupo Espírita André Luiz, onde se produziram, mercê de suas faculdades medianímicas, as mais belas sessões de materializações luminosas, as quais ensejaram ao Dr. Rafael Ranieri a publicação de um livro com esse mesmo título. Peixotinho prestava ainda o seu valioso concurso como médium receitista e curador.
Em 1948, encontrando-se pela primeira vez com Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, teve a oportunidade de propiciar aos confrades, daquela cidade, belíssimas sessões de materializações e de assistência aos enfermos.
No ano seguinte, foi transferido definitivamente para a cidade de Campos, onde participou dos trabalhos do Grupo Espírita Joana D’Arc. Fundou também o Grupo Espírita Araci, em homenagem ao seu guia espiritual.
Peixotinho sofria de broncopneumonia, enfermidade que lhe causava muitos dissabores, porém suportava tudo com estoicismo. Sua desencarnação ocorreu no dia 16 DE JUNHO DE 1966, na cidade de Campos, aos 61 anos.


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