Por Gilberto Veras (*)
O projeto divino da vida tem um fim
esplendoroso, a felicidade da criatura, construída pela força vitoriosa do
amor, após incalculáveis desafios, provas, aprovações e reprovações educativos
e com propósitos de aperfeiçoamento do ser perfectível que, passo a passo (em
velocidades variáveis) avança na marcha evolutiva ao desenvolver, de forma harmoniosa, recursos do bem, concedidos pelo
Criador em providência soberanamente igualitária, inteligente e justa.
O posicionamento superior do princípio
inteligente ocorre na espécie humana, quando adquire inteligência racional,
livre-arbítrio e capacidade de desenvolvimento do conteúdo moralizante
(virtudes seminais disponibilizadas pelo Pai da vida).
O exercício da moralidade no homem é produto
da força motora do amor e se realiza no mundo de relacionamento entre as
pessoas, a Bondade Amorosa do Pai Todo-Poderoso sempre é intermediada por
emissários que nada mais são do que instrumentos divinos com deveres
inalienáveis de amarem-se e se instruírem uns aos outros, não há outro meio de
progresso, nada cai do céu diretamente em benefício ou malefício de determinado
filho, pois, afinal de contas, todos guardam na consciência as leis de Deus, de
comando, orientação e acompanhamento, necessárias ao nosso crescimento espiritual,
somos, todos, artífices de nosso destino, em trabalho recíproco de auxilio
fraternal, com o mais adiantado num aspecto ensinando o de retaguarda e este
àquele no que está mais a frente, e todos se amando incondicionalmente, em
cadeia solidária na qual não há quem não possa auxiliar e, ao mesmo tempo, ser
auxiliado, o posicionamento é sempre relativo, estamos à frente de uns e atrás
de outros (em função do talento observado), o que invalida qualquer sentimento
vaidoso de superioridade, nosso dever em ponte direta com o divino é amar, amar
sempre, esse sentimento áureo é o carro-chefe da prosperidade. O modelo e guia
da humanidade, o Mestre dos mestres, foi categórico, Amarás ao Senhor teu Deus
de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este
é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao
teu próximo como a ti mesmo. A Doutrina Espírita é conclusiva ao estabelecer o
lema, Fora da caridade não há salvação. Nosso dever de amar em ação se expressa
na prática da caridade, cuja identificação é autenticada apenas, e tão somente,
pelo selo do amor. Nossa potencialidade moral é representada pelo conjunto de
virtudes latentes que intrinsecamente são, todas, alimentadas e movidas pela
força do sentimento original provindo da Inteligência Suprema.
Lógico e fácil o epílogo, não caminharemos,
assumiremos comportamento estático, se não adotarmos como leme de movimento da
vida a humildade (submissão inteligente e nobre às leis superiores,
estabelecidas pelo Todo-Amor e gravadas na consciência humana), essa virtude é
fundamental, pois através dela recebemos o referendo divino para exercitar as
demais, que são interativas, e imprescindíveis ao aprimoramento individual. Não
confundir, no entanto, humildade, feliz conscientização espiritual, com
subserviência, neutralização da personalidade ou complexo de inferioridade,
lamentável posição de aviltamento escolhida pelo homem distante do
autoconhecimento.
(*) poeta e escritor espírita.
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