Por Roberto Caldas (*)
Somos parte de um mundo absolutamente
habitado em cada milímetro cúbico de sua superfície. O corpo que utilizamos
como vestimenta é um conglomerado de trilhões de células diversamente
especializadas e carrega uma população de quatrilhões de seres unicelulares
entre bactérias, fungos e vírus, um verdadeiro universo ambulante. Compomos
famílias que se estendem de um continente a outro, irmanados pelo tipo
sanguíneo e fator Rh, extensos grupamentos que reúnem condições de doar de si
em atendendo à necessidade do outro. Independente de raça, cor, grupo cultural,
condição social a carta genética individual difere apenas em detalhes entre as
pessoas. Passamos algo de nós na direção do semelhante no aperto de mão, afago,
abraço, mas também através dos objetos que manipulamos, numa transferência que
não cessa, de partes que nos compõem. Ver, ouvir, sentir, tocar os outros
torna-nos possuidores de qualidades que lhes pertence.
Se
biologicamente estamos juntos e misturados, apesar das diferenças, a questão é
muito mais interessante quando avaliamos as questões de natureza energética e
espiritualmente. O fato de termos o corpo e o perispírito extraídos de uma
mesma fonte, o fluido cósmico universal - detalhe exposto na questão 30 de O
Livro dos Espíritos – e a absoluta certeza de que todos os espaços
aparentemente vazios são preenchidos pelo magnetismo e pelos milhares de ondas
em diferentes frequências redimensionam o nosso entendimento de tantas
situações aparentemente sem explicação.
É
muito comum lembrarmos pessoas que depois revelam terem tido o desejo de nos
falar algo importante. Acontece muito de lermos algo que poderíamos ter escrito
tamanha a identidade com o nosso discurso. Pesquisas são realizadas em
diferentes centros, sob sigilo, e são exatamente iguais as motivações dos
pesquisadores sem terem conversado entre si. Grupos de defesa à vida se
movimentam em regiões completamente distanciadas, sem que os seus componentes
se conheçam, mantendo teoria e prática em completa ressonância.
Formamos
com a multiplicidade de individualidades um corpo populacional, incluindo
aqueles que se encontram desencarnados na atmosfera psíquica da Terra, com
interação e sinergismo com o planeta. Isso nos torna responsável pelos fatos
que se processam em todas as situações mundiais que nos chegam aos ouvidos, com
as quais aparentemente não temos nada a ver. Nesse ponto é importante
considerar que responsabilidade não significa culpa. Foi exatamente por essa
compreensão que Jesus, segundo a 1ª epístola de Pedro (IV: 8) sentencia que o
amor cobre uma multidão de pecados, convidando-nos em seguida para exercermos a
hospitalidade uns com os outros sem murmuração(vers. 9). Sempre que alguém dá
um passo para a compreensão, cogita um brilho de iluminação, exercita uma
atitude de conciliação, a humanidade toda se beneficia e é guindada a repetir a
mesma coisa que foi praticada em qualquer ponto isolado da Terra. As nossas
ações são responsáveis pelo crescimento do mundo, geram uma onda que repercute
em regiões que nunca visitamos e ajuda a resolver questões que jamais
imaginamos envolvendo pessoas que não conhecemos. Parafraseando o efeito
borboleta, o farfalhar das asas de uma borboleta na América causa um tufão na
Ásia, uma pequena atitude consciente dentro do nosso lar pode deflagrar uma
revolução moral sem precedentes, em qualquer parte do mundo. A mudança desse
mundo também está em nossas mãos.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 09.06.2013.
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
PARABENS.....Excelente texto....
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