Por Paulo Eduardo (*)
Na feitura de um jornal há sempre uma pauta.
Trabalha-se num cronograma de ideias. Detalha-se a ocorrência merecedora das
atenções gerais. Hoje, nesta crônica, um roteiro de analogia entre religião e
política.
Nenhuma vontade de ser político na fiel
acepção do termo. Apenas contribuir, filosoficamente, para afirmar a
inteligência do que se contém na obra básica de Kardec, por exemplo, quando
analisa 405 questões abordando as “Leis de Adoração, Trabalho, Reprodução,
Conservação, Destruição, Sociedade, Progresso, Igualdade, Liberdade e Justiça,
Amor e Caridade.”
Questões objetivas. Envolvem o homem no seu
relacionamento com “o Criador da vida, com o planeta em que vive, com seus
semelhantes, com as sociedades de que participa”. Em síntese, sob o aspecto
filosófico que o Espiritismo nos apresenta como normas políticas. Regras de
moral. Princípios éticos que alcança a todos.
É claro que se não deve confundir essa visão
espírita com a política partidária usada pelos homens para exercitar as
práticas nas agremiações e ideologias. Tudo deve ser trabalhado sem
preconceitos. A ilação é para dizer do lado moral dessa ciência capaz de cuidar
do social. A Ciência Política.
No universo religioso criou-se o ecumenismo
que em regra dicionária significa “a união de todos os que seguem a Cristo
deste ou daquele modo”. Na prática a desunião prevalece. Por uma política de
estratégia muitas reuniões ecumênicas não seguem o rito da universalidade
desejada.
Na pauta política estabelecida para as ideias
em curso, fomos buscar o quadro atual da política nacional ao verificar o
quanto estamos distantes dos conceitos de moralidade.
É dever de todos usar a consciência, a
lucidez, na compreensão de normas e princípios que regem a nossa participação
na sociedade. Ter uma visão política que possa, necessariamente, exercitar a
Justiça, o Amor e a Caridade.
Por entender a grandeza do termo político é
que estudamos, à luz da Doutrina Espírita, os aspectos da vida em sociedade.
Sabe-se que “o homem, por natureza, é um ser social” e nessa vertente ele deve
vir associado aos seus semelhantes, para criar os bens indispensáveis ao seu
desenvolvimento e nunca dilapidá-los em razão de ambições desmedidas.
Uma pauta política para “reflexões
ecumênicas”. Tentativa de unificar ideias para realmente aproximar os homens
entre si e tentar reverter o quadro de desarticulação que aí está minando as
estruturas da sociedade chamada de doente, quando doente é o ser humano da
afirmação de Aristóteles de que “O Homem é um animal político” e,
acrescentamos, que não seja irracional.
A nossa pauta política é a da lógica, da
razão e do bom senso. A única coisa que se investe é a honra nossa fortuna
interior de nascença. Dignidade, brio, probidade, honestidade são bens nosso de
raiz e a sua inversão é crime.
(*) jornalista e integrante da equipe do programa Antena Espírita.
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