Por Roberto Caldas (*)
O mundo caminha célere para a
destruição iminente. Antes de continuarmos é necessário um esclarecimento: esse
texto não trata de uma interpretação niilista e sim uma acepção espírita do
tempo e espaço. Já é do domínio científico que o Universo se movimenta da sua
criação para o seu extermínio, o que não deixa de ser uma realidade até onde se
pode espreitar pelos telescópios das concepções humanas, ainda com todas as
imperfeições derivadas do pensamento de finitude que limita tal visão.
Helena
Blavatsky, grande líder teosófica assinala que a construção é um movimento
seguido por todos os outros que deverão cuidar da manutenção para reduzir a
velocidade da destruição que se pretenda adiar, pois evitar ninguém pode.
Sabemos que o nosso Sol junto com todo o sistema que alimenta parece ter um
futuro de 4 bilhões de anos até que se complete o seu período de existência
quando provavelmente será sugado por um
buraco negro, área considerada pela ciência como uma região de alta densidade
de energia que atrai corpos materiais que estejam sob sua influência magnética.
A
questão da destruição mereceu um capítulo completo, o sexto, em O Livro dos
Espíritos, em sua 3ª parte, intitulado Lei da Destruição, no qual a visão
espírita antecipa a ciência em mais de um século, na admissão desse processo
necessário. A pergunta 728, a primeira de uma série mostra o caráter divino e
necessário da destruição: “a destruição é uma lei natural?”. Ao respondem os
Espíritos: “É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar. O que
chamais destruição é apenas transformação que tem por objetivo a renovação e o
melhoramento dos seres vivos.” O que faz diferir essa compreensão daquela
científica é a lógica da infinitude, como podemos ver na questão 35 desse mesmo
livro quando avalia o Universo: “O
espaço universal é infinito ou limitado? – Infinito. Supondo que fosse
limitado, devíeis perguntar: o que haverá além de seus limites? Isso confunde a
razão, bem o sei, e, entretanto, a própria razão diz que não pode ser de outro
modo. Essa é a ideia do infinito em todas as coisas, e não é na vossa pequena
esfera que podeis compreendê-lo.”
Antes
mesmo do aparecimento do nosso Sol outros milhões de sóis já teriam existido e
sido sugados pela onda de renovação universal característico de um processo de
infinita criação e igualmente infinita destruição. Muitas outras humanidades,
se assim podemos conceituar as muitas sociedades que habitaram esses sistemas,
antecederam o formigueiro humano que habita a Terra e depois de passadas todas
experiências de aprendizado evolucional fazem parte da comunidade dos puros
Espíritos que auxiliam, como se Anjos fossem, a evolução dos mundos inferiores,
entre eles o nosso planeta. Certamente a destruição que testemunharam foi capaz
de destruir-lhes os egos insuflados pelo orgulho gerando uma personalidade
livre das ambições vulgares, tornando-os verdadeiros benfeitores do Universo,
entre os quais se posiciona Jesus.
Diante
das ameaças constantes de destruição que experimentamos, tenhamos bom ânimo, a
vida há de perpetuar-se muito além do tempo em que todas as ovelhas perdidas
tenham retornado ao rebanho, assim nos ensinou o maior dos mestres que pisou o
solo da Terra.
¹ editorial do programa Antena Espíriat de 25.08.2013
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita de 25.08.20123
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