Por Roberto Caldas (*)
No primeiro dia de agosto de 2013 a luta a
favor da vida sofreu um revés. A primeira mandatária, instituída na posição de
presidente do Brasil, assinou sem vetos uma lei aprovada no congresso nacional
que dá espaço para enxertar a legalização do aborto no Brasil, antes mesmo que
a tal aberração tenha sido aprovada em sua total acepção, visto que o supremo
tribunal federal teria aberto precedente ao liberar o aborto aos anencéfalos.
Para tal ato a presidente ignorou documento subscrito e entregue a ministra-chefe
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), Federação Espírita Brasileira,
Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política, Movimento Nacional da
Cidadania pela Vida Brasil sem Aborto, Confederação Nacional das Entidades de
Família e Associação Nacional da Cidadania pela Vida.
A
presidente do Brasil que, salvo erro de juízo, jamais aprova leis vindas do
congresso sem cortes e vetos, faz continência ideológica à PLC 03/2013 sob a
bandeira social de evitar a gravidez derivada do estupro, crime hediondo e
brutal contra a mulher, apesar do texto estabelecer a condição proposital de
“relação não consentida” para que a interpretação possibilite uma gama de
práticas sexuais que torne livre o “direito” da mulher arbitrar sobre o
conceito de consentimento.
É
inacreditável que o grupo que se ajoelhou ao Papa Francisco aprove no decorrer
da mesma semana um texto que fere, de forma cruel, as promessas de cristandade
esboçadas nos falsos votos que deve ter registrado à figura mais proeminente da
igreja católica. Isso mostra a versatilidade da honestidade de princípios
desses homens e mulheres que dominam a política brasileira.
"O Livro dos Espíritos" no item 880 assim teria
questionado e respondido a respeito dessa iniciativa governamental: “Qual o
primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Ninguém tem o
direito de atentar contra a vida de seu semelhante nem fazer o que possa
comprometer sua existência física”.
É uma pena que verdadeiros ignorantes das
condições espirituais da humanidade tenham em mãos a capacidade de definirem a
respeito de tais temas, sem reunirem a menor qualificação para assumirem as
verdades terrenas no campo da educação, saúde e segurança, avaliemos quanto às
realidades do Espírito. No Evangelho de João (III: 12), Jesus admoesta a
Nicodemos: “Se não acreditais quando vos falo das coisas da terra, como ireis
crer quando eu vos falar das coisas do céu?”.
Afinal quem tem capacidade, sobre a Terra,
para definir quanto à permissão de viver-se ou não? Sendo a vida uma condição
que extrapola à tecnologia humana fazer-se iniciar deveria também ser vedado o
direito de retirá-la em qualquer que fosse a circunstância, exceto quando
pudesse colocar em jogo a continuidade da vida de sua mãe, única opção em que o
aborto deveria ser cogitado.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 04.08.2013
(*) médico, integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do c.E. Grão de Mostarda.
Como diz o vulgo "na veia". Belo texto do confrade Roberto Caldas. Somente a ignorância das coisas espirituais pode explicar aberrações desta natureza. A sociedade necessita reagir, como vem reagindo em outros setores sem tanta relevância como a Vida, de quem não pode se defender; não pode reagir.
ResponderExcluirCompartilhando... Parabéns pelo tema.
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