Por Roberto Caldas (*)

A
compreensão de que somos seres espirituais que existimos a muito mais tempo do
que podemos imaginar torna muito mais séria a questão. Desconhecemos absolutamente
o conteúdo de nossas existências e toda a pressão que as lembranças não
lembradas do passado exercem nas atitudes de agora, mergulhadas no inconsciente
remoto. Espíritos livres e sem relação de pertencimento estamos em viagem
contínua de aprendizados, onde erros e acertos se transformam em vivências tão
somente, numa jornada que certamente é composta de estadiamentos, mas
dificilmente com previsão de fim. Toda a complexidade que se encontra em nossa
estrutura pessoal deve ser igualmente extraordinária no outro.
Muitas
vezes temos a impressão de que a sociedade se encaminha para a destruição,
tamanhas as patologias expostas nos diversos núcleos que a compõem. Somos
agredidos pela violência, em escala mundial, causada pela forte reação aos
entraves de comunicação, pela incompetência para viver as diferenças
amistosamente, assim como pela incapacidade de resposta das instituições que
deveriam defender a dignidade humana. É fácil deduzir que os títulos de
representação não abastecem as personalidades, alçadas ao poder, de capacitação
para a compreensão dos problemas da existência. Títulos não significam
conquista de sabedoria. No fundo não
passamos de alguém que sabe apenas, e muito mal, o que acontece consigo.
A
Doutrina Espírita nos convida à reflexão relativa às intensas diferenças de
comportamentos exibidos pelas individualidades e grupamentos afins que vemos se
expressarem no mundo. Desapegado das questões teológicas fundamentalistas, o
Espiritismo se apresenta como uma proteção às intolerâncias conceituais que
comprometem o senso de união e pulveriza as chances de entendimento entre as
partes componentes dos conflitos que se multiplicam por todo o planeta.
Destacando que os verdadeiros aliados são aqueles que se vinculam pela simpatia
de vibrações e estão além mesmo de nos conhecermos fisicamente, consideração de
O Evangelho Segundo o Espiritismo que assinala “Não são os da consangüinidade
os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias,
os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações (cap.
XIV, item A parentela corporal e a parentela espiritual). Há muitos grupos que
se interligam pelo desejo de mudança e transformação dos destinos da humanidade
e esses agregados de pessoas, independente das crenças que professem, são
veiculadores da mensagem dos Espíritos Superiores e devemos nos dispor junto
aos mesmos para que fortaleçamos a Religião Espírita, que não é senão um
chamado para a prática da construção da paz e do amor sobre a Terra, muito além
do que momentos passados dentro de um centro espírita. A ação religiosa
espírita nos chama para a convivência salutar com todos os transformadores
pacíficos do mundo.
(¹) editoria do programa Antena Espírita de 18.08.2013
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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