Por Roberto Caldas (*)
A verdadeira Pátria é a espiritual. No mundo
dos encarnados vivemos dispostos geograficamente em nações que dispõem de
limites que tornam estrangeiro qualquer elemento que os transponha tão
simplesmente. Enquanto isso o mundo espiritual é apenas um vão posicionado no
espaço universal infinito, onde guardamos absoluta condição e igualdade e
jamais podemos ser vistos como estranho ao ambiente. Lógico que nesse mundo os
limites e barreiras se fazem presentes, porém é cada habitante que estabelece
as regras limitantes. Terra de um só idioma, o pensamento.
O
pensamento em sendo a matéria que cria todas as condições desse espaço, é ele
que produz as sintonias que aglomeram pela identificação e similaridade as
populações que se dividem, parcial e temporariamente, em grupamentos aqueles
que se alimentam mutuamente pelas mesmas emanações formando assim os planos que
recebem os que deixam o corpo físico pelo fenômeno da desencarnação ou ainda
pela libertação momentânea do sono. O
domínio em que se encontra o mundo dos encarnados pode ser estabelecido pela
compreensão de ele é uma pequena zona contida na área infinita do mundo
invisível que, aliás, não é visível apenas pela torpeza de sentidos que o corpo
físico confere à alma que se encontra nele instalada. Significa que o mundo
material faz parte do mundo espiritual e logo estamos todos os habitantes da
Terra em uma mesma pátria, apesar dos limites geográficos e de idiomas que nos
separam, tanto quanto as diferenças sociais e raciais.
Na
Pátria Espiritual a independência se dá pelo potencial de autoconhecimento de
que é dotado cada indivíduo, e o livre arbítrio se constitui na ferramenta que
torna exclusiva a decisão do ir e vir, considerado o padrão vibratório no qual
se encontra mergulhado. Quanto maior a capacidade de vinculação do espírito tão
mais o conceito de independência cede lugar para uma visão de interdependência,
trajetória compartilhada, objetivos em comum.
Quando
vemos no nosso país, o Brasil das terras tropicais e da miscigenação de raças,
o chamado para a comemoração de sua independência do domínio colonial de
Portugal, as nossas mentes precisam antes de qualquer coisa considerar que
estamos apenas de passagem por esse nobre território, para em seguida
compreendermos o importante momento político e social que estamos vivendo.
Jamais deixemos de lembrar que uma nação, assim como a Pátria Espiritual onde
ela está disposta, é um produto de todas as vibrações que compõem a sua
população. Todas as turbulências que a nossa percepção alcança também nos pertencem
e os incômodos que elas produzem em nossas vidas se constituem em
responsabilidades a serem compartilhadas por todos.
Nunca
foi tão necessária a visão da promoção de uma cultura de Paz para o país que
recebe a nossa atual existência com a certeza inabalável de que a Paz começa
nos nossos pensamentos mais íntimos antes de tomarem as ruas das cidades
chamando o maior número possível de pessoas a formarmos um batalhão que
escolheu a maior das leis prescritas por Jesus de fazer ao outro o que gostaria
que o outro lhe fizesse.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 08.09.2013.
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Muito bom...
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