segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A PAZ E A PÁTRIA¹



                                               


 Por Roberto Caldas (*)


A verdadeira Pátria é a espiritual. No mundo dos encarnados vivemos dispostos geograficamente em nações que dispõem de limites que tornam estrangeiro qualquer elemento que os transponha tão simplesmente. Enquanto isso o mundo espiritual é apenas um vão posicionado no espaço universal infinito, onde guardamos absoluta condição e igualdade e jamais podemos ser vistos como estranho ao ambiente. Lógico que nesse mundo os limites e barreiras se fazem presentes, porém é cada habitante que estabelece as regras limitantes. Terra de um só idioma, o pensamento.
            O pensamento em sendo a matéria que cria todas as condições desse espaço, é ele que produz as sintonias que aglomeram pela identificação e similaridade as populações que se dividem, parcial e temporariamente, em grupamentos aqueles que se alimentam mutuamente pelas mesmas emanações formando assim os planos que recebem os que deixam o corpo físico pelo fenômeno da desencarnação ou ainda pela libertação momentânea do sono.          O domínio em que se encontra o mundo dos encarnados pode ser estabelecido pela compreensão de ele é uma pequena zona contida na área infinita do mundo invisível que, aliás, não é visível apenas pela torpeza de sentidos que o corpo físico confere à alma que se encontra nele instalada. Significa que o mundo material faz parte do mundo espiritual e logo estamos todos os habitantes da Terra em uma mesma pátria, apesar dos limites geográficos e de idiomas que nos separam, tanto quanto as diferenças sociais e raciais.

            Na Pátria Espiritual a independência se dá pelo potencial de autoconhecimento de que é dotado cada indivíduo, e o livre arbítrio se constitui na ferramenta que torna exclusiva a decisão do ir e vir, considerado o padrão vibratório no qual se encontra mergulhado. Quanto maior a capacidade de vinculação do espírito tão mais o conceito de independência cede lugar para uma visão de interdependência, trajetória compartilhada, objetivos em comum.
            Quando vemos no nosso país, o Brasil das terras tropicais e da miscigenação de raças, o chamado para a comemoração de sua independência do domínio colonial de Portugal, as nossas mentes precisam antes de qualquer coisa considerar que estamos apenas de passagem por esse nobre território, para em seguida compreendermos o importante momento político e social que estamos vivendo. Jamais deixemos de lembrar que uma nação, assim como a Pátria Espiritual onde ela está disposta, é um produto de todas as vibrações que compõem a sua população. Todas as turbulências que a nossa percepção alcança também nos pertencem e os incômodos que elas produzem em nossas vidas se constituem em responsabilidades a serem compartilhadas por todos.
            Nunca foi tão necessária a visão da promoção de uma cultura de Paz para o país que recebe a nossa atual existência com a certeza inabalável de que a Paz começa nos nossos pensamentos mais íntimos antes de tomarem as ruas das cidades chamando o maior número possível de pessoas a formarmos um batalhão que escolheu a maior das leis prescritas por Jesus de fazer ao outro o que gostaria que o outro lhe fizesse.


¹ editorial do programa Antena Espírita de 08.09.2013.
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.


            

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