Por Roberto Caldas (*)
Um aviso aos que creditam os fatos que
sucedem ao longo da existência como consequência impositiva do destino: o
destino simplesmente não existe!
Há, antes de encarnar-se no novo corpo, um
planejamento existencial que estabelece diretrizes fundamentadas nas
necessidades levantadas por cada Espírito que pretenda o retorno. Nesse caso, a
compreensão ampliada das responsabilidades geradas pelos atos das existências
passadas permite, com a utilização ampla do livre arbítrio, que estabeleçamos
critérios para a escolha do gênero de encarnação mais apropriada para que
atinjamos os objetivos da existência por iniciar.
Esse planejamento, realizado
antes mesmo que aconteça a fertilização do embrião que projeta o corpo físico,
tem como base as condições trazidas na bagagem espiritual do candidato à nova
existência sendo que os caminhos escolhidos consideram qual o ambiente mais
favorável, as parcerias mais adequadas com a escolha da parentela e o padrão de
provas que mais bem se disponham para as provas e expiações que devem se
desenrolar no decorrer do tempo a partir do nascimento.
Duas situações se mostram
muito importantes para que as definições arquitetadas no mundo espiritual não
se tornem predisposições obrigatórias engessando qualquer tentativa de mudança
por parte do ser encarnado, o que tornaria verdadeira a concepção de destino. A
primeira orquestrada pelo livre arbítrio do indivíduo que pode tornar desnecessárias
situações e vivências pensadas, a partir de novos aprendizados que criem um
nível diferente de sintonia requisitando experiências diferentes daquelas
anteriormente projetadas, o que também dependeria das circunstâncias das outras
pessoas envolvidas no nosso processo. A segunda situação tem a ver com os
intervalos, nos quais estamos fora do corpo através do sono, quando reassumimos
parte de nossa consciência espiritual e podemos discutir aquelas escolhas com
base na prática da existência que se desenrola durante a nossa vigília. Esses
argumentos são corroborados pela resposta que os Espíritos que coordenaram a
Codificação Espírita passaram para Allan Kardec na questão 267 quanto ao
encarnado poder escolher as suas provas: “... Ele pode fazê-la na vida
material, porque para o Espírito há sempre momentos em que fica independente da
matéria que habita.”
A estratégia da evolução
fundamentada na reencarnação em circunstância alguma retira da pessoa encarnada
o direito de modificar as circunstâncias de sua existência, seja para o bem ou
para o mal. Deus representado pela Soberania da Natureza jamais interfere para
punir ou prejudicar nem impõe limites à capacidade do Espírito de fazer a
diferença em sua própria vida. As escolhas são irremediavelmente nossas, antes
e depois do renascimento, e toda atitude nova tem o poder de nos fazer penetrar
outras paisagens, jamais vistas.
A simplicidade com que a
Doutrina Espírita nos chama para a renovação constante de novas vidas é um dos
maiores instrumentos de crescimento que Deus dispõe a nossa frente para que
percebamos que o destino não existe e que sim, somos os grandes responsáveis
pelas mudanças que o mundo e a nossa existência precisa.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 20.10.2013.
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 20.10.2013.
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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