Por Francisco Castro (*)
Encontramos hoje, tanto na televisão como no
rádio, propaganda de cunho religioso, sendo comum ouvirmos expressões como: O
povo de Deus se referindo aos católicos e, Jesus Cristo é o salvador, expressão
usada pelos evangélicos, isso para dar certo tipo de identificação aos
profitentes quanto à sua corrente religiosa.
Há ainda algumas pessoas que, quando se fala
em almas do outro mundo, dizem logo que isso é coisa dos espíritas. Ora, se uma
corrente é de Deus, outra de Jesus, outros lidam com as almas do outro mundo, com
quem estarão as demais correntes religiosas? E nós sabemos que existem dezenas
delas!
Haveria algum tipo de sinal identificador
para que alguém possa saber se está fazendo parte do verdadeiro grupo? A
salvação é o produto mais procurado, mas onde vamos acha-la? Qual a corrente
religiosa que detém a palavra mágica que irá permitir alguém entrar no reino
dos céus? Existirá um tipo de senha capaz de fazer com que uns sejam salvos e outros
sejam condenados inapelavelmente pela escolha errada em termos de religião?
Ainda no século XIX, Allan Kardec também
demonstrou esse tipo de preocupação que dá título a esse texto, quando, no
processo de investigação que resultaria no surgimento da Doutrina Espírita, questionou
os Espíritos codificadores, fazendo uma pergunta que foi catalogada sob o nº
842, da parte terceira de O Livro dos Espíritos – Capítulo X, que trata da Lei
de Liberdade: Por que indícios se poderá
reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a
expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?
Em outras palavras, Kardec queria saber qual
a verdadeira religião? A resposta dada a Allan Kardec pelos Espíritos Superiores
é de uma clareza que não permite a quem quer que seja a menor dúvida quanto ao
caminho ou, melhor dizendo, quanto à melhor religião!
Responderam assim os Espíritos: “Será aquela que mais homens de bem e menos
hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na
sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é
boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e
estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de
ser falsa e perniciosa.”
Para clarear ainda mais a resposta dada acima
pelos Espíritos, mais adiante Allan Kardec, sob o nº 879 de O Livro dos
Espíritos, faz uma pergunta importante para melhorar o nosso entendimento: Qual
seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza? Obtendo
dos Espíritos a seguinte resposta: “O do
verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do
próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.”
Buscando melhorar ainda mais o nosso
entendimento sobre a resposta dada pelos Espíritos, mais adiante, sob o nº 886,
Allan Kardec pergunta aos Espíritos codificadores: Qual o verdadeiro sentido da
palavra caridade, como a entendia Jesus? Ao que os Espíritos responderam: “Benevolência para com todos, indulgência
para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”
Em complemento à resposta acima, Kardec diz o
seguinte: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o
próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejaríamos que nos
fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.
Desejamos finalizar transcrevendo a questão
625 de O Livro dos Espíritos, quando Allan Kardec faz a seguinte pergunta aos
Espíritos superiores: Qual o tipo mais perfeito que Deus tem dado à humanidade
para lhe servir de guia e modelo? Ao que os Espíritos respondem de forma
lapidar: “Jesus”.
Como se vê Jesus não é propriedade de nenhuma
corrente religiosa, mas sim, o modelo a ser seguido por todos nós humanos,
espíritos encarnados em um corpo perecível, e que momentaneamente habitamos
esse planeta onde ainda impera tanta penúria e sofrimento!
(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Gosto muito dessa linha de exposição. Gosto de relembrar estas questões de O Livro dos Espíritos, mesmo que eu as tenha lido a pouco tempo. Muito bom Francisco Castro!
ResponderExcluirVera, gostei também de você compartilhar os posts do Canteiro com a sua rede de contatos no Facebook! Se todos fizessem assim muito mais pessoas poderiam curtir os textos aqui publicados. Parabéns pela iniciativa.
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