Por Roberto Caldas (*)
A humanidade é a
família que o planeta nos garante enquanto atravessamos os anos de existência
física. Vistos de uma distância maior parece que somos todos iguais, seres de
uma mesma espécie e, portanto com grande semelhança de caracteres físicos. Ao
aproximarmos a observação, notórias dessemelhanças começam a emergir. Compomos
grupos raciais que nos tornam fisicamente diferentes quando comparadas as
peculiaridades de cada raça, apesar de não se manifestarem de forma contundente
nos aglomerados genéticos. Ainda assim critérios culturais, sociais e
educacionais podem trazer à baila potenciais de proximidade entre nós.
As diferenças manifestas se
exteriorizam quando os fatores psíquicos são incluídos na avaliação,
identificadas as capacidades emocionais, intelectivas e comportamentais. Nesse
campo nos tornamos pessoas muito diferentes que convivem em um mesmo espaço
físico e povoam o planeta. Essa sopa de diversidades é que estabelece o padrão
de vibração, no qual estamos todos mergulhados.
Trazemos experiências muito
diversificadas, com trajetórias completamente díspares e necessidades muito
específicas sempre que nos encontramos nessa viagem como seres encarnados. O
contato com os outros é, porém o maior de todos os instrumentos do progresso
que ensejamos alcançar em qualquer área de ação que pretendamos. Toda a pressão
exercida pela pluralidade de pendores expostos pelos bilhões de pessoas que
povoam a Terra, mesmos aqueles que são ofensivos à ordem e à segurança da
população constrangendo ou agredindo são de suma importância para o alcance dos
nossos objetivos.
O
Livro dos Espíritos ao estudar a
Lei de Sociedade (q. 768) pergunta se a
vida em sociedade apenas obedece a um sentimento pessoal do homem ou se há um objetivo
providencial mais geral e a resposta textual dos Espíritos é que “o
homem deve progredir, mas não pode fazer isso sozinho porque não dispõe de
todas as faculdades; eis por que precisa se relacionar com outros homens. No
isolamento, se embrutece e se enfraquece”.
Sabemos
de tantas pessoas que vivem desarvoradas, perdidas em cometimentos que ferem os
mais profundos princípios da convivência pacífica e que tais atitudes tornam o
mundo em que vivemos um local inseguro para todos. Precisamos não ter receio de
admitirmos que a nossa necessidade pessoal deva se responsabilizar por estarmos
imersos nesse universo de dificuldades, senão não estaríamos aqui para ver tudo
isso acontecendo. Antes de qualquer outra atitude agradeçamos ao fato de não
sermos a motivação nem estarmos motivados por essas escolhas que ferem o
planeta e comprometem os seus agentes. Depois compreendamos que o desarme
emocional, a busca da serenidade, o exercício da compaixão são os nossos equipamentos
de ajuda se quisermos colaborar com a mudança real dessas circunstâncias
desagradáveis e, em fazendo a nossa parte nessa mudança, tenhamos a certeza de
que o tempo é o maior modificador de paisagens depois de nossos objetivos.
A
massa humana precisa de sabedoria para sair dessa crise de propósitos. E a
sabedoria não se acha nas esquinas, senão na intimidade de nossas descobertas
quando sinceramente nos comprometemos com mudança do meio em que vivemos, a
partir da mudança pessoal.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 15.12.2013.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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