Por Roberto Caldas (*)
A força do
Espiritismo se encontra na sua capacidade de sair dos rodeios da linguagem e ir
direto ao ponto. O argumento espírita não precisa de firulas nem contrapontos.
É simples e destituído de segredos. O próprio método científico utilizado nas
pesquisas empreendidas por Allan Kardec teve a finalidade de tirar o véu que
escondia a intimidade das revelações espirituais, sobre as quais se escondiam
idéias místicas e miraculosas com objetivos nem sempre elevados. Os princípios
enumerados para servirem de alicerce a todo o seu arcabouço doutrinário, quais
sejam A Existência de Deus, A
Imortalidade da Alma, A Comunicação entre Vivos e Mortos, A reencarnação, A
Pluralidade dos Mundos Habitados e A Evolução, são conhecimentos milenares
que, apesar de todas as resistências que lhe foram impostas, não sofreram um
único abalo em suas estruturas.
O estabelecimento da tríade
universal Deus – Espírito – Matéria, como os elementos de entendimento de todos
os fenômenos que permeiam a nossa existência, sela de forma simplificada a
grandiosidade dos propósitos divinos em relação à harmonia das leis naturais
que se encontram como base de uma nova compreensão que haverá de tornar-se
progressivamente assimilada pelas mentes que povoam o Universo.
Qualquer tentativa de tentar-se
vincular a Doutrina Espírita a algumas ideias e doutrinas que se dispõem a
trazer uma Nova Visão espiritual com propostas iniciáticas envolvidas em
ritualismos e hierarquias não passa de um despropósito típico de quem
absolutamente desconhece a natureza do ensino universal dos Espíritos, no qual
se baseia o Espiritismo e fonte de sua autoridade. A prática espírita impõe
obrigatoriamente que se desenvolva um caráter investigativo em conformidade com
os propostos estabelecidos pela Universalidade do Ensino dos Espíritos estando
acima de posturas e pessoais. Isso significa que a profundidade dos
ensinamentos espíritas está muito além do nível opinativo, apesar de ter
opinião se constituir em um direito de todos e a cada um seja dado a
possibilidade de expressão.
Espera-se, como consequência do
exposto, que o movimento espírita consiga exprimir em todos os momentos de sua
prática, a transparência da pureza doutrinária. A casa espírita, vulgarizada
pela denominação de Centro Espírita deve se constituir no pólo de onde jorram
os esforços pela manutenção da lógica kardeciana, desde a sua própria
constituição até àquela mais singela e simples atividade que produza. O que
permite essa clareza de objetivos, no entanto exige que os seus participantes
tenham o discernimento espírita, que surge em consequência de estudos e
análises das obras da Codificação Espírita, não apenas pelo desejo de ajudar ao
próximo, desejo que deve nortear as nossas vidas sem que precisemos ser
espíritas para cultivá-lo. De forma que, estejamos atentos, a divulgação da
Doutrina Espírita, a ser praticada nos grupos que se propõem a tal, precisa
além do entendimento doutrinário se tornar, objetiva, direta, concisa, como,
aliás, foi a forma com que Allan Kardec pretendeu divulgá-la desde o seu
advento em 1857.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 19.01.2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Caro Roberto,
ResponderExcluirMuito lúcido o seu artigo. Ajudar ao próximo deve ser paradigma de todo Ser humano, independente de ser espírita ou não. Divulgar o Espiritismo utilizando o Centro Espírita dentro dessa realidade é coisa difícil de se ver.
Parabéns!