Por Roberto Caldas (*)
A
organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu desde 2005 que o dia 27 de
janeiro seria instituído como o Dia Mundial de Recordação do Holocausto. Como é
historicamente sabido o holocausto, palavra derivada do grego significando
“todo queimado”, é a expressão que denomina o terror patrocinado pelos mentores
da 2ª Guerra Mundial (1939/1945) que exterminou cerca de seis milhões de judeus
entre crianças, adultos e idosos.
Fatos como esse, certamente a mais
cruel tentativa de “limpeza étnica” de que temos notícia, precisa ser lembrado
com a finalidade de repassar para a posteridade o quanto o homem pode fazer mal
ao outro ao acreditar que é possível subjugar o seu semelhante aos seus
interesses, apesar dos direitos universais que lhe são conferidos. Sabemos que
jamais é excessivo repetir que ocorrem pequenos holocaustos sempre que alguém
mais poderoso utiliza de sua força para imprimir a sua razão à razão do outro e
quando se determina que alguém deve perder a vida, mesmo que haja leis civis
que determinem tal procedimento.
Na esteira das práticas criminosas,
estima-se que no Brasil sejam praticados um milhão de abortos a cada ano, o que
nos levaria aos mesmos números do holocausto judeu se somarmos as cifras
durante apenas seis anos. A diferença é que não houve um comandante ao
morticínio, mas a ceifa de vidas é de mesmo montante que o fato histórico e
cruel. Nesse caso vemos a prática de um holocausto individual. Os defensores
dessa idéia estão freneticamente atrás de uma lei que sancione o aborto, no
desvão criado em 2012 pelo STF que decidiu abrir exceção para que se mate o
feto anencéfalo.
O que nos propõe a questão 360 de O
Livro dos Espíritos desfaz por completo a diferença que se poderia dar à vida
de uma criança já nascida em relação a sua existência enquanto ainda
embrião/feto, senão vejamos: “É racional ter pelo feto a mesma atenção que se
tem pelo corpo de uma criança que tenha vivido? Em tudo isso deveis ver a vontade
de Deus e Sua obra. Não trateis, portanto, levianamente as coisas que deveis
respeitar...”
Justo que a sociedade humana vista a
camisa com a insígnia “Holocausto Nunca Mais” mesmo que seja apenas para
reforçar que podemos sempre rever a história para fazermos diferente, apesar de
ainda vivermos com tantos morticínios produzidos pelas muitas guerras que se
espalham pelo mundo, mas esses conflitos que envolvem grandes poderios
econômicos infelizmente não se encontram em nossas mãos a decisão de pará-los.
Entretanto as guerras individuais que enfrentamos dependem da renovação que
pretendamos alcançar diante das dificuldades.
Façamos a parte que nos compete.
Disponhamo-nos a aliviar as tensões no ambiente de convivência ressaltando a
importância da manutenção da vida diante dos embaraços e das dores humanas.
Vistamos a camisa da PAZ diante da violência que nos alcança pelos noticiários
ou mesmo quando arromba as nossas portas, por mais difícil que pareça.
Busquemos sempre a atitude que auxilia na solução colaborando para que o outro
se sinta acolhido no seu desespero. Trazer a paz para dentro do coração é a
melhor forma de homenagear as grandes catástrofes produzidas pelo homem ao
próprio homem quando esse age na ausência de amor pelo semelhante.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 26.01.2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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