A
Doutrina Espírita, por favorecer o entendimento das condições e finalidades da
vida, bem como dos motivos por que sofremos, ao mesmo tempo em que nos amplia
as possibilidades de felicidade, redimensionando-nos o pensar no porvir em
horizontes dilatados e hiperbólicos, longe de formar adeptos taciturnos e
tristonhos, os faz pessoas otimistas com a existência terrena e com a
Humanidade, esperançosas de um futuro harmonioso e, por isso mesmo, alegres,
como aliás deveriam ser todos os cristãos que bem compreendem a mensagem de
Jesus.
Quando se nos depara a crítica ácida, apregoante do inverso a isso,
fácil é concluir pelo completo desconhecimento do seu autor sobre o que
verdadeiramente é o Espiritismo.
Se, no entanto, a Doutrina faculta-nos esse estado perene de compreensão
e boa vontade para com o existir, com mais justa razão franqueia-nos uma
análise assaz criteriosa e justa da problemática anímica e psicológica de todos
os que habitamos a superfície deste planetinha de expiações e provas. Assim
sendo, compreendemos que o homem traz, represadas em seu íntimo, inúmeras
fantasias, das mais diversificadas ordens, tendo frequentemente distorcidos
vislumbres da vera felicidade.
Essas ansiedades e fantasias, esses desejos incontidos, costumam ser
exteriorizados em momentos de maior permissividade, pois o indivíduo não se
permite mostrar intimamente, em função do medo do julgamento popular ou mesmo
por conta do cerceamento promovido pela legislação humana em tempos ditos
normais.
O
carnaval, festa copiada pelos "cristãos"(?) aos pagãos (realizadas
por estes em homenagem aos seus deuses), costuma prestar-se a esse
"desaguar" dos anseios mais íntimos de grande número de pessoas.
Dessa forma, é usual o abuso de bebidas alcoólicas (até como um agente
"encorajador"), a atividade sexual infrene e irresponsável, assim
como o uso de diversas substâncias estupefacientes, o que transforma esse
período num "vencedor" disparado, em matéria de estatística do terror
e do morticínio brutal: acidentes automobilísticos, assassinatos, suicídios,
estupros e outros fatos lamentáveis comportam-se em um crescente nessas
ocasiões.
E
essas estatísticas não costumam considerar outros infortúnios ocultos aos olhos
da mídia em geral, como as gravidezes indesejadas desaguando frequentemente em
abortos provocados, a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis
(inclusive a AIDS) e as ulcerações morais marcando profundamente certas almas
desavisadas e imprevidentes.
O
fato é que se torna corriqueira a associação do desregramento sexual ao
alcoolismo e outros tipos de toxicomania e destes com as desgraças mais
mediatas ou mais tardias.
O
carnaval não deve ser rejeitado simplesmente, mas vivenciado com um mínimo de
responsabilidade e bom senso. Aquilo que não é bom nos outros momentos da vida
não pode tornar-se positivo apenas porque é carnaval. Deve-se indubitavelmente
procurar a alegria, as manifestações passíveis de felicidade, mas é importante
questionar-se sobre o que realmente é capaz de gerar essa felicidade e se
determinadas alegrias não são aparentes e unicamente geradoras de sofrimentos
futuros para nós mesmos e/ou para o nosso próximo. Também aqui é válida a
clássica Regra Áurea do Cristianismo: "Fazer aos outros somente o que
faríamos para nós mesmos". Até porque, quando o sofrimento recai sobre o
outro por nossa culpa, ainda que, momentaneamente, nossa consciência se
encontre anestesiada, faz-se sobre nós a inexorável reação da Lei Divina. É
apenas questão de tempo.
Mais um período momino se
aproxima e vale refletir no que ele representa para você: será que ele poderá
oferecer-lhe realmente o que é do seu anseio?. Terá ele condições de
subtrair-lhe as agruras da alma, as dúvidas existenciais?. Valerá a pena correr
um risco maior ante os que não estão preocupados com os resultados de suas
ações impensadas ou pensadas, mas irresponsáveis?.
Se sua resposta for sim, tenha um bom
carnaval, mas procure não se deixar envolver pela ilusão dos tóxicos nem pela
"inocente" bebedeira (que muitos infelizmente não consideram como
tóxico). Fique atento na direção e nunca esqueça de orar: ao sair, ao chegar ou
mesmo em momentos difíceis (porque o templo de Deus é a própria natureza!).
Reforço estas palavras: VALERÁ A PENA...?
ResponderExcluirO amigo Cajazeiras, em escrevendo esse artigo, conseguiu representar a todos os que estamos aprendendo A ESCOLHER MELHOR.
Everaldo C. Mapurunga
Viçosa do Ceará CE