Por Roberto Caldas (*)
O que pode ser
considerado mais importante na vida? Essa pergunta haverá de suscitar suspiros
e reflexões das formas mais diversas e a resposta para a mesma terá tantas
variações quanto seja o número daquelas contabilizadas. Ressalte-se que é
permitido pelas diferenças que nos caracterizam que tenhamos aspirações e
planos específicos às necessidades que julgamos querer atender a cada momento.
Questões desse porte despertam nos
arquivos da memória uma série de cogitações que foram se modificando à medida
que o tempo passava em nossas existências. A trajetória nem sempre atende aos
sonhos e desejos que acalentamos nos tempos coloridos da adolescência. Ao
adulto cabe a resolução de problemas e tomada de decisões que conduzem a rotina
aos caminhos dispostos pela realidade, enquanto as paisagens vão se acomodando
ao que é possível alcançar. Ao mesmo tempo a cultura espiritual de cada pessoa,
não necessariamente relacionada com opções religiosas, é que estabelece a
qualidade do estilo de vida a que se aspira.
Saber o que de mais importante se
pode buscar na vida está diretamente interligado com a nossa capacidade de
aliar as conquistas obtidas com um estado de autoaceitação que se percebe pelo
nível de serenidade que possamos desfrutar na maioria das situações que as
experiências nos dispõem no caminho. Não foi sem propósito que em Mateus (XVI: 26), Jesus nos adverte:
“pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se
perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?”
Conquistas que isolam, tiranizam,
estressam, comprometem o bom humor, exigem renúncia à ética são armadilhas que
lançam o indivíduo que as alcança num carrossel de ilusões, cuja maior consequência
consiste em tornar a recompensa haurida nada mais que haveres que os ladrões
roubam e as traças corroem. O objetivo de viver passa pela mobilização em ser
feliz e os obstáculos a tal intento, constitui-se nos maiores desafios a serem
vencidos.
Considerada relativa na faixa de
evolução em que nos encontramos, no atual estágio do planeta e da sociedade que
nele habita, a felicidade pode ter uma medida comum a todos os homens, segundo
esclarecem os Espíritos da Codificação, na questão 922 de O Livro dos Espíritos:
“Para a vida material,
é a posse do necessário; para a vida moral, a pureza da consciência e a fé no
futuro.”
Precisamos identificar os perigos
embutidos na competição irracional com que as oportunidades do mundo acenam
para nós, em especial para os jovens. O discernimento a respeito do que
buscamos de mais importante na vida é o norteamento básico de quem antes de
qualquer outra coisa, sabe que a maior conquista que podemos alcançar enquanto
encarnados é a condição de usufruirmos, de forma saudável e duradoura, da paz
de espírito que é restrita aqueles que cumprem o seu papel de homem de bem, qualquer
que seja a circunstância que se lhe apresente.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 16.02.2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
Sugestivo SEMEADOR DE ESTRELAS. Gostei.
ResponderExcluirAbraços à redação, direção e leitores.
Everaldo - Viçosa do Ceará
Lindo texto. Eu procuro sempre trilhar no caminho do Bem mas às vezes ainda erro, o que me leva a pensar no porquê de ser tão difícil andar sempre no caminho do Bem.
ResponderExcluirMuita luz p/ todos.
Olá, Roberto Caldas!
ResponderExcluirGosto quando abordamos as questões de forma pragmática, embora não despreze as questões filosóficas e científicas. Seu artigo é uma receita de vivência.
Parabéns!