domingo, 30 de março de 2014

SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS¹




Por Roberto Caldas (*)



       
Depois de anunciado o advento da Doutrina Espírita com a publicação de “O Livro dos Espíritos”, eis que Allan Kardec inicia o ano de 1858 com o lançamento da Revista Espírita numa nítida atitude científica que exigia que as informações colhidas nas investigações mediúnicas fossem colocadas para avaliação pública em tal periódico. Desde algum tempo o Codificador deixara de frequentar os salões, onde preponderava a curiosidade fútil e se reunia em sua residência com um grupo de pessoas sérias e comprometidas com o estudo e a pesquisa da nova doutrina, cujo espaço se tornara acanhado para receber tantos participantes.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A PERSPECTIVA ECUMÊNICA KARDECIANA





O mestre espírita por excelência postulava que “a unidade se fará em religião, como já tende a fazer-se socialmente, politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos”.[1] Não deixou, pois, de expressar uma perspectiva ecumênica, universalista, ou como preferirem hoje chamá-la. Balizou-a solidamente ao dizer qual seria a melhor de todas as religiões e, depois, manteve-se nessa rota, detalhando-a:

“[...] a melhor de todas as religiões é aquela que só ensina o que é conforme à bondade e justiça de Deus; que dá de Deus a maior e a mais sublime ideia e não o rebaixa emprestando-lhe as fraquezas e as paixões da humanidade; que torna os homens bons e virtuosos e lhes ensina a amarem-se todos como irmãos; que condena todo mal feito ao próximo; que não autoriza a injustiça sob qualquer forma ou pretexto que seja; que nada prescreve de contrário às leis imutáveis da natureza, porque Deus não se pode contradizer; aquela cujos ministros dão o melhor exemplo de bondade, caridade e moralidade; aquela que procura melhor combater o egoísmo e lisonjear menos o orgulho e a vaidade dos homens; aquela, finalmente, em nome da qual se comete menos mal, porque uma boa religião não pode servir de pretexto a nenhum mal; ela não lhe deve deixar porta alguma aberta, nem diretamente, nem por interpretação”.[2]

terça-feira, 25 de março de 2014

JULGAMENTOS SILENCIOSOS










“Não julgueis, a fim de que não sejais julgados; porque vós sereis julgados segundo houverdes julgados os outros; e servirá para convosco da mesma medida da qual vos serviste.” (Mt, VII: 1-2)




         


            Certa feita, ao pesquisar uma obra adquirida, verifiquei que fazia referência ao Espiritismo. Lendo a opinião do autor, verifiquei que ele era adepto de outra corrente religiosa, o que me levou a entender o pensamento dele como preconceituoso. Cheguei, inclusive, a tecer crítica à obra para um amigo, o que certamente, por confiança, poderia induzi-lo a multiplicar minha interpretação.
            Passado algum tempo, constatei que a citação nada tinha nada de desairosa ao Espiritismo; que o conteúdo do livro é resultado de anos de experiência do autor na área médico-cirúrgica; que a obra era rica em conhecimentos.
            Descartes recomendava abster-se da precipitação e do preconceito ao se analisar um assunto, tendo como verdadeiro somente o que for claro e distinto.
            É impossível analisar uma obra literária ou científica partindo do prisma de um parágrafo, da mesma forma que é impraticável entender um capítulo lendo-se apenas uma ou duas frases. Portanto, devo reconhecer: naquele momento, agi com precipitação e preconceito.

domingo, 23 de março de 2014

COMO TER SORTE NA VIDA¹




Por Roberto Caldas (*)




                Quando pensamos que estamos pensando simplesmente dramatizamos a superfície do pensamento. Aquilo que o cérebro sintetiza não passa de uma ínfima parte do conhecimento que se acumula no inconsciente pluripotente, esse sim o depositório de todo o cabedal de experiências que assinala a viagem multimilenária do Espírito. No vasto espaço mental que se esconde além das aparências que os cinco sentidos alcançam há um conjunto de possibilidades que nos tornam preparados para enfrentar qualquer obstáculo que se disponha na caminhada.

sábado, 22 de março de 2014

DEUS E O UNIVERSO




Por Francisco Cajazeiras (*)






O Universo é um jardim concebido na Mente Criativa
Da Suprema Inteligência.
O palco, a massa criada, a matéria a se desdobrar, infinitas dimensões
Para a humana experiência.
A decoração multiforme, em nuanças majestosas,
com padrões que se multiplicam
E estimulam a consciência.

quinta-feira, 20 de março de 2014

DEUS




Por Dora Incontri (*)




Vem uma seiva amarga,
Mas tua doçura me farta…
Ruge um mar bravio
Mas teu silêncio é amavio…


Enche-se o céu de negrumes
Mas teus olhares são lumes…
Endurecem-se os corações,
Mas dás-me suaves rincões…

terça-feira, 18 de março de 2014

ELIMINANDO ALGUNS TABUS




Por Alkíndar de Oliveira (*)






Assunto deste artigo é compreensível para quem já fala em público.

Caro leitor, se você nunca falou em público este texto é um necessário alerta. Pois, o conteúdo a seguir será muito útil quando você começar a proferir suas palestras.

Primeiro Tabu:
“Tenho um sério problema: Todas as vezes que procurei falar em público não consegui ser fiel ao meu preparo prévio. Coloquei palavras que não tinha planejado colocá-las e, por outro lado, deixei de falar parte do que tinha planejado. Todas as vezes em que vou falar em público ocorre-me este sério problema”.

Você, eu, e mais os 55.234.856 oradores que existem no mundo passamos pela mesma situação. O que você julga ser um sério problema, primeiro, não é “problema”, segundo, não é “sério”.

sábado, 15 de março de 2014

ESPIRITUALIDADE






Por Paulo Eduardo (*)



A lei prevalece em tudo. Ritmo de vida no padrão da respeitabilidade que todos almejam. Há leis para tudo e para todos. Especificamente vamos cuidar das "leis espirituais". Contexto novo nas ideias dos que intentam viver em harmonia consciencial com o pensamento na força do puro amor de Deus. Estamos precisando encontrar respostas para as dúvidas quanto à organização interior da própria vida. O ser humano tem dificuldade para a escolha de padrões rígidos de comportamento capaz de propiciar ambiente de paz para a alma. As leis são de diferentes naturezas. Sem pieguices, admitimos ter as religiões poder e força para asserenar ânimos, dependendo de nossas escolhas. Somos portadores de inteligência racional e não há porque viver sob a égide do medo unicamente por não aceitar o direito de livre escolha do outro. Religião é para "religar com Deus" e a espiritualidade é a arte do respeito às normas que originam a vida através de experiências diversas. A Doutrina Espírita, por exemplo, ressalta ser pela espiritualidade que se evolui no terreno da reverência e gratidão como potenciais sublimes da criação do universo. O noticiário da Rússia e a crise gerada com a Ucrânia é triste para os foros de civilidade! Até quando vamos amargar esse tipo de procedimento? Na Rússia o povo chora nas ruas quando o assunto é guerra e as autoridades não se pejam de destilar ódios e tentar fabricar conflitos bem distantes da espiritualidade inerente a nós seres humanos da criação divina. A Rússia apenas está na mídia, mas não é isolada de outras grandes potências, no afã belicoso do homem lobo do homem! Até quando?


(*) jornalista e integrante do programa Antena Espírita.

quinta-feira, 13 de março de 2014

ECOLOGIA E ESPIRITISMO





Por André Trigueiro (*)




É urgente que o movimento espírita absorva e contextualize, à luz da Doutrina, os sucessivos relatórios científicos que denunciam a destruição sem precedentes dos recursos naturais não-renováveis, no maior desastre ecológico de origem antrópica da história do planeta.

Os atuais meios de produção e de consumo precipitaram a humanidade na direção de um impasse civilizatório, onde a maximização dos lucros tem justificado o uso insustentável dos mananciais de água doce, a desertificação do solo, o aquecimento global, a monumental produção de lixo, entre outros efeitos colaterais de um modelo de desenvolvimento “ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”.

Na pergunta 705 de “O Livro dos Espíritos”, no capítulo que versa sobre a Lei de Conservação, Allan Kardec indaga: “Por que nem sempre a terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário?”, ao que a Espiritualidade responde: “É que, ingrato, o homem a despreza! Ela, no entanto, é excelente mãe. Muitas vezes, também, ele acusa a Natureza do que só é resultado da sua imperícia ou da sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se” (...).

NOVO COLABORADOR

André Trigueiro é jornalista com Pós-graduação em Gestão Ambiental pela COPPE/UFRJ onde hoje leciona a disciplina “Geopolítica Ambiental”, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, autor dos livros “Mundo Sustentável 2 – Novos Rumos para um Planeta em Crise" (Ed.Globo, 2012); "Mundo Sustentável - Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em transformação" (Ed.Globo, 2005) e “Espiritismo e Ecologia” (Ed.FEB, 2009); Coordenador editorial e um dos autores do livro "Meio Ambiente no século XXI" (Ed.Sextante, 2003). Durante 16 anos foi âncora e repórter do Jornal das Dez da Globo News. Desde abril de 2012, vem atuando como repórter do Jornal Nacional e colunista do Jornal da Globo onde apresenta o quadro “Sustentável”, especialmente criado para ele na Rede Globo. É editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News, comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.

quarta-feira, 12 de março de 2014

PECADOS E ARREPENDIMENTOS








Mantendo-nos no objetivo de estudar algumas das perguntas presentes no Novo Testamento, busquemos a leitura do capítulo 5 de Lucas, mais especialmente os versículos 22 e 23, quando o Mestre levanta-nos a seguinte questão: "Que arrazoais em vossos corações? Qual é mais fácil dizer: Os teus pecados te são perdoados; ou dizer: Levanta-te, e anda?"

Relata-nos o evangelista Lucas que estava Jesus a pregar a Boa Nova, quando alguns homens trouxeram até Ele um homem paralítico. Não encontrando facilidade para aproximar-se do Senhor, desceram-no pelo telhado e Jesus vendo a fé daqueles homens, dirigiu-se para o doente, dizendo-lhe que os seus pecados eram-lhe perdoados, causando alvoroço entre muitos presentes, o que resultou nas palavras do Mestre acima citadas.

As colocações de Jesus no contexto acima são de relevante importância, já que nos colocam diante das inter-relações entre nossos atos negativos, seus resultados e o verdadeiro caminho para a resolução dos problemas.

segunda-feira, 10 de março de 2014

CERTO OU ERRADO?¹

          


Por Roberto Caldas (*)


          O que falar acerca do que é estar certo ou errado? A nossa época flexibiliza a atitude sob a retórica de que tudo é relativo e algo que pode ser certo para alguém pode visto como um erro para outrem, o que é bastante razoável, afinal de contas. Parece que o entendimento é que passa por crivos diferentes e os diversos referenciais permitem uma apreciação ética capaz de condenar ou absolver os cometimentos observados no relacionamento humano.

domingo, 9 de março de 2014

A LÓGICA




Por Paulo Eduardo (*)




A lógica formal das coisas em contraste com as ocorrências fora de órbita. Choque de ideias. Tudo misturado no contexto dos registros noticiosos entre violências além da imaginação. Cenas chocantes face ao conceito de civilização da atualidade. Somos seres civilizados sim. Livres para agir dentro dos critérios éticos por nós mesmos traçados para viver bem. A lógica formal referida nos põe em dúvida quanto à racionalidade dos atos praticados. As manchetes de jornais mostram um mundo de selvageria nada compatível com os foros do desenvolvimento que nos acompanha. Temos conteúdo para brilhar nos padrões urbanísticos.

sexta-feira, 7 de março de 2014

O PAPEL DA MULHER¹




¹ Texto inserto na Revista Espírita, Dezembro de 1858.

MULHER...





Por Everaldo Mapurunga (*)


(Inspirado em Léon Denis – No Invisível)


A fixação desta data comemorativa representa o preconceito contra o sexo feminino, desde os tempos mais recuados.

As narrativas da Bíblia refletem o que o mundo antigo pensava da mulher. Eva, responsável pela queda de Adão e da humanidade, foi condenada com o parto doloroso para sempre. A filha de Lot embriagou-lhe para engravidar dele.

Dalila traiu Sansão. Salomé dançou para Herodes em troca da cabeça de João Batista.

quarta-feira, 5 de março de 2014

DE QUE CIÊNCIA MESMO ESTAMOS FALANDO?






Por Roberto Caldas (*)




Tenho ouvido, lido e até mesmo falado a respeito do relacionamento do Espiritismo com a ciência ortodoxa. Há os que exorbitam nas proporções e ameaçam enxertar mudanças no texto dos livros da Codificação, como se lhes coubessem desfigurar uma obra que não lhes pertence, naturalmente tomados de ímpetos científicos auto-outorgados. Criou-se uma discussão em torno do tema sem que estejamos maduros o suficiente, na minha humilde opinião, para tratarmos de tema tão complexo. Os debatedores, de lado a lado, citam frases de Allan Kardec na tentativa de atribuírem-se razão as suas finalidades díspares, tais como: “quando a ciência demonstrar que o espiritismo estiver errado em um ponto, ele se modificará neste ponto”. 

segunda-feira, 3 de março de 2014

LIVRE ARBÍTRIO




Por Lucarocas (*)



Livre arbítrio é uma escolha
Num tomar de decisão
É destacar uma folha
Pra podar a plantação
É pensar sempre no bem
Para cuidar de alguém
Com carinho e proteção.

Livre arbítrio é a vontade
De encontrar um caminho
E buscar a liberdade
De nunca ficar sozinho
É semear todo amor
Doando o bem de uma flor
Sem lhe ferir com espinho.

sábado, 1 de março de 2014

CARNAVAL




Por Paulo Eduardo (*)



É festa de carnaval. Momento de brincadeira. Dança contagiante. Corpos sambando na vibração dos batuques. Carnaval como alegria pré-fabricada. Necessária descontração para tentar esquecer a violência que teima em avançar no caminho da insensatez humana.