Por Everaldo Mapurunga (*)
(Inspirado em Léon Denis – No Invisível)
A fixação desta data comemorativa representa
o preconceito contra o sexo feminino, desde os tempos mais recuados.
As narrativas da Bíblia refletem o que o
mundo antigo pensava da mulher. Eva, responsável pela queda de Adão e da
humanidade, foi condenada com o parto doloroso para sempre. A filha de Lot
embriagou-lhe para engravidar dele.
Dalila traiu Sansão. Salomé dançou para
Herodes em troca da cabeça de João Batista.
Era permitido ao marido devolver a mulher,
quando não agradasse.
Se a moça ou a senhora estivesse menstruada,
não podia se aproximar de ninguém.
Nos ambientes religiosos, permitia-se à
mulher entrar em poucos lugares e participar de raras cerimônias.
Na idade média foi bruxa, feiticeira,
considerada sem alma e muitas vezes condenada à fogueira.
Para se “protegerem” de suas “seduções”, os
religiosos se recolheram em eremitérios, monastérios, abadias, seminários. O
passar dos tempos tratou de mudar alguns pontos de vista.
Em nossos dias, a mulher sucumbe à violência,
à prostituição, ao aborto criminoso, à perda da função de mãe, à corrida louca
ao mercado de trabalho, à jornada tripla, ao desejo de superar o homem para ser
tratada igual.
Nem mesmo o tempo e a civilização foram
capazes de fazer-lhe justiça.
Jesus, porém, deu-lhe destaque e revelou-lhe
o papel na “nova humanidade” que hoje se ergue, devagarinho, a Civilização do
Espírito. E a Doutrina Espírita vem dar execução às recomendações do Mestre.
Jesus, que poderia ter vindo ao mundo apenas
em espírito, decidiu nascer entre nós do ventre de uma mulher caluniada (1).
Exaltou a fé da hemorrágica que, há 12 anos,
sofria nas mãos dos médicos.
Fez reviver a filha de Jairo.
Corrigiu Marta, a irmã de Lázaro, com o maior
carinho, e encorajou as virtudes de Maria.
Promoveu à condição de mensageira de seu
Evangelho a samaritana que trocara de marido 6 vezes.
Perdoou a pecadora arrependida que, de tão
grata, lavou-lhe os pés com perfume e enxugou com os cabelos.
Agradeceu, com palavras ternas, à alma
piedosa que chorou por ele na via dolorosa.
E apareceu pela primeira vez, depois da
morte, à Madalena que Ele mesmo acolhera, quase apedrejada pelos amantes.
A Doutrina Espírita, inspirada nas atitudes
do Mestre, revela o coração feminino como: Espírito assexuado plenificando o
coração, médium sensível, educadora, evangelizadora, voluntária sempre
disponível e “anjo da caridade”.
Sob os clarões da Doutrina Espírita, renascem
novas profetizas, almas apostolares que se entregam ao Amor, a maior de todas
as causas: Anália Franco, Adelaide Câmara, Meimei, Yvonne do Amaral Pereira,
Maria Dolores, Benedita Fernandes. E se deixam guiar por outras valorosas
mulheres, mártires do passado e vanguardeiras do presente: Joanna de Ângelis,
Auta de Souza, Izabel de Aragão.
Bendita seja a mulher!
(1) Veja Revisão do Cristianismo, de J. Herculano Pires.
(*) presidente do C.E. "O Pobre de Deus", Viçosa do Ceará.
Caro Everaldo,
ResponderExcluirBelíssima homenagem!
Abração!
O Everaldo, jovem e poeta poderia contribuir mais com o Blog, você não acha Jorge? Eu acho!
ResponderExcluirFrancisco Castro de Sousa
Com certeza, Castro!
ExcluirAbração!
Muito bom!!! :)
ResponderExcluirExcelente texto! "A Doutrina Espírita, inspirada nas atitudes do Mestre, revela o coração feminino como: Espírito assexuado plenificando o coração, médium sensível, educadora, evangelizadora, voluntária sempre disponível e “anjo da caridade”" Trecho de infinita sensibilidade!
ResponderExcluirE Bendito seja todas as criaturas do mundo!
Muita paz e luz a todos!